Ciúme: uma das emoções mais desequilibrada nos dias de hoje

Ciúme: uma das emoções mais desequilibrada nos dias de hoje

Introdução

Hoje quero conversar com vocês sobre a emoção que está desequilibrada nos dias atuais entre os relacionamentos, que é o ciúme patológico. Uma de suas principais características é o controle doentio da vida de quem se está relacionando, e quando a outra parte envolvida, por sentir-se oprimida, quer dar um basta nessa relação, as consequências podem chegar à agressão verbal, física, e até em extremos como a morte.

Este tipo de ciúme acaba com os sonhos, traz diversos traumas, destrói famílias, etc., isso porque o ciumento patológico não aceito o fim dessa relação.

As estatísticas policiais sobre as vítimas do ciúme patológico normalmente estão distorcidas, tendo em vista o fato das mulheres raramente darem queixa das agressões que sofrem por esse motivo. 

O ciúme patológico pode até motivar homicídios e muitas dessas pessoas sequer chegam aos serviços médicos. Para Palermo (1997), a maioria dos homicídios seguidos de suicídios são crimes de paixão, ou seja, relacionados às ideias delirantes de ciúme patológico. 

São geralmente crimes cometidos por homens com algum problema psicoemocional, desde transtorno de personalidade, alcoolismo, drogas, depressão, obsessão, até a franca esquizofrenia. Nos dias atuais precisamos falar sobre esse assunto que está muito recorrente, e espero te ajudar no esclarecimento desse assunto para que você possa se prevenir.

O conceito de ciúme

O ciúme é uma emoção humana comum, universal e pode ser de difícil distinção entre ciúme normal e patológico. No século XIV relacionava-se a paixão, devoção e zelo, à necessidade de preservar algo importante. Em nossa sociedade monogâmica o ciúme é tido como sinônimo de honra e moral, e como que uma proteção à família. Mesmo em tempos modernos o ciúme é considerado uma manifestação positiva, considerando-se uma manifestação de amor e cuidado.

O que é o ciúme patológico?

Ele é obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos dos outros. Há preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, aos quais podem ocorrer como pensamentos repetitivos, imagens intrusivas e ruminações sem fim sobre fatos passados e seus detalhes.

A pessoa com ciúme patológico tem questões em que a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna frequentemente vaga e imprecisa. Podendo as dúvidas se transformarem em ideias supervalorizadas ou delirantes, e sendo levado a um nível de controle sobre a outra parte, exemplos disso são: procurando sempre onde a pessoa está e com quem disse que estaria, abre correspondências, examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, e nas piores dúvidas e desconfianças segue o(a) companheiro(a), detetives particulares são contratados. 

Esse controle de tudo, na verdade representa um alívio do sentimento da pessoa ciumenta. E isso tudo é vão, pois o ciumento não consegue aliviar o mal-estar da dúvida.

O que pacientes com ciúme doentio buscam?

As evidências e confissões que confirmam suas suspeitas, e mesmo confirmadas tais suspeitas essas inquisições parecem trazer mais dúvidas, e nada de tranquilidade. 

Para os especialistas, o ciúme patológico está relacionado aos Transtornos do Espectro Obsessivo Compulsivo. No ciúme patológico as emoções estão desequilibradas tais como: ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e desejo de vingança. 

A autoestima rebaixada tem sua consequência na sensação de insegurança, e finalmente, o ciúme. Por ser um vulcão emocional sempre a subir a tona, nos é apresentado um modo distorcido de vivenciar o amor, ou seja, sentimento depreciativo e doentio. Os pacientes com ciúme patológico são sensíveis, muito desconfiados, possuem baixo autoestima, são egoístas e agressivos.

Ciúme e doença mental

Para as pessoas com preocupações de ciúme, é importantes avaliar a proporção, adequação, racionalidade, e eventual caráter delirante dessas preocupações, como o grau de sofrimento que acarretam. 

Deve-se ter entendimento psicopatológico do sintoma, diferenciar se o fenômeno se trata de uma ideia obsessiva, prevalente ou delirante. É importante avaliar o grau de crítica do indivíduo em relação a essas preocupações. 

A busca do diagnóstico responsável pelo sintoma, pode se tratar de uma obsessão, ideia prevalente ou delírio. Nunca é demais ressaltar que da mesma forma que a ocorrência de delírios não implica nenhum diagnóstico específico, obsessões e compulsões não são sintomas característicos e exclusivos do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

É fundamental avaliar se o sofrimento gerado, tanto para o indivíduo como para o(a) companheiro(a), o comprometimento do trabalho, da vida conjugal, lazer e da vida social, o risco de atos violentos e a qualidade do relacionamento.

Considerar os fatores de predisposição emocional, os transtornos psicológicos atuais ou anteriores, experiências passadas de separação e traição, traumas de relacionamentos de pais. Fatores como o estresse atual, das perdas, mudanças de comportamentos provocativos do cônjuge. A relação do Ciúme Patológico com o transtorno do Espectro Obsessivo Compulsivo parece clara (Zacher, 2004). A vida pode tornar-se insuportável para todos os envolvidos.

Tratamento com especialista terapeuta

A metodologia deste tratamento está fundamentada na terapia cognitivo-comportamental, que é a abordagem da psicologia contemporânea que apresenta mais evidências científicas de efetividade para modificar atitudes prejudiciais.

Quem sofre de ciúme patológico desenvolve padrões de comportamento baseados na forma que interpreta a sua realidade, a psicoterapia tem a função de modificar tais pensamentos e crenças que atingem seu relacionamento.

O acompanhamento de psicoterapeutas irá auxiliar na busca por autocontrole e melhorias na autoestima. O objetivo é conduzir o paciente a transformar seu estilo de vida e construir relacionamentos interpessoais com qualidade.

O ciúme normal dá se num contexto interpessoal (sujeito e objeto), e o ciúme no Transtorno Obsessivo Compulsivo seria interpessoal, dentro do sujeito.

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