Ansiedade normal vs patológica: Saiba diferenciar uma da outra

Ansiedade normal vs patológica: Saiba diferenciar uma da outra

Será que a ansiedade que você sente é normal? Sentir o coração palpitar diante de um desafio ou ter as mãos suadas quando está nervoso é algo que todo mundo já passou. Mas quando a ansiedade fica excessiva?

É o que perguntamos para o profissional da Psicologia Viva (Conexa) para tirar todas as suas dúvidas! Veja só!

O que é ansiedade

Você sabia que a ansiedade, transtorno amplamente falado em todo o mundo, é uma reação natural a todos os seres humanos?

Evolutivamente, foi necessário desenvolver a capacidade de entrar em estado de alerta. Isso possibilitava a defesa dos perigos aos quais os primeiros homens eram expostos na época em que ainda viviam em florestas, cercados por animais selvagens.

Ou seja, a ansiedade, ao contrário do que se possa imaginar, não é uma novidade. Ela acompanha a humanidade, em diferentes graduações, desde os primórdios.

Ao longo do tempo, com a ocupação e construção de espaços urbanos, a exposição aos riscos e ameaças foi reduzida. E, a partir do desenvolvimento econômico e social, chegou-se ao atual contexto em que vivemos.

Contudo esse mecanismo de defesa continua a ser acionado quando há uma situação de surpresa ou uma expectativa de futuro. Isso porque, existe o medo daquilo que ainda é desconhecido.

Assim, esse mecanismo de defesa, fazendo você ficar vigilante, prepara o seu corpo para algo que vai ou pode vir acontecer. Observe que quando tem ansiedade, você tende a se agitar mais que o normal. Sempre que existe um compromisso marcado, ou você precisa se preparar para algum evento, reunião ou tomar alguma decisão importante, provavelmente haverá mais ansiedade.

Os tipos de ansiedade

É importante esclarecer que a ansiedade possui diferentes tipos que variam de acordo com os estímulos que causam o medo e o estado de hipervigilância. Por exemplo:

Dessa forma, os casos mencionados acima são TRANSTORNOS DE ANSIEDADE e eles delimitam quando uma ansiedade se torna patológica. E isso acontece devido ao grau de intensidade e aos prejuízos gerados a curto e longo prazo para o indivíduo afetado.

A ansiedade normal e a patológica

A ansiedade é considerada normal, ou seja, não é tida como um transtorno quando:

  • Possui uma causa aparente; 
  • Dura pouco tempo;
  • Não exige um esforço intenso para que você seja capaz de controlá-la e superá-la. 

Em contrapartida, quando ela se repete constantemente e é gerada por um turbilhão de pensamentos intrusivos e negativos, o corpo entende que você deve ficar em estado de alerta para se proteger daquilo que está por vir. Inclusive, a esse acúmulo de pensamentos ruins é dado o nome de catastrofização.

Todo esse estresse gerado pelo excesso de ansiedade gera uma série de manifestações físicas. Ou seja, o corpo é diretamente afetado pelo transtorno e a ocorrência de crises. 

Assim, após uma ansiedade muito forte, é comum ocorrer:

    • Suor excessivo;
    • Tremores;
    • Palpitações;
    • Sensação de falta de ar e/ou respiração ofegante;
    • Batimentos do coração acelerados;
    • Euforia;
    • Irritabilidade;
    • Enxaqueca;
    • Insônia;
    • Agitação das pernas e braços;
    • Boca seca.

Assim, por haver uma manifestação de forma intensa e repentina, esses episódios são chamados de CRISES DE ANSIEDADE. Um quadro de ansiedade patológica traz prejuízos a longo prazo, como o estabelecimento de doenças psicossomáticas. Essas doenças são geradas por problemas psicológicos não resolvidos e que repercutem na saúde física.

Por isso, é muito comum chegar a um consultório médico com uma queixa de dor física e depois descobrir que o problema é psicológico. Muitas pessoas se espantam quando descobrem que a origem de problemas como doenças de pele, gastrite e úlcera, por exemplo, são desencadeados devido à ansiedade excessiva.

Além disso, um transtorno de ansiedade pode abrir espaço para o estabelecimento de um quadro de depressão. Muitos pacientes ficam extremamente desgastados por não conseguir lidar com a sua ansiedade e acabam entrando em um quadro depressivo. Assim, acaba sendo bastante comum que pacientes apresentem a doença e o transtorno ao mesmo tempo.

Mas o que faz a pessoa ficar desse jeito? Por que esses pensamentos ficam aparecendo na cabeça o tempo todo? E o mais importante: o que pode ser feito para resolver tudo isso?

A ansiedade tem cura?

É muito importante esclarecer que não existe uma cura para a ansiedade. Conforme já esclarecido acima, a ansiedade é uma reação natural do ser humano à iminência de alguma ameaça ou acontecimento. Ou seja, sentir ansiedade é absolutamente normal e, até mesmo, saudável. 

O problema é quando a ansiedade se torna excessiva, comprometendo o bem-estar físico e psíquico do sujeito. E esse excesso acaba atrapalhando, até mesmo, na realização das atividades do dia a dia. 

No entanto, mesmo não se falando em cura, existe sim tratamento para a ansiedade. E mais do que isso, pode-se falar em qualidade de vida e equilíbrio, a partir do controle das crises e autoconhecimento.

 

A Terapia Cognitivo-comportamental é o tratamento mais eficiente para a ansiedade

Quando se fala em tratar a ansiedade, é fundamental esclarecer que não  existe apenas um único caminho, são várias opções. E a escolha vai depender das condições de cada caso e das características pessoais do paciente. 

No entanto, mesmo havendo diferentes tratamentos, é impossível não destacar a Terapia Cognitivo-comportamental. Inclusive, os estudos acerca do tema demonstram que a linha cognitiva é a mais indicada para a prevenção e tratamento dos transtornos de ansiedade.

Nela, o profissional trabalha em conjunto com o paciente para reconhecer os seus gatilhos emocionais e a origem de pensamentos e crenças que corroboram para a manutenção da ansiedade. Esse processo age diretamente no que se chamam de DISTORÇÕES COGNITIVAS, que são padrões de pensamentos e crenças distorcidas da realidade. 

Nesse sentido, o objetivo é que o paciente possa identificá-las sempre que eles surgirem e assim corrigi-las cada vez mais rápido. Assim, ele é capaz de obter maior domínio sobre elas, oferecendo novos significados e adotando novas posturas e atitudes frente aos conflitos.

Por esse motivo, a terapia cognitiva é “psicoeducativa”. Ou seja, ela ensina o paciente a compreender o que, como e o porquê acontece em seu organismo. E o mais importante: ela ensina como esse paciente pode resolver todos os problemas envolvidos.

Para que um paciente possa aplicar estratégias de enfrentamento, o protocolo adotado para casos de ansiedade patológica varia de acordo com o tipo de ansiedade. Por isso, é fundamental o diagnóstico realizado por um especialista. 

Um paciente com caso de fobia, além do treinamento cognitivo para identificar pensamentos e crenças envolvidas no transtorno, é feito a exposição gradual ao medo. E isso é feito em pequenos passos até ele atingir seu objetivo.

Nesse sentido, quando se trata de síndrome do pânico, o paciente é estimulado a retirar o foco dos sintomas até que possa se acalmar e se situar novamente no ambiente.

Uma vida melhor é possível!

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar em número de pessoas ansiosas no mundo. Esse dado demonstra a urgência de se atentar à saúde mental para que seja possível conviver com mais inteligência emocional e, consequentemente, maior qualidade de vida. 

Ao passo que a ansiedade permitiu ao ser humano sobreviver ao longo da história e evoluir, ela também se tornou a vilã de muita gente que ficou refém dos sintomas sempre que eles aparecem. Portanto, é importante saber identificar quando ela está passando de um nível aceitável para um exagerado. 

Assim, é importante procurar um psicólogo que possa oferecer todo o suporte necessário e que faça um atendimento personalizado para cada caso. Vale ressaltar que, conforme já foi descrito, a ansiedade é plural e se manifesta de forma diferente para cada pessoa.

Se você suspeita que sua ansiedade é exagerada, desproporcional, irracional, automática e sem controle, não hesite em buscar uma ajuda profissional. O serviço de psicoterapia é essencial para que a pessoa aprenda a conviver com mais domínio sobre as suas reações emocionais, sem depender do uso corriqueiro dos medicamentos.

Lembre-se que para alcançar a mudança que você precisa, é necessário dar o primeiro passo.

Então, como está a sua ansiedade hoje? Vamos conversar? Clique aqui para agendar uma consulta na plataforma da Psicologia Viva!

Psicólogo Saymon Souza Correa da Silva
CRP .: 08/32082

Referências:

Braga, J. E. F., Pordeus, L. C., Silva, A. T. M. C., Pimenta, F. C. F., Diniz, M. F. F. M., & Almeida, R. N. D. (2010). Ansiedade patológica: bases neurais e avanços na abordagem psicofarmacológica. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 14(2), 93-100.

Castillo, A. R. G., Recondo, R., Asbahr, F. R., & Manfro, G. G. (2000). Transtornos de ansiedade. Brazilian Journal of Psychiatry, 22, 20-23.

Saymon Souza Correa da Silva
Últimos posts por Saymon Souza Correa da Silva (exibir todos)
Deixe seu comentário aqui
Assine nossa newsletter

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos melhores conteúdos sobre bem-estar, saúde e qualidade de vida

Saúde mental, bem-estar e inovação que seu colaborador precisa

Através do nosso programa de saúde mental, as empresas reduzem perdas com afastamento do trabalho por demandas emocionais.