A Autoestima
Quando falamos de autoestima, nós a entendemos como um auto valorizar-se. É a estima que se cria internamente, como uma apreciação de você mesmo ou um cuidado interno.
Isso não quer dizer, claro, que alguém que tenha uma “boa” autoestima esteja SEMPRE se sentindo seguro de si e da sua aparência. Esse é um processo de “altos e baixos”, que leva tempo até que alguém realmente consiga se sentir confortável com o próprio corpo e mente, ou consiga acolher suas críticas internas.
E uma das peças-chave é reconhecer esses momentos de recaída, aceitar que tudo bem eles existirem, pois ter esse acolhimento próprio, também faz parte de aceitar quem você é e o processo no qual você está passando.
Mas como a autoestima, ou a falta dela, pode influenciar suas relações? Convido você a refletir comigo sobre quatro situações que ela pode refletir:
1 – Aceitando sua individualidade
Saber e aceitar quem VOCÊ É, com qualidades e defeitos, é a forma perfeita para entender a importância da sua INDIVIDUALIDADE.
Ué, e como isso influencia os relacionamentos?
Sabe aquele casal que sempre faz tudo junto? Quando você chama sua(seu) amiga(o) para sair, mas o(a) namorado(a) vem junto? Ou então ela(e) não vai em tal lugar porque o outro não pôde ir? E se for, ainda rola briga de casal?
Esses são exemplos de uma individualidade inexistente dentro de uma relação. Em que um não consegue ser sozinho sem o outro. Um não se reconhece mais nos ambientes, nas amizades, sem a outra pessoa.
Ou seja, a falta de individualidade, gera ao casal uma codependência, ou seja, uma ligação emocional muito forte onde a identidade do casal se perde. E isso pode acabar gerando ciúme, brigas que desgastam o casal, falta de liberdade, o desinteresse de um pelo outro começa a surgir e, se essa relação termina, reconstruir-se de novo e redescobrir sua nova personalidade, agora, sem essa relação, se torna muito mais difícil.
Alguém que aceita a sua própria individualidade sabe da preciosidade que é ser você mesma(o).
2 – A importância de impor limites
A autoestima também te ajuda na hora de impor os seus limites. Porque dessa forma, você sabe do que você precisa, sabe dos seus objetivos, das suas vontades e entende o seu próprio momento. Sabe que se o momento do outro não for compatível com o seu, tá tudo bem. Bola pra frente e segue o jogo.
Um exemplo aqui: vamos supor que uma mulher está em um relacionamento e acontece uma traição. O homem diz que se arrepende, pede pra voltar, aparece cada dia com um presente diferente, todos os familiares dizendo pra ela perdoar, pra voltar pra ele, mas ela não volta. Por quê? Porque ela entende que o que esse homem tinha para oferecer não era suficiente. Não condizia com o que ela quer pra vida dela, com os objetivos dela pra uma relação.
Isso quer dizer que ela não vai ficar triste? Não vai se sentir abalada? Claro que não. Mas ela entende o valor que tem e sabe o que pode retribuir em um relacionamento. Ela entende que menos do que ela pode oferecer em uma relação, não é o aceitável.
3 – Submetendo-se a relações medíocres
E quando não se entende o próprio valor, necessidades e próprios limites, pode gerar relacionamentos debilitadas, que te faz aceitar ou se submeter a relações medíocres.
É como o famoso “dedo podre”, onde a mulher ou o homem insiste em aceitar relações que não agregam na sua vida, não trazem evolução, e muito pelo contrário, acabam reforçando os sentimentos de rejeição, insegurança, confusão sentimental e o de não ser merecedor(a) de um companheira(o) ou uma relação melhor, que realmente funcione com parceria, apoio emocional e companheirismo.
Ou seja, o medo de se impor, de não reconhecer os seus valores e não entender que tipo de entrega é necessária em uma relação, sempre coloca a mulher ou o homem nesse infinito “aceitar”. Isso acontece muitas vezes pelo medo de parecer mal educado(a), ingrato(a) ou por querer agradar o outro. Sendo assim, é preferível se manter nessa relação… Então ficar e aceitar é menos arriscado do que sair desse relacionamento e encarar o medo de ficar sozinho(a). E frustrar o outro é algo que demanda muito desse entendimento de quem você é e do que você realmente quer pra sua vida afetiva.
4 – Quando você se sente bem consigo mesmo, não aceita convites pra ser outra pessoa
Mais uma coisa interessante da autoestima nos relacionamentos é que você entende quem você é, sabe das suas qualidades e aceita seus defeitos sabendo que precisa melhorá-los.
Você entende que qualquer convite do outro que fuja desses princípios de quem você é ou quer ser não te serve. E você passa a entender que assim como o seu jeito não vai mudar pra agradar o seu parceiro, você não precisa encaixar o seu parceiro no jeito que você gostaria que ele fosse. Porque de novo, você entende as individualidades de cada um. Sabe do encanto que é ser você e entender esse processo no outro também. Reconhece e compreende os dois momentos.
Podemos dar um exemplo sobre aquele casal que não tem NADA em comum, mas que um ainda entende o outro e aprende com ele. Não é necessário mudar nada no outro, assim como não é necessário se moldar no que o outro quer. A mulher ou o homem entende que se por acaso alguma transformação acontecer, ela vai ser natural, nada forçado, que deixe o outro ou você mesmo(a) desconfortável em se manter ali.
Concluindo
O que fica aqui e que eu gostaria que você entendesse é que a autoestima (ou amor próprio) é a base para você ser quem você é, entender a si mesmo(a) por dentro e conseguir passar isso para as outras pessoas, e, consequentemente, para as suas relações.
É o segredo para como você se impõe e se mostra para o mundo. Quais foram os pensamentos que surgiram aí durante esse texto?
- Autoestima e relacionamento: O que você precisa saber - 10 de novembro de 2020