Depressão: o que é, sintomas, causas e tratamentos

depressão: causas, sintomas e tratamentos
Depressão: o que é, sintomas, causas e tratamentos

Todo mundo passa por altos e baixos ao longo da vida. E é comum que as pessoas associem a depressão ou estar deprimido para descrever esses sentimentos que fazem parte do dia a dia.

No entanto, essas experiências, que são naturais, não podem ser confundidas com as doenças médicas conhecidas como transtornos do humor. Entre elas, a depressão, inclusive na sua forma mais severa (F33.3 CID).

A depressão é considerada o mal do nosso século. Inclusive, o Brasil é o segundo país mais depressivo do mundo!
Além disso, aumenta a cada dia o número de pessoas diagnosticadas com depressão. E a quantidade de profissionais afastados por transtorno depressivo nunca esteve tão alta. É muita gente sofrendo!

E não adianta fechar os olhos: o problema está aí. Ele pode atingir qualquer pessoa, em diferentes idades e classes sociais.

Por isso, é fundamental apresentar informações corretas e relevantes, levando à conscientização da sociedade sobre esse transtorno mental. Afinal, só é possível cuidar daquilo que se entende.

E como conhecimento é poder, a Psicologia Viva preparou este artigo completo para ajudar na prevenção, tratamento e, principalmente, na diminuição do preconceito. Por isso, esta é uma conversa sobre depressão!

Mas o que é depressão?

Antes de tudo, é necessário entender o que é essa doença. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o transtorno depressivo é caracterizado por mudanças no afeto, cognição e nas funções cerebrais.

Dessa forma, para que o diagnóstico seja de depressão, essas mudanças devem ocorrer por mais de uma vez e com duração mínima de quinze dias. Ou seja, não é só aquele baixo-astral que dá de vez em quando. 

E embora seja muito conhecida pela tristeza profunda, a depressão também envolve outros comportamentos que merecem atenção. 

Por conta disso, não é raro que a tristeza seja confundida com o transtorno depressivo. Por mais que ela seja, sim, um dos principais sintomas, sentir-se triste nem sempre significa depressão.

Dessa forma, o diagnóstico correto deve ser feito sempre por um profissional, mas alguns dos sinais considerados são:

  • Perda de interesse ou prazer pela vida;
  • Agitação;
  • Diminuição da concentração;
  • Perda ou ganho excessivo de peso;
  • Humor irritável;
  • Explosões de raiva recorrentes.

 

Com o aumento dos casos de depressão em todo o mundo, atualmente, os Órgãos de Saúde concentram esforços para informar as pessoas sobre essa condição.

Por isso, o primeiro passo é reconhecer o problema e divulgar esse conhecimento científico, sem achismos, para superar preconceitos e barreiras.

As pessoas precisam de acolhimento, compreensão e, principalmente, respeito para buscar e aceitar ajuda.

Então, como diferenciar tristeza e depressão?

A tristeza é um sentimento pontual que acontece diante de uma situação difícil. Assim, ela apresenta melhora com o passar dos dias e não chega a comprometer a rotina.

A tristeza é uma emoção humana normal que cada pessoa experimentará em momentos estressantes ou sombrios.

Vários tipos de acontecimentos podem deixar alguém triste ou infeliz. Perder ou se afastar de uma pessoa querida, o término de um relacionamento ou uma demissão, por exemplo. Tudo isso pode interferir negativamente no humor e, na maioria das vezes, a tristeza está ligada a um gatilho específico.

Ocorre que, quando está triste, uma pessoa pode encontrar alguma espécie de alívio sem grande dificuldade. Chorar e desabafar com um amigo, fazer um passeio, assistir ao filme preferido. Todo mundo possui maneiras de voltar a sorrir.  

Ao contrário disso, a depressão não melhora simplesmente com o passar do tempo. Os sintomas se mantêm por períodos longos e influenciam fortemente nas atividades cotidianas da pessoa.

Nesse sentido, vale destacar que existem vários tipos de transtornos depressivos, devendo cada caso ter uma análise separadamente.

Quais são os tipos de depressão?

Os tipos de depressão são nomeados de acordo com os sintomas e as causas. Muitas vezes, não há uma causa óbvia para a doença. Além disso, a duração dos episódios varia de pessoa para pessoa. Veja os tipos depressão:

Transtorno da desregulação do humor

Diferentemente dos outros tipos de depressão, esse tem como principal sinal a alteração de humor, principalmente o estado de irritabilidade crônica.

Entre os sintomas, há o humor que permanece irritável e explosões de raivas constantes.

O diagnóstico é feito entre os 6 e 18 anos de vida e esse é, portanto, um tipo de depressão que afeta crianças e adolescentes. Infelizmente, o início do tratamento costuma demorar em decorrência da crença de que se trata apenas de uma “birra” da criança. 

Depressão maior

Esse é o tipo mais conhecido pela população e também é chamado de depressão clínica. Os sintomas incluem humor deprimido frequente, perda de interesse pelas atividades da vida, alterações no padrão do sono. Veja mais sintomas da depressão:

Além disso, a depressão também pode causar sintomas físicos como dores e mudanças significativas no peso. Ela pode ainda afetar os pensamentos e a concentração e levar a dificuldades na tomada de decisões e na lembrança das coisas.

Na depressão maior, esses sintomas trazem prejuízos para a vida profissional e social das pessoas. Assim, se diferencia dos períodos de tristeza normais do ser humano.

Transtorno depressivo persistente

Esse tipo também é chamado de Distimia. O diagnóstico acontece quando a pessoa apresenta sintomas da depressão maior por mais de dois anos (ou um ano, no caso de crianças e adolescentes). 

Além disso, durante esse período, a pessoa não passa mais do que dois meses sem os sintomas. Aliás, assim como na depressão maior, o transtorno depressivo persistente pode afetar o sono, o apetite, os níveis de energia e a autoestima.

Nesse caso, os sinais da depressão podem ser mais leves, mesmo que persistentes. E mesmo que as pessoas com transtorno depressivo persistente possam ser ativas, elas podem sentir como se raramente ou nunca experimentassem alegria.

Assim, é comum que as pessoas se acostumem com o que sentem e passem a considerar o mau humor e a baixa energia como partes de sua personalidade, tornando mais difícil reconhecer a doença.

Depressão pós-parto

Muitas mulheres enfrentam forte tristeza e sentimentos negativos durante a gravidez, principalmente nos primeiros meses do seu bebê. Esses sentimentos também são chamados de “baby blues”

Dessa forma, o cansaço, a exaustão e a ansiedade são sentimentos comuns às mães no pós-parto.  Mas, em quadros de depressão, a função materna fica comprometida, e a mulher tem muita dificuldade para exercer as atividades de cuidados com o bebê.

Esse tipo de depressão é associado, principalmente, às mudanças hormonais que ocorrem no corpo da mulher durante a gravidez. Inclusive, após o parto, os níveis de estrogênio e progesterona caem rapidamente.

Essa alteração brusca pode levar a mudanças no cérebro e no humor. Além disso, há a privação de sono normal ao cuidar de novos bebês. Tudo isso pode levar a um quadro de depressão. 

Assim, é muito importante que as novas mamães contem com uma rede de apoio para que possam atravessar esse momento da melhor maneira possível. Estratégias eficazes para evitar a depressão pós-parto podem incluir:

  • Dormir o suficiente;
  • Arranjar tempo para atividade física;
  • Formar uma rede de apoio de familiares e amigos;
  • Comer refeições regulares e saudáveis;
  • Pedir ajuda para cuidar do bebê.

É claro que nem sempre é possível realizar todas essas ações. Mas é importante focar na saúde mental das mães, pensando, inclusive, no bem-estar dos bebês. 

Transtorno afetivo sazonal

A depressão sazonal ou transtorno afetivo sazonal está relacionada com as estações do ano. Normalmente, final do outono e início do inverno (quando os dias começam a ficar mais frios e curtos), terminando durante a primavera e o verão. 

Entre os sintomas, é possível verificar:

  • Isolamento social;
  • Aumento do sono;
  • Aumento do peso;
  • Sentimentos diários de tristeza, desesperança ou indignidade.

Assim, com a mudança de estação, os sintomas tendem a melhorar em resposta ao aumento da luz natural.

Qual o CID mais grave de depressão?

Classificação Internacional de Doenças (CID) é um sistema de códigos criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para padronizar a catalogação de doenças. 

No caso da depressão, a sua forma mais grave é classificada como CID 10 – F33.3 e se refere a um transtorno depressivo que é recorrente. Isso significa que os episódios já ocorreram por pelo menos 3 vezes e o mais recente é grave e com sintomas psicóticos. 

Nesses casos, podem ser observados delírios (perturbadores, falsas crenças fixas) ou alucinações (ouvir ou ver coisas que outras pessoas não veem ou ouvem). 

No entanto, apenas um especialista é capaz de fazer o diagnóstico correto, bem como indicar e acompanhar o tratamento adequado. 

Transtorno infantil: um importante olhar

Ao contrário de adultos, crianças não conseguem expor seus sentimentos com clareza e, por isso, a depressão se manifesta de uma maneira diferente.

Assim, é importante atentar-se ao comportamento da criança, buscando identificar algo fora do comum.  A perda de interesse, de concentração em atividades que costumava se interessar e agressividade não justificada podem ser sinais de depressão. 

Dessa forma, a depressão infantil pode se manifestar por influência de diversos fatores. Genéticos, ambientais e da natureza psicológica da criança, como exemplo a separação dos pais, mudança de escola ou de cidade. Por isso, jamais subestime a percepção de uma criança sobre os acontecimentos. 

 

Como saber se tenho depressão e qual é o tipo?

 

Para receber qualquer diagnóstico, procure um profissional da saúde mental: psicólogos ou médicos psiquiatras. Você não deve diagnosticar a si mesmo, a outras pessoas e muito menos se automedicar.

Nesse sentido, o tratamento contra a depressão é delicado e é o profissional competente quem vai acompanhar o processo.

Alguns sinais podem servir de alerta para você procurar auxílio e investigar a possibilidade de depressão, e os sintomas podem ser tanto psicológicos quanto físicos.

Assim como no plano emocional, sintomas da depressão podem envolver:

  • Tristeza
  • Sentimentos de indiferença, 
  • Irritação;
  • Ansiedade;
  • Angústia;
  • Baixa autoestima;
  • Comportamentos compulsivos;
  • Pensamentos pessimistas; 
  • Falta de esperança;
  • Ideias suicidas.

Se você ou alguém que convive com você está com esses sintomas há mais de duas semanas, está na hora de procurar ajuda profissional!

O que pode causar a depressão?

Assim como muitos transtornos emocionais, a depressão não tem uma única causa específica.

Muitos fatores podem influenciar no desenvolvimento do problema, como questões genéticas, aspectos da história de vida da pessoa e situações sociais, econômicas e/ou políticas.

Além da predisposição genética, outras condições físicas podem aumentar o risco de desenvolver depressão, como por exemplo:

  • Pessoas que enfrentam doenças crônicas ou problemas de saúde complexos, como o câncer ou a AIDS;
  • Pessoas que abusam de medicamentos ou drogas;
  • Grupos minoritários e que sofrem violência física ou psicológica;
  • Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual ou de fenômenos como o bullying;
  • Homossexuais, indígenas, mulheres, prisioneiros e pessoas vítimas de situações de guerra.

Além disso, traumas e situações da história de vida de cada um podem afetar a saúde mental e impulsionar uma depressão. Por isso, é sempre importante não julgar os sentimentos dos outros. 

Outras causas para a depressão

Não existe uma causa específica para a depressão. Trabalhar além do período, viver rotinas estressantes, cuidar de um familiar doente, enfrentar um grande luto ou passar por crise financeira. Tudo isso pode acabar desenvolvendo um transtorno depressivo.

Além disso, alguns fatores comportamentais aumentam o risco de depressão. Se atente a eles e evite: alimentação desregulada, excesso de peso, sedentarismo e abuso de cigarro, álcool e outras drogas.

Para prevenir o transtorno depressivo e outras doenças físicas e emocionais, buscar uma rotina saudável e ter qualidade de vida são fatores muito importantes.

Depressão tem cura? Como tratar o transtorno depressivo?

Quando se fala em depressão, o foco não é a cura em si. Afinal, trata-se de um problema crônico. No entanto, com os tratamentos existentes, é possível uma administração do quadro depressivo. Com isso, há um número reduzido de episódios, com menos intensidade e mais curtos. 

Dessa forma, a melhor forma de tratar a depressão é buscar atendimento profissional de qualidade. Assim, o primeiro passo, por óbvio, é um diagnóstico adequado. 

Por isso, comece procurando um psicoterapeuta. Se ao conversar ele considerar indispensável a utilização de remédios, vai indicar também atendimento psiquiátrico.

O medicamento não é indispensável em todos os casos de transtorno depressivo, mas ele pode ser fundamental para ajudar a pessoa a enfrentar o problema.

Há diversos antidepressivos disponíveis, como Rivotril e Fluoxetina. Em geral, eles trabalham para regular a química cerebral e aumentar a disposição e energia do paciente. 

Muitas vezes eles são necessários para que a pessoa consiga aderir ou prosseguir com o tratamento psicoterapêutico.  Mas é importante não focar apenas na medicação, tampouco criar dependência. Afinal, é na terapia que as raízes da depressão serão tratadas efetivamente.

Assim, para fortalecer os efeitos do tratamento, é muito importante que a pessoa faça mudanças significativas na sua rotina.

Algumas dicas para lidar com a depressão

Além do acompanhamento com um psicólogo e psiquiatra (quando necessário), também é importante:

  • Diminuir o fluxo de trabalho;
  • Praticar exercícios físicos;
  • Melhorar a alimentação;
  • Desenvolver hobbies;
  • Largar vícios.

Esses são exemplos de comportamentos e hábitos que agregam qualidade de vida e ajudam a superar a depressão.

E para lutar contra o aumento de casos de depressão no Brasil e no mundo, o primeiro passo é a informação de qualidade. Por isso, se você se identifica com os sintomas ou tem algum conhecido passando por isso, marque uma consulta com um psicólogo.

Contatar um profissional em saúde mental é o melhor caminho para se cuidar! A Psicologia Viva, plataforma de atendimento psicológico online, possibilita que as consultas sejam realizadas sem deslocamento. Assim, basta um dispositivo conectado à Internet para começar a se cuidar. 

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REFERÊNCIAS

Brasil é o segundo país com mais deprimidos do mundo.

Beck, Aaron T., and Brad A. Alford. Depressão: causas e tratamento. Artmed Editora, 2016.

Brito, Isabel. “Ansiedade e depressão na adolescência.” Revista Portuguesa de Clínica Geral 27.2 (2011): 208-214.

Bhowmik, Kumar, Srivastava, Paswan & Dutta. Depression: Symptoms, Causes, Medications and Therapies, 2012.

Delouya, Daniel. Depressão. Vol. 5. Casa do Psicólogo, 2000.

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