Autoestima: a viagem para seu interior

Autoestima: a viagem para seu interior

Atualmente muito se ouve falar sobre o conceito de autoestima, mas este conceito nos parece algo tão abstrato, pouco palpável… que diante disso, nos surgem várias indagações, como: “eu tenho uma boa autoestima?”, “qual a importância de possui-la?”, “como conquistá-la?”. Mas, o que realmente este termo significa?

Definição do termo Autoestima

A autoestima é totalmente dependente do conhecimento que você possui acerca de si próprio e da forma como se avalia a partir de seus pensamentos, comportamentos, emoções, ideais e crenças. Sigmund Freud a descreveu como sendo a consciência que o indivíduo possui a respeito de si mesma, dito de outro modo: representa o conhecimento do seu sistema de valores. 

No entanto, ela não é composta unicamente pela ideia que você faz de si, mas também do modo como interpreta o julgamento de outras pessoas a seu respeito. A imagem que constrói de si é formada pela interação do sujeito em diferentes espaços sociais e pelas relações afetivas que constitui ao longo de sua vida. Assim sendo, será uma visão positiva ou negativa diante da percepção que faz de suas características físicas e psicológicas.

Autoamor: viver conscientemente, autoaceitação, autorresponsabilidade, autoafirmação, intencionalidade, integridade pessoal

Como proposto pelo psicoterapeuta Nathaniel Branden em seu livro “Autoestima e seus seis pilares”, a autoestima é composta por seis fatores.

  1. Viver conscientemente: é estar em paz com erros cometidos no passado, sem carregar a pesada culpa, pois se tem a consciência que esses erros te levaram ao amadurecimento e trouxeram lições de aprendizado, que te permite errar menos e tomar decisões mais inteligentes. Estando desperto para suas emoções e ações perante a situações do cotidiano.
  2. Autoaceitação: Todo indivíduo possui características de personalidade que são admiráveis e outras que gostaríamos de mudar para nos tornarmos alguém melhor, mas ter a consciência que nos encontramos em processo de desenvolvimento e aceitar nossas virtudes e defeitos de forma integral, procurando sempre melhorar é o caminho para autoaceitação, ter o olhar mais compreensivo e empático conosco é fundamental.
  3. Autorresponsabilidade: É perceber que temos o poder de ação sobre nossas vidas e assumir esta responsabilidade, não terceirizar para o outro o papel de te fazerem feliz, e tomar decisões que diz respeito a sua vida, não se colocar na posição de vítima de todas as circunstancias. Pois assim não se sente capaz de tomar uma atitude de mudança, autorresponsabilidade é assumir o controle de sua existência ativamente.
  4. Autoafirmação: É ter conhecimento de quais são seus valores e permanecer fiel a eles, afirmando seus desejos, opiniões e direitos, mesmo diante da pressão grupal, que te intimida e faz você se sentir inseguro. Não com a intenção de obrigar os outros a concordar com sua forma de pensar, mas mostrar que você também é digno de ter seu espaço de fala, sua singularidade merece respeito e você está confortável em ser como é.
  5. Intencionalidade: É atingida através do autoconhecimento, pois se adquire uma clareza de propósito, a partir do descobrimento de seus gostos e intenções perante a vida. A nossa consciência é sempre intencional, pois se dirige a um objeto ou objetivo, as nossas crenças, pensamentos, anseios, desejos, são sempre acerca de alguma coisa.
  6. Integridade pessoal: É Viver de acordo com aquilo que você prega, praticar aquilo que afirma; para ter no cotidiano confiança em si mesmo, pois você tem a certeza que age de modo coerente com aquilo que diz.

Hábitos que podem estar prejudicando sua autoestima

Culpa

A culpa é o maior vilão de nossa autoestima, ela decorre das ruminações de nossos pensamentos que ficam a criticar e julgar cada atitude de falha. Seja mais gentil e compreensivo com seus erros, pratique o perdão, aceite sua humanidade, sua imperfeição, e aja em consonância com seus valores, seja sincero com seus sentimentos.

Comparações

Atualmente com as mídias sociais a comparação tem se estabelecido como algo corriqueiro, este processo ocorre de forma inconsciente. Com frequência comparamos aspectos de nossas vidas com a de pessoas que conhecemos, que estão em uma posição privilegiada; disso decorre o sentimento de infelicidade, incapacidade, ficamos para baixo, achando que não temos valor nenhum e que todas as pessoas são melhores que nós.

Não devemos comparar a nossa realidade com uma imagem falsa que nos é vendida, cada um tem a sua trajetória, devemos olhar com gratidão o que possuímos e comemorar nossas pequenas conquistas.

Hábitos para a construção da autoestima

Diante do conhecimento do que representa ter uma boa autoestima é necessário colocar algumas atitudes em prática na sua rotina.

  1. Só devemos buscar o autoconhecimento quando estabelecemos um relacionamento íntimo conosco, colocando consciência sobre as nossas luzes (capacidades) e sombras (pensamentos e hábitos que desejamos mudar), podemos verdadeiramente aceitar a beleza de ser único e especial.
  2. Reconhecendo a possibilidade de mudança dos aspectos que não gostamos em nós, sem o pesado julgamento de nossas falhas, pois estamos todos em constante desenvolvimento e praticar a aceitação daquilo que não se pode modificar.
  3. Direcione seu foco para suas qualidades e êxitos, vibrando a cada conquista pessoal, pois, desta forma, as coisas para as quais prestamos mais atenção tendem a crescer.
  4. Aprenda a dizer não, quando não for de sua vontade fazer algo, respeite seu desejo. Não é porque você foi convidado a sair que é obrigado a aceitar, se você estiver, por exemplo, ocupado, não é sua obrigação deixar suas coisas de lado para agradar o outro. No ambiente de trabalho você não precisa fazer algo que não está dentro de suas atribuições só para agradar um colega. Abandone a necessidade de sempre ter que agradar o outro e deixar suas necessidades para segundo plano, ninguém consegue agradar a todos por mais que se esforce.
  5. Adote atitudes de autocuidado, como por exemplo, introduzir uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, reservar um tempo para cuidar de sua aparência, investir em passatempos saudáveis como assistir um filme, ler livros, conversar com amigos, faça algo que envolva prazer no seu dia, para aliviar a tensão.
  6. Seja indulgente consigo quando cometer algum erro, pois servirá de aprendizado para evitar erros futuros, pense se fosse um amigo querido passando por uma situação complicada, na qual cometeu um erro, pense: “eu o julgaria ou seria compreensivo e gentil?”, e então pratique esta mesma gentileza consigo mesmo.

Se estiver precisando de ajuda para trilhar esse caminho, não hesite em buscar a psicoterapia.

Referencias:

BRANDEN, N. Autoestima e os seus seis pilares.  Editora Saraiva, 1994.

MACEDO, C. M. V.; ANDRADE, R. G. N. Imagem de si e Autoestima: A Construção da Subjetividade no Grupo Operativo. Psicol. Pesq., Juiz de Fora, v. 6, n. 1, p. 74-82, jul.  2012.

Raquel de Souza Fontes
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