É depressão ou tristeza? 5 dicas para compreender e diferenciar uma da outra

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É depressão ou tristeza? 5 dicas para compreender e diferenciar uma da outra

O questionário não deve ser considerado como um diagnóstico, apenas como uma orientação dos níveis dos sinais. Nesse caso, sempre é recomendado consultar um profissional capacitado para uma avaliação completa.

Depressão é um transtorno de humor crônico e recorrente que leva as pessoas a sentirem-se impossibilitadas de realizarem suas atividades por sentirem-se profundamente tristes e cheias de desesperança.

Tem por característica sintomas como tristeza profunda, sentimento de culpa, baixa autoestima, alteração do peso, dentre outros.

Você deve estar se perguntando: mas afinal, qual a diferença entre depressão e tristeza? Vamos responder essa pergunta com 5 dicas que nos facilitará a compreensão, vamos começar entendendo o que é a tristeza.

#1 – O que é tristeza?

A tristeza é um sentimento ou emoção absolutamente comum entre nós seres humanos. Ela tem por característica a falta de ânimo para a realização das tarefas diversas.

Também a falta de alegria perante as coisas da vida e outras emoções de insatisfação são características comuns.

Depressão ou tristeza?

Então como saber se é depressão ou tristeza?

Podemos dizer que a depressão é uma doença que traz em si mesma uma tristeza muito mais acentuada e profunda, que não sessa.

O que é enormemente diferente daquela tristeza transitória.

Aquela tristeza ocasionada pelos acontecimentos difíceis da vida e que todo mundo já passou e conhece.

Mesmo assim, se você ainda não está certo quanto a diferenciar esses sentimentos, responda agora mesmo nosso questionário de depressão clicando neste link. É totalmente gratuito!

#2 – Os sintomas da depressão

Alguns sintomas da depressão são:

  • Alteração do peso;
  • Perda de energia e fadiga;
  • Excessivo e constante sentimento de culpa,
  • Distúrbios relacionados aos pensamentos (como dificuldade de concentração, diminuição do raciocínio lógico),
  • Alteração da libido,
  • Ideias suicidas,
  • Pensamentos distorcidos de si mesmo, o que gera baixa autoestima.

Agora que não temos mais dúvida se aquele nosso sentimento é depressão ou tristeza, devemos saber que segundo os dados da OMS – Organização Mundial de Saúdedepressão é a doença mais comum em todo o mundo e a principal causa de incapacidade.

Para ser mais preciso, ela atinge em média 350 milhões de pessoas no mundo.

#3 – Causas da depressão

As causas da depressão não são totalmente conhecidas e talvez não proceda de uma única fonte. A depressão está ligada, provavelmente, a uma complexa combinação dos quatro seguintes fatores:

  • Genético;
  • Biológico – mudanças nos níveis de neurotransmissores;
  • Fatores ligados ao meio ambiente ou ambiente externo;
  • Psicossocial.

Algumas pessoas enfrentam maiores riscos de depressão que outras, os fatores de risco incluem:

  • Eventos da vida: Acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas
  • Personalidade: Aqueles com menos sucesso ou menos estratégias de enfrentamento para as dificuldades da vida, ou que sofreram algum trauma em algum momento, estão mais vulneráveis.
  • Fatores genéticos: Ter parentes em primeiro grau com depressão aumenta o risco.
  • Trauma de infância.
  • Uso de drogas: Isso inclui corticoides, como beta-bloqueadores e outras prescrições de drogas.
  • Abuso de drogas recreativas: Abuso de álcool, anfetamina, e outras drogas estão ligados fortemente à depressão ou tristeza profunda
  • Ter tido um episódio ou mais de depressão: Isso aumenta as chances de risco de crises subsequentes
  • Síndrome de dores crônicas: Essas e outras crônicas, como diabetes, doença pulmonar e doença cardiovascular tornam a depressão mais provável.

Os três graus de depressão

 

(É importante lembrar que o resultado do questionário não é uma avaliação psicológica. Assim, apenas por esse resultado, não é possível diagnosticar um quadro de ansiedade e depressão.)

Os quadros de depressão também variam de intensidade e duração, são classificadas em três graus, a saber: leve, moderado e grave.

Durante um episódio depressivo grave, é muito pouco comum que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais, trabalho ou atividades domésticas.

Por outro lado também, uma distinção fundamental é feita entre depressão em pessoas que têm ou não um histórico de episódios de mania, como veremos mais detalhadamente adiante.

Esse transtorno não atinge apenas adultos, pode também se manifestar em crianças e adolescentes, independente do sexo — embora seja mais comum em mulheres — e exige avaliação e tratamento com um profissional.

Para afastar a tristeza ou depressão é recomendável que a pessoa gerencie os níveis de estresse e procure dividir as dificuldades e angústias do dia a dia.

Depressão e estilo de vida

ansiedade social

Alguns comportamentos adotados pela pessoa com depressão podem ajudar na melhora do quadro, como a prática de atividades físicas, por exemplo, pois libera endorfina e regula os níveis de serotonina e dopamina no organismo – dois neurotransmissores ligados ao funcionamento da mente.

Esses neurotransmissores auxiliam o organismo a recuperarem-se internamente, trazendo a sensação de bem-estar e contribuindo para que o dia a dia seja um pouco mais leve. Com efeito, a prática de atividades prazerosas, como hobbies e outros tipos de divertimento, ajudam a manter a cabeça ativa e livre de pensamentos negativos ou preocupações excessivas.

O otimismo, em parceria com o bom-senso, gera alegria e bem-estar emocional!

Outro fator a se considerar também é a dieta. Sim, isso mesmo! A dieta!

Algumas pesquisas recentes nos mostram que também a dieta influencia as emoções.

Isso implica dizer que uma pessoa em estado depressivo pode se beneficiar muito positivamente de uma dieta balanceada e rica em bons nutrientes.

Vale a pena se inspirar em alimentos como azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e oleaginosas (nozes, castanha, etc.).

As gorduras e os antioxidantes abundantes nesses alimentos estão associados à maior proteção e conservação das redes de neurônios.

#4 – Os Tipos de Depressão

Depressão unipolar e depressão bipolar

Se o fator predominante é o humor depressivo, então ele é chamado depressão unipolar. Entretanto, se é caracterizada por episódios maníacos e depressivos, separados por períodos de humor normal, então estamos sem dúvida diante de um transtorno bipolar, ou como é mais conhecida: depressão bipolar (antes chamada maníaco depressivo)

A depressão unipolar pode envolver ansiedade e outros sintomas, mas não apresenta episódios maníacos.

Depressão pós-traumática

Este tipo de depressão é muito comum em mulheres após o parto, ela também é conhecida como depressão pós-parto.

As mães que experimentam este tipo de depressão têm sentimento de tristeza, ansiedade e exaustão.

Isso pode afetar a capacidade de uma mulher cuidar de si mesma e/ou de seu filho(a). Cerca de 70 e 80% das novas mães são afetas por depressão ou tristeza, também conhecido como “baby blues” ou tristeza materna.

Depressão com características psicóticas

Já este tipo de depressão é caracterizada de depressão acompanhada de psicose. A psicose pode envolver delírios, que pode incluir falsas crenças e distanciamento da realidade, ou alucinações.

#5 – Diagnóstico da depressão

Existem diversos questionários de depressão, semelhantes a este que nós disponibilizamos logo acima.

Estes questionários, contudo, não substituem uma avaliação mais aprofundada, o que só poderá ser feita por um médico e por um psicólogo.

Estes dois profissionais terão capacidade de te dizer, com ainda mais precisão, se este sentimento que você tem sentido é depressão ou tristeza.

O tratamento da depressão

Devemos lembrar sempre que a depressão é um transtorno psiquiátrico que exige o acompanhamento profissional sistemático.

O tratamento, em geral, é constituído por meio de psicoterapia em conjunto com antidepressivos, com o objetivo de tirar a pessoa da crise.

Existem diversos medicamentos antidepressivos que atuam na regulação da química cerebral.

O médico psiquiatra saberá escolher o remédio mais indicado de acordo com o caso particular de cada paciente.

Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Mesmo demorando algum tempo para produzir efeito (em torno de duas a quatro semanas), e dos indesejáveis efeitos colaterais que podem produzir, a prescrição deve ser mantida, muitas vezes até por uma vida inteira, com o fim de evitar possíveis recaídas.

A recaída da depressão pode ocorrer mais provavelmente em caso de pacientes que já tenham tido um ou mais episódios.

O acompanhamento psicológico, por sua vez, terá por objetivo levantar as causas do problema e suas possíveis soluções.

Ela é fundamental, além de outras muitas coisas, como complemento para os remédios, que podem demorar um tempo para fazer efeito.

Mas de qualquer modo, o aconselhável sempre é procurar um médico e psicoterapeuta para que se possa obter os melhores encaminhamentos.

Dentro das abordagens psicoterapêuticas, uma das correntes mais indicadas no tratamento da depressão, é a Terapia Cognitivo-Comportamental, ela apresenta resultados muito satisfatórios no auxilia do paciente que enfrenta estado de abatimento. Existem estudos apontando que a acupuntura e a musicoterapia seriam coadjuvantes na recuperação do bem-estar emocional.

Como ajudar alguém com depressão

Dar apoio pode significar mais do que apenas oferecer um ombro para chorar.

Se você conhece alguém que está diagnosticado com depressão é muito importante entender que o tratamento da depressão, como mostramos acima, é fundamental, e requer, portanto, cuidados médicos e psicológicos. Por mais importante que seja ouvir e incentivar a pessoa que está clinicamente deprimida a se abrir e falar sobre seus estados interiores, nem sempre isso pode ser suficiente.

Se você quer ajudar alguém com depressão, uma das melhores coisas que você pode fazer é apoiar e incentivar seu tratamento.

Tente mostrar para ela, que ignorar este transtorno não vai fazer com que ele desapareça. Ao contrário!

Uma coisa muito importante na hora de ajudar alguém com depressão: não o julgue!

Por isso, nada de falar aquelas coisas do tipo: “depressão é falta de Deus” ou “depressão é frescura”. Não! Nada disso.

Este é o momento para tentar compreender – mantendo a calma e o equilíbrio. Não tente julgar a vida de quem está sofrendo, mostre que tem vontade de ajudar. Isso produzirá um efeito muito benéfico na vida de quem está deprimido.

Como prevenir a depressão ou tristeza?

Para afastar a tristeza é recomendável aquilo que dissemos acima.

É importante que o seu tempo esteja sendo bem aproveitado, de maneira que não sobre tempo para as doses altas de estresse.

Em síntese, atividades como leitura, a prática de hobbies, aprender coisas novas (um idioma, um instrumento musical, etc.) é sempre um grande aliado.

Essas atividades ajudam a manter a cabeça ativa e livre de pensamentos negativos ou preocupações excessivas.

Além disso, como também mencionamos acima, a prática de exercícios  físicos e cuidado com a alimentação são enormemente recomendados para a prevenção dos estados depressivos.

  • Caminhar,
  • Correr,
  • Pedalar,
  • Dançar,
  • Praticar Yoga,
  • Pilates,
  • Natação,
  • Exercícios com pesos,
  • Etc.

Essas e diversas outras atividades físicas, melhoram a qualidade de vida de quem anda pra baixo. É muito possível que o efeito do exercício se aproxime em muito ao dos remédios antidepressivos.

Portanto, inclua essa atividades em sua rotina!

Para que elas sejam um grande aliado não só da sua saúde física, mas também psicológica!

Resumindo

Para finalizar, para que não reste dúvida quanto a estes dois estados emocionais: depressão e tristeza, vamos fazer um pequeno resumo.

A tristeza, mesmo apresentando diferentes graus de intensidade, que pode variando desde a tristeza passageira, que normalmente dura alguns minutos ou horas, até a tristeza mais profunda, que pode durar vários dias ou mesmo semanas, não é o mesmo que depressão.

Se você sentir tristeza não significa que você está deprimido.

Ademais, se estes sintomas característicos da tristeza, que podem ser caracterizados por falta da alegria, ânimo, disposição e outras emoções de insatisfação, enfim, todo aqueles que citamos acima, se estes sintomas persistirem e passarem a afetar sua vida substancialmente, incapacitando você de realizar suas atividades diárias, aí pode ser que você esteja diante de um quadro de depressão.

Neste caso, é aconselhável que se busque a ajuda profissional.


Referências: 

Beck, Aaron T., and Brad A. Alford. Depressão: causas e tratamento. Artmed Editora, 2016.

Gomes, Leonardo Queiroz, and Gessé de Souza Silva. “A depressão: da história para a clínica psicanalítica contemporânea.” Revista Ciência (In) Cena 1.6 (2018): 51-68.

Quevedo, João, Antonio Egidio Nardi, and Antônio Geraldo da Silva. Depressão-: Teoria e Clínica. Artmed Editora, 2018.

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