Autocompaixão: descubra os passos para alcançá-la dentro de você

Autocompaixão: descubra os passos para alcançá-la dentro de você

Vivemos em um mundo que exige que sejamos cada vez mais ativos em tudo a nossa volta. O tempo, a correria, a pressa, a sobrecarga, o excesso de coisas para realizar estão caminhando juntos e nos pressionando a fazer e a produzir, mais e sempre. Com isso, aprendemos a nos autocobrar de uma maneira injusta; com isso, almejamos ultrapassar nossos próprios limites. Mas será que isso é realmente saudável? 

E a resposta é: nem sempre.

Se isso te causa sofrimento, com certeza você pode ter ultrapassado demais seus limites, e isso te levará à sensação de estar perdido no processo. 

Diante desse cenário, dos excessos e da necessidade de agradar a tudo e todos, como podemos lidar com tudo isso? Vamos começar, então, a falar sobre autocompaixão, uma maneira diferente de olhar para si mesmo. 

Afinal, o que é autocompaixão?

  • Você já se sentiu comovido(a) com o sofrimento de uma pessoa que nem conhece?
  • Você já se sentiu disposto(a) a querer amenizar a dificuldade de algum familiar?
  • Você já se sentiu inclinado(a) a querer fazer mais do que poderia por alguém?

Se você respondeu Sim à maioria das perguntas, você tende a ser uma pessoa que demonstra compaixão. 

A autocompaixão é exatamente essa maneira de enxergar com gentileza, preocupação, apoio e de forma amável a si próprio, como você faria com um(a) amigo(a) em alguma dificuldade. É permitir-se e aceitar-se como se é, diminuindo, assim, as cobranças e críticas sobre você. 

Lidando com as expectativas

Todos nós temos diversas expectativas sobre praticamente tudo na vida. Porém, é exatamente quando se tem muitas expectativas que se corre o risco de obter várias frustrações. 

Podemos ter expectativas sobre os outros, sobre nós mesmos e sobre o futuro. É comum. A questão é que não temos controle sobre os outros e nem mesmo sobre o futuro. Só temos controle sobre nós e, ainda assim, precisamos tomar cuidado com o grau de expectativa que colocamos em nossas vidas. Isso pode gerar muita frustração. 

Faça a si mesmo as seguintes perguntas:

  • “Será que o que espero de mim é aquilo que realmente quero?”;
  • “Será que preciso atender as expectativas que as pessoas têm sobre mim?;
  • “Será que preciso cobrar-me tanto, e o tempo todo?”
  • “Será que vou que me frustrar se não conseguir realizar o que espero?”

Se você respondeu Não à maioria das questões, que bom, você consegue lidar bem com as expectativas. Mas não se culpe ou se sinta mal caso tenha respondido Sim à maioria delas. 

Lembre-se: tenha autocompaixão. 

Preparando-se para a autocompaixão

Primeiro, pense nas áreas de sua vida que você mais se cobra, mais se critica e mais se sente pressionado(a). Agora, escreve essas áreas da sua vida em folha de papel. 

Provavelmente você deve ter escrito áreas como família, amigos, trabalho, igreja, relacionamentos amorosos, dentre tantas outras possíveis. 

Que tal agora escrever as emoções que essas áreas causam na sua vida, sejam elas boas ou ruins. 

Provavelmente você percebeu um mix de emoções, estou certo? 

As emoções, sejam elas boas ou não, fazem parte da nossa vida. O problema é que tendemos a querer que as emoções ruins sumam ou desapareçam de nós como mágica e, infelizmente, não é bem assim que funciona. 

Somente quando aceitamos tudo o que sentimos, podemos então nos aceitar plenamente tal como realmente somos. 

Passos para se alcançar a autocompaixão

  • Seja gentil com você. Da mesma maneira que você pode ser gentil com um estranho ou conhecido, pratique isso com você. Procure aceitar e compreender seus erros. 
  • Seja seu aliado.Você já deve enfrentar muitos desafios em sua vida, não seja seu inimigo, seja seu maior aliado. 
  • Aceite aquilo que você sente. Boas ou ruins, as emoções fazem parte de quem nós somos. Portanto, procure trabalhar ao lado delas, não contra elas.
  • Calibre sua autocobrança. Procure compreender até que ponto cobrar-se muito é saudável para você. Pode ter certeza, cobrar-se muito nunca é saudável. Então, tente encontrar um equilíbrio quando sentir que está em sofrimento, é exatamente nesse ponto que você deve recuar. 
  • Desenvolva seu amor próprio. Aprenda a amar-se mais, a gostar de você, de quem você realmente é. Coloque-se em primeiro lugar de vez em quando, isso é não ser egoísta, é amar a quem você é. Se sente que precisa mudar em algumas áreas, tudo bem, mas ame-se no processo de transformação. 
  • Estabeleça limites. Compreenda que todos temos limites e precisamos dele para sabermos quem somos e onde queremos chegar. 
  • Não viva para alcançar aprovação alheia. Entenda que sua vida não pode ser medida pelo olhar do outro, pela maneira como o outro quer que você seja. Você tem que ser você por você e não para agradar os outros. 
  • Não absorva tudo. Cuidado para não ser uma esponja emocional que absorve tudo a sua volta e se esquece no processo. Não viva para resolver os problemas dos outros, lembre-se de você. 
  • Escolha suas batalhas. Nem tudo precisa ser uma luta. Você não precisa sair por aí brigando com tudo e com todos. Procure olhar para dentro, você precisa mais de você do que imagina. Escolha as batalhas que vai se envolver. Muitas vezes saber quando se posicionar e saber quando recuar pode ser libertador.
  • Pensamentos Negativos. Cuidado com pensamentos negativos que você desenvolveu sobre si ao longo da vida. Eles podem estar errados. Como um investigador, confronte a verdade deles com a realidade. Lembre-se: pensamento não é fato. 
  • Autorresponsabilidade. Saiba que você é responsável por você e ninguém mais. Não transfira aos outros responsabilidades que são suas. A felicidade, a alegria e as realizações estão em suas mãos, não na dos outros. Então, procure aprender a lidar com suas escolhas e, assim, saberá administrar as consequências. 
  • Autorreflexão e Gratidão. Sabe aqueles momentos em que paramos para pensar na vida? Então, procure pensar no lado bom de sua vida, pense com carinho em tudo que você já fez por você, olhe-se com amor e gratidão. Parabenize-se. 
  • Autoimagem. Cuidado com a maneira que você se enxerga fisicamente. Procure identificar se você está se vendo pelo olhar dos outros ou pelo seu. Se perceber que seu olhar pode estar contaminado com fatores externos como mídia, expectativas alheias e frustrações, olhe novamente, mas com compaixão e aceitação.
  • Ame sua companhia. Ame estar com você mesmo(a). Sabe aqueles momentos que para muitas pessoas bate a solidão por estar sozinho(a), então, se você aprender a gostar de estar com você, pode ter certeza, nunca estará sozinho(a), pois irá sempre apreciar sua própria companhia e fará boas coisas com ela.  Não dependa do outro para se sentir amado(a). 

Por fim, não pense em fazer tudo ao mesmo tempo o tempo todo em sua vida. Tenha leveza e calma. Faça um pouco de cada vez e verá a diferença. Cuidado com a intensidade em tudo que faz.   

Se estiver com dificuldades para desenvolver essa autocompaixão, procure aderir a um processo de psicoterapia com um psicólogo.

Estou com agenda aberta para atendimento online te esperando, com compaixão e pronto a te ouvir e contribuir para seu bem-estar. 

 

André Zonta 

Psicólogo CRP 16/3413

https://linktr.ee/andrezonta

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