3 atitudes que sabotam sua saúde emocional no trabalho e você nem imagina

3 atitudes que sabotam sua saúde emocional no trabalho e você nem imagina

O ambiente de trabalho é o cenário perfeito para as emoções se manifestarem, já que envolve grande competitividade, pressão, capacidade de lidar com figuras de autoridade [e autoritárias], atendimento de expectativas externas, entre outras.

Permitir-se ser envolvido por todos estes pontos pode te colocar em um cenário difícil para controlar suas emoções. Por isso, separei algumas atitudes que vale ficar atento para ter mais inteligência emocional no trabalho.

#1 – Valorizar o volume de trabalho

“Para fazer o que eu faço precisava mesmo era de umas 5 pessoas.” Frases como esta, que escondem um certo orgulho relacionado à capacidade de dar conta de muitas coisas, tendem a sustentar uma autoimagem de um profissional essencial.

Como consequências negativas disso, vemos horas extras em excesso com reflexo no cansaço e saúde do profissional, além do alto custo para a empresa, que pode gerar na pessoa dificuldades em trabalhar em equipe, pouca energia para ficar com a família, alto nível de estresse, etc.

“Mas eu tenho mesmo muitas coisas para fazer!”

Sempre tem momentos em que há um volume extraordinário de trabalho, se pontual, então tudo bem. Quando se torna algo constante, pode estar relacionado a uma insegurança do profissional, que sente a necessidade de se mostrar o tempo todo ocupado, “essencial” para a empresa.

Há outras maneiras de se buscar a segurança no trabalho: gerando valor, trocando se for possível atividades operacionais por atividades automatizadas, delegar tarefas e fazer uma autorreflexão que considere nestes pontos:

  • Esta atividade precisa de fato ser feita por mim?
  • Este é o caminho mais prático para fazer esta demanda?
  • O processo está adequado?
  • É esperado de fato que esta atividade seja feita? 

Um exemplo fala mais que qualquer explicação

Na última empresa que trabalhei, um relatório de mais de cem páginas era feito semanalmente e distribuído para quinze áreas, demandando o esforço de três profissionais e dois dias de trabalho, tendo assim por mais de três anos.

O esforço era grande, então um profissional foi investigar a utilização e o que foi descoberto? Quase ninguém abria o relatório e a maioria das áreas consultava as informações diretamente nos sistemas onde elas eram originadas. Por fim, o relatório deixou de ser produzido e ninguém sentiu falta. Agora imagine a energia, tempo, estresse e pressão para finalizar algo tão grande sem serventia alguma? 

#2 – Não conseguir estabelecer relações de parceria com seus pares

A competitividade por vezes fará você pensar que precisa se destacar em relação ao seu par, ou mesmo ele em relação a você. Seu chefe irá passar algumas demandas de trabalho e alguns vão correr para ver quem apresenta a melhor solução e/ou ppt mais bonito. Alguns fatos, como por exemplo: seu par apresentar uma ideia em uma reunião, pode ser interpretado por você como algo do tipo: “Aff, lá vem esse cara querendo aparecer”. 

“Sério que você está me falando que eu tenho que trabalhar bem em equipe?”

Desculpe, mas sim! A empresa não espera que as pessoas se amem e sejam melhores amigos. Ela espera que os profissionais apresentem soluções que ajudem esta empresa a se manter competitiva e antecipar os desejos de consumo de seus clientes.

E isso não se constrói por ninguém isoladamente. Somos interdependentes em qualquer contexto da nossa vida – por mais que você não se sinta confortável (se você sente dificuldades fortes neste sentido, busque compreender o que te desperta essa leitura da situação). 

O que fazer então para trabalhar bem com aquele(a) chato(a)? 

Tente ouvir mais que interpretar, pois tendemos a usar os nossos princípios e nossas preferências para julgar o outro. Veja: imagine que você frequenta uma religião que é completamente diferente deste colega, e talvez este fator seja uma enorme barreira para vocês se aproximarem e buscarem uma relação mais saudável no dia a dia.

É importante considerar que existem gostos e decisões diferentes das suas e que está tudo bem, você não precisa concordar, apenas aceitar. Assim, fica mais fácil de validar o que o colega diz e de aproximá-lo para concordar ou discutir com mais tranquilidade as ideias, convergindo em algo comum aos dois.

#3 – Ver a irritação dos seus clientes como algo pessoal

Ontem mesmo eu estava ao telefone para resolver um ajuste no valor do meu plano de internet e eu naturalmente estava brava [mas não mal-educada] pois a empresa não tinha uma causa justa para praticar algo diferente do que contratei.

A atendente começou a interromper a minha fala, expressando-se em voz mais alta e querendo se sobrepor a tudo o que eu dizia, sem me ouvir de fato. Eu a interrompi e lhe disse: “Silmara, eu não entendo por que você está me impedindo de expressar o meu problema! Estou brava com a empresa, não é com você!” Ela foi desacelerando sua fala, pedindo desculpas por ter sido mal interpretada e me permitindo explicar. 

“Mas eu lido com problemas o tempo todo, não tenho que ficar aguentando desaforo!”

Com clientes internos ou externos, não há necessidade de “aguentar” nada. Imagine o seguinte: todos temos necessidades e esperamos que elas sejam atendidas. Colocar-se ao lado desta pessoa, ouvindo e buscando entender sua necessidade pode fazer toda a diferença.

Não se trata de entrar em uma batalha e ver quem grita mais. Aqui só se ganha estando no mesmo time, colocando o cliente no foco. O desgaste emocional é menor para ambos os lados e, mesmo que nem sempre seja possível resolver todos os problemas, haverá maior satisfação pela intenção de fazer o melhor possível. 

Estas são algumas situações que nos convidam a refletir sobre a nossa postura e que pode transformar um trabalho que por vezes vemos como “insuportável” em um ambiente que nos oferece oportunidades de desenvolver nossa inteligência emocional.

Afinal, muito se fala em felicidade no trabalho, em não sofrer com a segunda-feira ou não trabalhar dias na semana para ter a recompensa de dois dias de diversão. Já parou para pensar o quanto uma mudança de perspectiva pode refletir em mais saúde mental e disposição para aproveitar com quem mais importa? Faria toda a diferença, não é mesmo?

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