Depressão profunda: O que fazer na fase mais crítica da doença?

Depressão profunda: O que fazer na fase mais crítica da doença?

O questionário não deve ser considerado como um diagnóstico, apenas como uma orientação dos níveis dos sinais. Nesse caso, sempre é recomendado consultar um profissional capacitado para uma avaliação completa.

Você conhece alguém ou já esteve com depressão profunda?

Sabemos que as pessoas estão cada vez mais insatisfeitas com suas condições de vida, têm encontrado dificuldades para conseguir um emprego e ainda precisam lidar com uma competição acirrada na busca de uma vida melhor.

Esse cenário provoca um nível maior de ansiedade e também faz com que as pessoas busquem o reconhecimento de forma rápida e incessante, resultando em mais estresse. Soa familiar?

Durante o último mês, você vem se sentindo para baixo, triste ou sem esperança?

Observou que está com pouco interesse ou prazer em fazer as coisas?

Se você se identifica com esse quadro e acha que pode estar com depressão profunda, conhece alguém que está deprimido, ou mesmo se já está em tratamento e quer realmente melhorar, este artigo pode ajudar.

Os sintomas da depressão podem ser difíceis de ser identificados e confundidos com outros problemas como o cansaço e a fadiga, causando perdas na vida familiar, social e profissional.

Porém. a depressão é uma doença que provoca uma mudança em como a vida é sentida e percebida.

É como se lentes escuras e embaçadas fossem colocadas na frente dos seus olhos.

A depressão profunda é chamada de depressão clínica e afeta a mente e o corpo, levando a pessoa a se  perguntar se vale a pena viver.

Mas, o que é depressão profunda?

Observa-se que fisiologicamente, a depressão é um desequilíbrio no cérebro. Mas, ao contrário de outras doenças, ela não pode ser curada apenas com medicamentos, já que ela é uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.

É necessário um tratamento psiquiátrico e psicológico com medicamentos e psicoterapia.

A depressão profunda é considerada a fase mais crítica da doença e apresenta algumas características como:  

  • Fadiga;
  • falta de energia para fazer as atividades do dia a dia;
  • tristeza contínua;
  • pensamentos de culpa ou autoextermínio;
  • dificuldade para manter o autocuidado, como tomar banho, trocar de roupa e escovar os dentes.

A depressão profunda não é apenas difícil, mas também é a depressão mais  perigosa. Mais de 90% das pessoas que cometem suicídio tem um transtorno mental diagnosticável, que muitas vezes inclui a depressão.

As pessoas que sofrem com esta doença, muitas vezes, sentem-se desconfortáveis com a perspectiva de procurar tratamento e combater as causas e os sintomas do transtorno. No entanto, é fundamental que o façam.

A depressão profunda não é rara. Uma em cada cinco pessoas passa por uma depressão profunda clinicamente grave em alguma época da vida. Em uma dentre quinze pessoas, o quadro é tão severo que exige hospitalização.

Em alguns tipos de depressão ocorrem alterações hormonais que podem interferir profundamente no funcionamento do sistema imunológico.

O resultado é que a pessoa passa a ter menos condições para repelir a doença e apresenta maior risco de ter problemas de saúde.

+Leia também: O que é depressão? 94% das pessoas não sabem – Psicóloga explica!

Sintomas da depressão profunda

Os sintomas depressivos podem variar muito de pessoa para pessoa. Enquanto uma pessoa deprimida pode experimentar sentimentos de tristeza, desesperança e desamparo, outra pode sentir raiva, irritação e desânimo.

Os sintomas também podem ser parecidos com uma mudança de personalidade.

Por exemplo, uma pessoa tipicamente paciente pode começar a perder a paciência com coisas que normalmente não seriam preocupantes.

Os sintomas depressivos também podem mudar durante o curso da doença. Alguém que é introvertido e triste pode tornar-se altamente frustrado e irritado. Sendo isso resultado da diminuição do sono e da incapacidade de realizar tarefas simples, ou de tomar decisões.

É importante lembrar que o resultado do questionário não é uma avaliação psicológica. Assim, apenas por esse resultado, não é possível diagnosticar um quadro de ansiedade e depressão.

Irritabilidade, Tristeza e vazio

Adultos, crianças e adolescentes que sofrem de depressão profunda têm sentimentos de extrema tristeza, irritabilidade ou de vazio, propensão aos sentimentos de frustração e raiva.  Num minuto podem chorar e, no próximo, podem gritar de frustração ou raiva.

Algumas pessoas com este transtorno relatam não sentir nada, como se os seus corpos e mentes estivessem vazios.

Essa é a razão pela qual alguns adolescentes se cortam, querem sentir a dor física para realmente sentir alguma coisa. Crianças que sofrem de depressão profunda permanecem isoladas e choram de angústia.

Isolamento

Quem sofre de depressão profunda, provavelmente, isola-se dos amigos e familiares. A pessoa com a doença deixa de atender telefonemas, ir a encontros sociais e deixam de cumprir as suas obrigações familiares.

Por exemplo, uma mãe que sofre de depressão profunda pode deixar de cuidar dos seus filhos, de fazer as refeições, de lavar as suas roupas e de os ajudar com os trabalhos de casa.

Alguns adultos deprimidos isolam-se no local de trabalho por longos períodos de tempo, para que não tenham que interagir com os seus familiares.

Comer e dormir

A maioria dos pacientes com depressão profunda passa por alterações nos seus padrões de alimentação e de sono. Além disso, têm dificuldade em adormecer e em permanecer dormindo.

Há também aqueles que têm dificuldade em se manterem  acordados. Isto causa fadiga e dificuldade de concentração.

Além disso, a pessoa com depressão profunda pode passar a comer demais na maioria das refeições ou experimentar uma perda de apetite, resultando em ganho de peso ou perda. Nas crianças, a variação de peso é mais perceptível.

Escola e assuntos de trabalho

As primeiras áreas afetadas pela depressão profunda são o trabalho ou a escola, dependendo da faixa etária. As crianças e adolescentes têm, frequentemente, uma diminuição notável no desempenho escolar, faltam às aulas e entram em discussões com os colegas.

Os adultos têm dificuldade em realizar projetos de trabalho dentro do prazo, frequentar o emprego numa base regular, chegar ao trabalho na horas. Além da dificuldade de concentração.

Higiene pessoal

A maioria das pessoas com depressão profunda deixa de cuidar do próprio corpo. Não têm a energia ou a motivação para tomar banho regularmente, escovar dentes, pentear o cabelo, lavar a sua roupa ou até mesmo mudar de roupa. Podem aparecer no trabalho com a mesma roupa durante vários dias seguidos.

Desespero

Infelizmente, é comum que as pessoas que lidem com essa doença se sintam inúteis. Não percebem como as suas vidas podem mudar, nem sentem qualquer esperança ou felicidade para o futuro.

Os pacientes com depressão profunda podem dizer coisas como: “Ninguém me ama” ou “eu seria melhor que tivesse morrido, sou um estorvo”.

Ideias de suicídio

Grande parte das pessoas diagnosticadas com depressão profunda pensa em suicídio. Alguns escolhem um plano específico para obter os meios para acabar com as suas vidas. Essas pessoas precisam de ajuda imediata.

O site de informações em saúde mental  relata que os sinais de pensamentos suicidas incluem: falar sobre a morte e o morrer, agir de forma imprudente, dizer adeus aos seus entes queridos, dar bens pessoais importantes e uma mudança repentina de depressão profunda para um estado de calma e felicidade.

Diminuição do interesse ou prazer

Há uma espécie de diminuição de interesse em atividades diárias e atividades que até então eram fonte de prazer ou diversão para a pessoa.

Agitação ou retardo psicomotor

A pessoa permanece inquieta ou agitada, fisicamente abatida e lenta, seja no trabalho ou em outras tarefas do dia a dia..

Fadiga

A fadiga também é um sintoma comum de desse tipo de transtorno.

Sentimentos de inutilidade ou culpa

Os pacientes com depressão também costuma apresentar um constante sentimento de culpa e inutilidade, sentem que não têm controle sobre as coisas.

Fases da depressão profunda

A depressão tem várias fases e pode ser muito profunda e grave, podendo ameaçar a vida do doente. O paciente sente-se marginalizado, mesmo que os outros não o vejam dessa forma.

Às vezes, para superar os sintomas, procura alívio nas drogas e em outros medicamentos que a longo prazo podem prejudicar a saúde.

Quando a depressão profunda é grave, as pessoas podem apresentar sintomas psicóticos, como alucinações e delírios.

Alucinação x delírio

As alucinações são “fantasmas”, sensações que parecem reais. Podem ocorrer em qualquer domínio sensorial (incluindo visão, audição, paladar, olfato e tato), e chegam ser muito convincentes — assim como perturbadoras.  

A forma mais comum de alucinação é auditiva: o paciente ouve vozes de pessoas que não estão presentes.

Delírios são crenças falsas, muito fortes, que levam uma pessoa a interpretar mal os eventos e relacionamentos.

Eles variam muito em seus temas, que podem ser de:

  • Perseguição: sensação de ser seguido ou espionado;
  • referencial: achar que um programa de TV ou que a letra de uma música contêm mensagens especiais só para si;
  • somática: crer que uma parte do corpo foi alterada ou ferida, de alguma forma;
  • religiosa: crenças falsas com conteúdo religioso ou espiritual.

Quando alguém está deprimido e com sintomas psicóticos, o conteúdo das alucinações e delírios, geralmente,  é acompanhado por um humor deprimido e concentra-se em temas de culpa, inadequação pessoal ou doença.

Por exemplo, as pessoas deprimidas podem, realmente, acreditar que não são capazes de executar o seu trabalho ou deveres como pais porque são insuficientes.

Um episódio de depressão que envolve sintomas psicóticos pode ser particularmente problemático, porque o paciente pode perder a capacidade de distinguir entre experiências reais e imaginárias.

O que fazer para superar a depressão profunda

Os efeitos adversos da depressão profunda sobre a saúde das pessoas são realmente perigosos. Por isso, é necessário controlar a depressão e tentar livrar-se dela, antes que ela tome um rumo perigoso.

Essa doença interfere com os níveis de energia e, as pessoas que sofrem com ela, muitas vezes, sentem-se desconfortáveis com a perspectiva de procurar tratamento e combater a depressão.

No entanto, é fundamental que o façam. Superar uma depressão profunda é difícil, mas não impossível. Veja como:

Passo 1

Obter tratamento. A depressão é muito difícil de superar sem ajuda externa. A consulta com um profissional de saúde é indispensável.

Uma das terapias passa pela administração de medicamentos que podem estabilizar as substâncias químicas no cérebro e fazer com que o paciente se sinta melhor.

Já a terapia cognitiva comportamental ajuda o paciente a resolver os seus problemas atuais e a aprender novas maneiras de lidar com a sua doença.

Passo 2

Estabeleça metas. Mesmo que a medicação e o aconselhamento sejam benéficos para pessoas com depressão profunda, só serão eficazes se o paciente estiver disposto a trabalhar para combater a depressão.

Estabelecer pequenas metas, concretas, sobre o processo de recuperação pode ajudar na continuação da luta contra a doença de uma forma produtiva.

O cumprimento dessas metas, muitas vezes, dá ao paciente uma sensação de poder e controle sobre a sua condição.

Passo 3

Permanecer saudável. Muitas pessoas subestimam a ligação entre a saúde física e a saúde mental. Abundância de exercício, alimentação saudável, dormir bem à noite, evitar drogas e álcool e reduzir o estresse pode ajudar a manter os sintomas da depressão à distância.

Passo 4

Procurar apoio. O processo de recuperação é muitas vezes difícil, mesmo com a medicação e aconselhamento adequada. Embora a ajuda profissional seja útil, as pessoas deprimidas que se cercam de apoio e pessoas positivas podem ter um processo de recuperação mais fácil.

Também é útil quando as pessoas deprimidas educam os seus parentes e amigos sobre a sua doença, isto lhes permite prestar atenção aos sintomas de retorno e ajudar com metas tangíveis.

Passo 5

Ser paciente. Pode levar várias semanas antes que o resultado da medicação ou terapia seja notável. Os resultados do tratamento dependem muito do paciente, por isso,  poderá ser necessário tentar diferentes tratamentos antes de encontrar a melhor opção para a sua situação específica.

As pessoas que sofrem de depressão profunda devem permanecer dedicadas aos seus objetivos e focadas na sua recuperação, mesmo que não experimentem melhoras tão rápido quanto esperavam.

Embora as condições apresentadas possam parecer sombrias, há dois pontos positivos:

Primeiro, se você está com depressão profunda, você não está sozinho. São muitas as situações em que as pessoas se encontram enormemente sós no seu sofrimento, mas depressão é muito comum e atinge algum indivíduo em praticamente todas as famílias.

O segundo ponto positivo é que existe ajuda e esperança. A depressão é um dos estados emocionais mais passíveis de tratamento.

O papel da psicologia no tratamento

Em uma depressão profunda, é importante que você procure dois profissionais para que o tratamento tenha um bom resultado: um  médico psiquiatra — para poder te ajudar a controlar os sintomas mais graves com medicamentos — e uma psicóloga para poder trabalhar os aspectos emocionais que levaram a depressão.

A psicóloga é aquela pessoa que está apta a ouvir todas as dores e as angústias de pessoas desconhecidas, para em seguida, fazer análise e estudar para indicar caminhos a serem seguidos para encontrar uma luz, uma esperança.

Essa profissional atua como guia em meio à escuridão, pode não ser sua melhor amiga, mas será uma pessoa que poderá te levar a melhores amigos, a começar por você mesmo.

Sim, isso mesmo, você ser seu melhor amigo, não viver em conflito com você mesmo, pois isso é a verdadeira chave para encontrar o sentido da vida.

A psicóloga convida a pessoa a descobrir o seu valor pessoal, para em seguida, recuperar seus sonhos, planos e esperanças, reativando a sua motivação a viver.

Alguns dos comentários mais comuns, apresentados por pacientes após terem sido atendidas por uma psicóloga:

“Agora entendo o que é que tem acontecido comigo. Pensei que eu estava enlouquecendo. Eu queria que alguém me tivesse explicado antes o que é depressão.”

“Pela primeira vez em muitos anos eu tenho um sentimento de esperança …Parece-me que agora existe , algo específico que eu posso fazer para diminuir a minha depressão.”

“As técnicas de ajuda fazem sentido para mim.”

“Eu não acreditava que houvesse alguma coisa capaz de me ajudar. Estava descrente e me sentia sem esperanças. Mas, depois dos atendimentos com a Psicóloga tentei as técnicas de autoajuda passadas por ela, e elas funcionam. Voltei aqui para obter nova injeção de ânimo, de modo que possa evitar ficar deprimida novamente.”

Lembre-se: cuidar de si mesmo é fundamental

Conclui-se que é fundamental buscar a ajuda de uma psicóloga ou um psicólogo, eles contribuirão para o combate a depressão, mas lembre-se: ator fundamental e insubstituível, é o próprio paciente que sofre de depressão, pois, é necessário partir dele a vontade de lutar contra o transtorno.  

Ou seja, o tratamento psicológico, bem como o psiquiátrico, tem uma grande importância, mas é preciso que o próprio paciente queira buscar ajuda.

O importante é procurar por um profissional com sensibilidade para entender a sua dor e que faça você se sentir acolhido.

Não esqueça: procurar ajuda psicoterapêutica é um sinal de coragem e maturidade. Por isso, é muito importante as pessoas reformularem suas histórias de vida, as regras impostas, os desejos, os medos, para evitar a depressão profunda.

Pois, felizmente, há maneiras de lidar com o sofrimento emocional, sentir pesar pelas perdas e obter a cura. Mesmo diante de uma situação que pareça ser de desespero insuportável, você tem condições de vencer a depressão, se recuperar  e de se sentir vivo novamente.

Portanto, mexa-se, faça algo por você! A psicóloga está aqui para ajudar. Entre no consultório virtual e agende uma consulta.

Referências:

PRESTON, John. Vença a depressão: um guia para a recuperação. Tradução de José Luiz Meurer.  Rio de Janeiro: Editora Record,1989.

LEAHY, Robert L. Vença a depressão: antes que ela vença você. Tradução de Sandra Maria Mallmann da Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2015.

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