Coringa: uma análise psicanalítica do filme

Coringa: uma análise psicanalítica do filme

Olá! Meu nome é Simone, sou psicóloga a 13 anos, formada pela faculdade Unimar – Universidade de Marília – atuo na abordagem analítica e atualmente faço pós-graduação pela faculdade Dom Alberto em psicanálise. Hoje eu vou fazer um comentário psicanalítico sobre o filme Coringa, que, diga-se de passagem, é um espetáculo de filme!

Falar, comentar e relatar sobre o filme Coringa é expressar a realidade encoberta ou escondida por muitos.

Quem é o personagem

O Coringa é o principal personagem de todo o filme, mas vive a triste “realidade” de ter sua existência negada desde sua infância – fase onde se deveria aprender, absorver e desenvolver sentimentos e emoções de maneira “feliz”, e, por conseguinte, aprender a expressar-se e a socializar-se no mundo!

Abandono, desprezo, esquecimento (infelizmente), fazem parte da vida dele. Referência da figura paterna? Não teve! Já que o abandono aqui (tanto pela versão: tendo pai rico ou pela versão do pai biológico desconhecido).

O arquétipo materno

Sabemos a importância do papel da mãe (arquétipo mãe) na vida de qualquer um de nós – inclusive na vida de um menino (sexo masculino). A mãe doente impediu seu desenvolvimento, tratando-o sempre como eterna criança.

A mãe infeliz e frustrada, projeta no filho a felicidade que nunca alcançou. A certeza disso? O apelido happy, presente em toda a sua vida. Isto já é uma “cobrança” onde o Coringa expressa constantemente a necessidade interior de idealizar uma felicidade eterna!

A importância dos sentimentos e emoções para o caminho de individuação

Contudo, sabemos que nem sempre iremos viver a felicidade eterna; o filme divertidamente nos prova disso – quanto os demais sentimentos e emoções são importantes, inclusive a tristeza, na nossa eterna caminhada em busca da individuação.

Mesmo assim, seu zelo pelas pessoas que demonstram por ele “amor”, era valorizado. Os exemplos disso é o cuidado pela mãe (a maneira como ele dá o banho nela) e a amizade pelo amigo anão (comprovado na cena onde o Coringa não o mata e ainda dá um beijo em sua testa – sinal de respeito).

A fantasia vivida pela mãe é “herdada” pelo Coringa, onde idealiza o que seria a mulher ideal para ele – a vizinha.

Tendo que lidar com a realidade que “dói” para ele, seu lado anima enlouquece (aqui podemos citar o mito de Hermafrodito – este era filho de Hermes e de Afrodite, deusa do amor). Ele quis e tentou levar o amor, mas a cada frustração, não sabia lidar de forma positiva e, consequentemente, aprendendo com isso.

O Coringa e a sociedade moderna

O Coringa torna-se a sombra da sociedade moderna: sem empatia, egoísta, consumista, fria, sem importância (infelizmente somos vistos pelo que possuímos ou oferecemos, e por cargos ou status sociais). Aqui está a razão do sucesso estrondoso do filme!

Infelizmente nossa sociedade (mundial), vive de aparência, consome de forma desenfreada, precisa de uma fantasia nas redes sociais, mostrando a felicidade que por muitas vezes não existe! Assistindo ao filme todos são tocados, ou de forma positiva – realizando uma reflexão – ou de forma negativa – não gostando do filme, por exemplo.

Outro sinal evidente da comoção do filme é a importância da família: a base familiar na formação da nossa personalidade, a importância da verdade sempre presente. Percebemos o quão o Coringa ficou desnorteado ao descobrir “as verdades” sobre si mesmo e principalmente sobre a mãe.

Para finalizar, ressalto: o Coringa veio para mostrar a todos nós que todos precisamos nos conhecer profundamente, TODOS! Todos nós, não importa a escala ou lugar que representamos no filme, necessitamos do autoconhecimento, precisamos mergulhar em nosso eu.

Aqui enfatizo a importância da psicoterapia! Todos nós precisamos, nossa sociedade precisa! É uma questão de evolução. É uma questão evidente, nossa jornada pelo caminho da individuaçãoj

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