Baby blues ou disforia puerperal
Baby blues ou disforia puerperal é uma labilidade emocional, que ocorre por fatores hormonais onde o organismo da mulher está se reorganizando para voltar ao seu estado normal.
A mãe chega em casa com o bebê e começa a pressão social, palpites, história horríveis, bebê que não dorme, dificuldade para amamentar, o que pode gerar uma carga emocional muito grande.
Como principais sintomas temos
- Tristeza;
- Choro fácil;
- Ansiedade;
- Mudança de humor;
- Irritabilidade;
- Pouco concentração;
- Problemas para dormir.
Quanto tempo dura
Geralmente tem início 3 dias após a chegada da mãe com o bebê em casa podendo durar 2 a 3 semanas. Passando dos 45 dias pode indicar um transtorno ou alguma alteração emocional significativa como a depressão pós-parto.
Cerca de 50 a 80% das mulheres no pós-parto apresentam o baby blues, é normal, esperado e não precisa de tratamento medicamentoso.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto é um transtorno de humor que pode afetar as mulheres após o parto. Não tem uma causa única, resulta-se de uma combinação de fatores físicos e emocionais.
1 em cada 4 brasileiras sofrem com a depressão pós-parto, quadro que pode durar muito mais do que algumas semanas e apresentar emoções mais intensas, impossibilitando a mãe de realizar tarefas simples do dia a dia.
É importante lembrar que uma mãe com depressão não significa que ela não ama o bebê ou vai rejeitá-lo, muitas vezes ela quer cuidar e não tem energia.
A depressão pós-parto pode aparecer até os dois anos após o parto, porém, é preciso analisar todo o contexto histórico dessa família.
Fatores de risco
- Histórico de depressão, durante a gestação ou em outros momentos da vida;
- Perdas gestacionais;
- Gravidez indesejada;
- Gravidez na adolescência;
- Ansiedade gestacional;
- Possuir diagnóstico de transtorno bipolar;
- Membros da família com depressão;
- Problemas financeiros.
Os sintomas da depressão pós-parto
Os sintomas geralmente são confundidos com o baby blues, porém são mais intensos e duradouros podendo começar até seis meses após o parto.
Precisamos levar em consideração que cada indivíduo é único e pode apresentar sintomas diferentes, porém entre os principais temos:
- Mudanças de humor severas;
- Humor deprimido;
- Ansiedade;
- Choro excessivo;
- Angústia;
- Falta de energia e motivação;
- Medos que antes não se tinha;
- Alterações do apetite;
- Insônia ou hipersônia;
- Dificuldade em tomar decisões ou pensar com clareza;
- Perda do interesse e prazer nas atividades que a mãe costuma realizar;
- Diminuição ou perca da libido.
Tratamento
O tratamento depende do grau do problema e pode incluir ou não o uso de medicamentos. Nos casos de grau mais leve é tratado com um psicólogo utilizando-se da terapia, em casos mais avançados é necessário passar também por um psiquiatra para incluir tratamentos medicamentosos. Se não for tratado, a depressão pós-parto pode se agravar interferindo na vinculação mãe-bebê, e trazendo complicações futuras para ambos.
Depressão pós-parto paterna
Sabe toda aquela insegurança e medo que sentimos assim que olhamos para aquele positivo?
Então, os pais também podem sentir. Durante a gravidez, o pai enfrenta uma série de mudanças que irão influenciar na relação conjugal e também na relação com os filhos.
Os estudos indicam que transtornos psiquiátricos pós-parto paternos apresentam prevalência significativa no Brasil variam entre 11,93 e 25,4%5 e impactam diretamente no apoio que o pai dá à mãe e ao bebê durante o primeiro ano pós-parto.
Vivemos em uma cultura patriarcal e machista onde a maioria dos homens não foram ensinados a fazer trabalhos domésticos. Hoje com toda a cobrança social para que o pai se torne mais participativo em relação aos cuidados com os bebês e sua família, o pai acaba por ficar vulnerável, assim contribuindo também para o seu adoecimento psíquico.
Não existe um sistema educativo que auxilie os pais no sentido de compreender os seus sentimentos e as formas possíveis de cuidados tanto com a mãe quanto com o bebê.
E aquele homem que estava acostumado a ser cuidado, espera por uma relação que se assemelha ao período anterior da gestação, na atenção, sexualidade e muitas vezes não conseguem encontrar o seu lugar na nova dinâmica familiar.
A Depressão pós-parto é mais comum entre os pais de primeira viagem ou que não estavam preparados a chegada de um bebê.
“As mudanças trazidas pela maternidade e paternidade têm um impacto enorme para essas famílias por isso, é de suma importância o acompanhamento dos pais ao lado da mulher, em cada etapa da gravidez. Exames de rotina, pré-natal, pré-natal psicológico, grupos de casais, e aos poucos e juntos, vão se preparando para o que vem pela frente”
- Diferença entre baby blues ou disforia puerperal e depressão pós-parto - 1 de novembro de 2019
- Luto perinatal e a atuação do psicólogo: tudo que você precisa saber - 30 de outubro de 2019
- Pré-natal psicológico: como ele pode influenciar nossa saúde mental? - 28 de outubro de 2019