Terapia Cognitivo-comportamental
A Terapia Cognitivo-Comportamental constitui-se por um método científico de intervenção psicoterapêutica, instaurada por Aaron Beck, em 1960, cuja finalidade consiste no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos e psicológicos.
Esta, pois, mostrava-se progressivamente eficaz na medida em que se adequava à grande complexidade dos indivíduos em meio às suas pluralidades.
Segundo Beck (2013) a Terapia Cognitivo–Comportamental derivou-se da Terapia Cognitiva de Aaron Beck que, por sua vez, propunha-se a compreender e a tratar as psicopatologias tendo em vista o modelo cognitivo.
Todavia, ao passo que se fizera necessário adequá-la à grande diversidade de demandas características de cada tipo do transtorno mental, fora orientando-se para o foco comportamental, já que os transtornos cognitivos se representam, sobretudo, por meio do comportamento, ampliando-se, assim, paulatinamente, a metodologia técnica e a duração de tratamento, surgindo, portanto, a Terapia Cognitivo-comportamental.
Nesse contexto, podemos entendê-la como um importante método de intervenção terapêutica, visto que configura um conjunto de técnicas estabelecidas para atender às demandas dos mais variados transtornos psiquiátricos, cujas causas encontram-se no âmbito cognitivo e comportamental.
Assim, a Terapia Cognitiva, surge, inicialmente, como um modelo que embasa um método de intervenção tão eficaz quanto o uso de fármacos no controle da depressão, intervindo na estrutura da mente depressiva, auxiliando a tornarem-se ativas frente ao problema, condicionando-as a identificar, responder e avaliar visões negativas que os indivíduos nutrem acerca de si mesmos, do mundo e do futuro.
O Modelo Cognitivo da Depressão
Depreende-se por Modelo Cognitivo da Depressão o padrão, estabelecido por Beck, por meio do qual deturpações cognitivas se repetem culminado em uma série de perturbações psíquicas.
Segundo Beck, Rush, Shaw e Emery (2012), o referido modelo expõe que o esquema das mentes depressivas, em cada singularidade, consiste na via pela qual percepções subjetivas e patológicas, sobre si e sobre o mundo, estruturam-se e manifestam-se acarretando significantes prejuízos para o deprimido.
Ainda, em consonância, com Beck, Rush, Shaw e Emery (2012) a partir dos resultados obtidos pelas pesquisas, a Terapia Cognitiva de Beck passou a conceber a depressão como tipos de perturbações psíquicas, no indivíduo, oriundas de crenças arraigadas e, portanto, pensamentos distorcidos sobre si mesmo, o mundo e o futuro, instaurando-se, portanto, os conceitos de tríade cognitiva, esquemas e erros cognitivos, sobre os quais pode-se debruçar o profissional da saúde mental, para determinar a depressão e toda a sua forma de representar-se.
Tríade cognitiva
A Tríade Cognitiva estrutura-se por três tipos de percepção humana, ou seja, visões negativas sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o futuro.
Nesse contexto, pode-se identificar a visão negativa acerca de si, através dos pensamentos que interpretam, negativamente, o que se é ou como se é – uma concepção inadequada sobre si.
Exemplo: – “sou esquisito”, “sou atrapalhado”, “sou incapaz”.
Já a visão negativa sobre o mundo, refere-se a interpretações, na maioria das vezes, extremamente distorcidas do que acontece ao seu entorno e sobre as pessoas que, dele, fazem parte.
Exemplo: – “as pessoas não gostam de mim”, “as coisas para mim são muito difíceis”.
E, por fim, o pessimismo em relação ao futuro, o qual manifesta-se por um temor incabível do que ainda está por vir.
Exemplo: – “Nunca conseguirei realizar meus sonhos” ou “nunca serei feliz”.
Eis, aqui, portanto, o esquema pelo qual a depressão irrompe e se agrava, causando enorme sofrimento e comprometimento ao sujeito acometido pelas referidas visões patológicas.
Em virtude disso, tornou-se possível identificar, sistematizar e estabelecer tratamentos para os sofrimentos psíquicos provenientes da cognição e que, noutros tempos, eram somente tratados à luz de fármacos e da psicanálise. Na medida em que as pesquisas científicas de Aaron Beck se desenvolviam, consolidava-se um novo método no tratamento da depressão e, por conseguinte, o mesmo alcançava uma contribuição revolucionária tanto para a ciência quanto para a área de saúde mental.
Assim sendo, considera-se a Terapia Cognitivo-comportamental como uma das abordagens psicológicas que mais corrobora para a cura ou controle dos sintomas depressivos, posto que se vale de técnicas que se adequam a uma pluralidade de indivíduos inseridos em uma diversidade de contextos sociais. Estes, pois, são aspectos fundamentais para a holística compreensão do homem.
Além do mais, pesquisas científicas, bem como a eficácia do tratamento clínico em muitos pacientes tem demonstrado que a TCC é capaz de tratar a depressão, somente, sob o âmbito da psicologia, dispensando o uso de fármacos.
Intervenção da Terapia Cognitivo-comportamental no tratamento da depressão
Conforme o estudo de caso realizado por Camargo e Andretta (2013), pode-se verificar importantes modificações na estrutura cognitiva e, logo, comportamentais sem precisar lançar mão do auxílio de fármacos, confirmando-se a eficácia do tratamento por meio da Terapia Cognitivo-comportamental, assim como o alívio dos sintomas depressivos.
Em 2012, Peeters et al. empreenderam as primeiras testagens a fim de averiguar como se davam os efeitos causados pela aplicação de outras terapias no controle do transtorno. Deste modo, para concretizar tal estudo, lançou-se mão de pessoas que demandavam o tratamento e, uma vez submetendo-se a este, fora observando-se todo o processo interventivo, assim como as consequências, dele, oriundas.
Logo, constatou-se que 41% das pessoas pertencentes ao grupo tratado pela Terapia Cognitivo-comportamental alcançou o enfraquecimento dos sintomas, enquanto que 37% obteve êxito da extinção da doença. Verificando, assim, a força da TCC.
Uma meta-análise publicada por Jackobsen et al (2011), ao fundamentar-se em doze experiências consistiu em estabelecer conclusões decorrentes do contraste resultante entre os benefícios, os malefícios e da ausência interventiva da TCC na depressão. Para tanto, pôde-se contar com “669” participantes, onde parte dos acometidos pela depressão seriam tratados pela TCC, ao passo que os outros não seriam submetidos a nenhum tipo de intervenção.
Ao compara-se os dois grupos, verificou-se que, o que teve a depressão tratada sob à luz da abordagem cognitiva comportamental, obteve a remição da síndrome, ou a redução da mesma, enquanto que o outro permaneceu com o transtorno. Ou seja, ao realizar as comparações, concluiu-se que a TCC se consolidou como um instrumento eficaz para tratar a psicopatologia proposta pelo presente estudo.
Haja vista os resultados científicos comprovando a eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental no trato do transtorno depressivo, torna-se, cada vez mais, necessário o domínio do seu manejo clínico em meio as diferentes técnicas cognitivas e comportamentais.
Dessa maneira, é indispensável ao psicólogo amparar-se teoricamente para alcançar o domínio técnico, aplicando-o de acordo com as diferentes demandas subjetivas. É claro que isto requer experiência, porém a busca pelo conhecimento deve se dar continuamente.
Natália Pessanha
CRP 05/65470
Referências
- BECK, J.S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2013
- BECK, A.T; EMERY, G; RUSH, A.J; SHAW, B.F. Terapia Cognitiva Da Depressão. Rio de Janeiro: Zahar, 2012
- CAMARGO, J; ANDRETTA, I. Terapia Cognitivo-Comportamental para depressão: um caso clínico. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983348220130004>. Acesso em 19 jul. 2021
- Jakobsen, J. C., Hansen, J. L., Storebo, O. J., Simonsen, E., & Gluud, C. (2011). The effects of cognitive therapy versus ‘no intervention’ for major depressive disorder. Disponível em:<www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3235113>. Acesso em 19 jul. 2021.
- Peeters, F., et al. The clinical effectiveness of evidence-based interventions for depression: a pragmatic trial in routine practice. J Affect Disord. 2013 Mar 5.
Espero que sim!
Meu nome é Natália, sou psicóloga clínica , especialista em Neuropsicologia e meu trabalho tem ênfase nos mais diferentes transtornos psíquicos. Para conhecer mais um pouco sobre o tratamento que realizo visite nosso site: www.psinataliapessanha.com
Lá você poderá saber um pouco mais sobre mim e minha atuação profissional, além de dispor de artigos que eu publico regularmente.
Além disto, tendo em vista exercer, cada vez mais, o domínio e compreensão sobre os pensamentos, as emoções e os comportamentos dos meus pacientes, estou me especializando em Terapia Cognitivo-Comportamental, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul- PUC/RS.
Assim, ao buscar mais estudos e pesquisas na área clínica, encontro possibilidades e estratégias para acolher cada subjetividade a mim apresentada.
Meus atendimentos são realizados tanto na modalidade presencial como virtual ( on-line).
No entanto, ressalto que o meu comprometimento e dedicação, em face das demandas dos meus pacientes,são os mesmos.
O meu objetivo é lhe acolher em toda a sua complexidade e singularidade, para assim, lhe compreender, tal como lhe auxiliar a exercer o domínio sobre os conflitos psíquicos e existenciais.
Ainda, reitero que o meu diferencial encontra-se na valorização do acolhimento, abraçando para mim todo o sofrimento trazido por meu paciente.
Essa é a minha missão para com a Psicologia.
Existimos em um mundo cada vez mais globalizado e, por consequência, mais solitário, podendo surgir diferentes transtornos como a ansiedade e a depressão.
Em contrapartida, progressivamente, a ciência da psicologia vem crescendo e evoluindo o bastante para lembrar ao homem o quão é importante não esquecer de si mesmo.
Por essa razão, você que tem sofrido com sintomas ansiosos extremos, fobias, angústia...Lembre-se, você não precisa passar por isso sozinho. Cuide-se.
Seja bem-vindo.
Aqui, a prioridade é você.
Com amor,
Natália Pessanha.
- A eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental no tratamento da depressão - 17 de agosto de 2021