O que é comunicação
A comunicação é uma forma eminente que traz consigo a possibilidade de passar informações, costumes, crenças e estabelecimento de uma cultura. Mas, dentro desse canal de linguagem da comunicação há um emissor e um receptor, e é nesse espaço de um e outro que o conteúdo pode sofrer algumas alterações e formas de interpretar.
De uma forma geral, pode-se dizer que a comunicação assertiva é uma competência que pode ser aprendida e treinada que se define como a expressão de sentimentos, opiniões, desejos, ideias e preferências confortável e, objetivamente, sem desrespeitar os direitos dos outros. Além disso, a comunicação assertiva inclui assim escutar os outros e elaborar questões para conhecer os pensamentos e sentimentos dos outros.
Dessa forma, quando falamos algo para alguém com as próprias convicções, pensamos e achamos que o ouvinte entende e interpreta da mesma maneira que formulamos em nossa mente. No entanto, o receptor da mensagem emitida, também possui seu próprio modo de entender as mesmas palavras, muitas vezes, com um significado diferente daquilo que o emissor compreende. Nessas situações podem ocorrer um desvio de entendimento que pode comprometer o resultado desejado através daquela fala.
Hoje em dia, falar o que se quer e ter a liberdade de pensar ou expressar seus sentimentos e opiniões tem sido cada vez mais comum. O grande paradoxo é que uma grande parte das pessoas confunde o termo assertivo (ou assertividade) com a forma de impor e defender as suas opiniões, de dizer o que se pensa de maneira incisa e contundente, de forma a abrir para má interpretações e julgamentos.
Não devemos confundir, novamente, ser assertivo com ser ou falar o que se considera certo, e sim dizer de forma consciente.
Os filtros que auxiliam a assertividade na comunicação
Ao pensarmos em falar e transmitir por meio de palavras aquilo que foi anteriormente pensado, devemos passar por alguns filtros que auxiliam a assertividade na comunicação:
- Reflexão: refletir sobre o que será dito, para não falar o que vem à cabeça, sem pensar e filtrar.
- Questionar: preciso dizer isso? Por que estou dizendo isso?
- Considerar: dizer isso serve para o outro ou só pra mim? Qual objetivo tenho com essa fala?
- Ter empatia: eu gostaria de estar ouvindo isso?
E não pense que isso acontece somente em meios corporativos! Isso acontece corriqueiramente no dia a dia. Um exemplo disso são em conflitos em relacionamentos afetivos, em que um parceiro diz ao outro sobre situações e atitudes que o estão incomodando, sendo interpretado, algumas vezes como um afronte, falta de sentimento ou uma afirmativa para cessar o relacionamento.
Outro exemplo, é em ocasiões familiares, em situações de lembranças de acontecimentos passados, conflitos entre pais e filhos e crenças culturais. Nesses exemplos, uma palavra mal colocada, a intensidade da voz, a comunicação não-verbal e frases com abertura de entendimentos diversos favorecem para que discussões, desentendimentos e conflitos sejam gerados.
É importante ressaltar que antes de tudo, é desejável que tenhamos um vocabulário adequado e diverso para que nos ajudem no momento da comunicação. Nesse sentido, podemos melhorar nosso vocabulário lendo livros de diversos gêneros, para conhecer novas palavras; conversar com pessoas diferentes, fora do convívio rotineiro; buscar conhecer os sinônimos das palavras e procurar encaixar palavras novas no cotidiano para melhor se expressar.
Atitudes assertivas
E como proceder para reduzir a probabilidade de gerar esses incidentes com pequenos detalhes? Podemos citar algumas atitudes:
- Ter empatia: observar se a pessoa entendeu corretamente o que foi passado de forma clara e objetiva.
- Escuta Ativa: estar presente, ouvir sem julgamentos, ouvindo as emoções e sentimentos.
- Conferir entendimento: pergunte se ficou alguma dúvida, cheque se a informação passada foi a mesma interpretada.
- Seja claro com as palavras: utilize palavras do cotidiano, sem ironias, de fácil compreensão, utilizando-se da objetividade.
- Seja cauteloso e direto: cuidado ao colocar pensionamentos, preferências e necessidades com uma voz alterada ou gestos bruscos que transpareçam hostilidade.
O que ganhamos em ser assertivos no dia a dia?
Ao ter e produzir essas atitudes nas relações sociais, o que ganhamos em ser assertivos no dia a dia? Um comportamento assertivo apropriado que aumenta a auto-apreciação do emissor e uma expressão honesta de seus sentimentos.
Geralmente, aumenta a probabilidade de atingir seus objetivos, tendo escolhido por si mesmo como agir. Um sentimento positivo a respeito de si mesmo acompanha uma resposta assertiva. Além disso, ela é uma grande aliada na resolução de conflitos, redução de ruídos da comunicação e na garantia de boas relações interpessoais.
Com toda certeza, a pessoa assertiva tem mais saúde em suas condições emocional e psicológica.
Comunicação assertiva na prática!
Agora, que já refletimos e observamos, o que podemos fazer e melhorar para a nossa comunicação assertiva fluir, vamos ver na ótica de falas corriqueiras, a partir de exemplos, a comunicação assertiva acontecendo?
Vamos lá!
- “Preciso que você faça isso agora”, troque por: “Gostaria que fizesse isso agora. É possível?
- “Você faz tudo errado, novamente!”, troque por: “Você está repetindo um erro, posso te ajudar?”
- “Não vou fazer isso pra você, se vire!” troque por: “Infelizmente não posso fazer isso, mas espero que consiga”
- “Não quero mais falar, estou cansada de você”, troque por: “Entendo suas dificuldades, mas estou esgotado agora, podemos conversar depois?”
Como sei que estou empregado a comunicação assertiva?
E o questionamento que fica é: como sei que estou me comunicando de forma assertiva? Alguns indicadores pode nos ajudar a analisarmos isso:
- Utilizo vocabulário apropriado;
- Sei ser claro e específico;
- Utilizo de meios e canais adequados para situações diversas;
- Sei ouvir e me colocar no lugar do outro;
- Receber feedback das pessoas e aceitar esses retornos;
- Confirmar o entendimento.
Ser assertivo, é se expressar de modo direto diante das mensagens emitidas pelo canal da comunicação, possuindo a sensibilidade ao transmitir as informações, sem coagir, violar o outro de forma agressiva e hostil verbalmente. Ao ouvinte da mensagem emitida, é ideal que seja empático para com o outro, observando sem julgar, levando em consideração as necessidades e sentimentos. Lembre-se: seja claro e objetivo!
Psicóloga: Larissa Montina
Instagram: @psi.larissamontina
WhatsApp: (44) 9 9998-4359
Referências
- As barreiras da Comunicação Assertiva- Karen Gallerth
- Comunicação Ativa, comunicação consciente – A linguagem secreta da parentalidade– Mikaela Ovén
- Comunicação assertiva: como proceder? - 20 de agosto de 2021