14 dicas para você lidar com o Transtorno de Estresse Pós-traumático

14 dicas para você lidar com o Transtorno de Estresse Pós-traumático

O que é o o Transtorno de Estresse Pós-traumático?

Os eventos traumáticos incluem todo evento que ameaça sua vida (ou a vida de alguém), ou a sua integridade como ser humano, por exemplo, tortura, estupro, etc. O TEPT é, em geral, definido como a persistência de sintomas de irritabilidade, culpa, hipervigilância, impaciência, depressão, etc. depois do evento, por pelo menos um mês, anos ou até mesmo uma vida toda, especialmente se não forem tratados.

Há certos fatores que predispõem como: genética, histórico familiar, experiência anterior com o trauma, habilidades para enfrentamento, a rede de apoio do indivíduo, sensibilidade à ansiedade, problemas psicológicos anteriores ao trauma, etc.

Pense no TEPT como uma incapacidade de processar imagens, emoções e pensamentos difíceis. É como uma falha na “digestão psicológica”.

Quem tem TEPT geralmente relata mudanças significativas na vida, no modo como vê as outras pessoas, o mundo ou o significado da vida. Existem alguns sintomas relacionados que acompanham o TEPT, são eles:

  • Culpa: “Há algo errado comigo; devo ser o responsável por estar assim”.
  • Vergonha: “tenho estado mal permanentemente; as pessoas perceberão isso e vão me desprezar”.
  • Incerteza: “Tudo pode acontecer a qualquer momento; nunca estou completamente seguro”.
  • Desamparo: “Não tenho controle sobre meus sintomas; sou vítima do que aconteceu comigo”.
  • Raiva: “Preciso me vingar disso; sou capaz de matar quem tentar fazer isso de novo”.
  • Desconfiança: “Jamais vou confiar em alguém de novo; as pessoas só querem tirar vantagem de mim”.
  • Desesperança: “Ninguém poderá me ajudar; ninguém vai entender”.
  • Falta de propósito: “A vida não tem mais sentido; não há motivo para ir em frente”.

Como pensa uma pessoa com TEPT

#1 – “Já que alguma coisa terrível aconteceu, coisas terríveis acontecerão de novo”

O indivíduo generaliza tudo o que acontecerá em sua vida por causa do trauma.

#2 – Imagens e sensações são sinais de perigo

As emoções, sensações físicas e imagens intrusivas como prova de que coisas ruins estão acontecendo: “Estou sentindo medo, portanto, vai acontecer de novo”.

# 3 – Você tem de parar de se lembrar do que aconteceu

A mente é usada como sinal de perigo, você quer “desligá -la”. Você tenta parar de pensar, de sentir e de lembrar, mas elas continuam a voltar, e você tenta suprimi-las ainda mais.

#4 – Se você sente medo é porque tudo está acontecendo de novo

Suas emoções e sensações fazem você acreditar: “Está acontecendo agora”. Sentidos de passado, presente e futuro estão todos em um só momento: o agora.

#5 – Evite qualquer coisa que faça você se lembrar do trauma

O indivíduo tenta lidar com a situação evitando qualquer experiência que remotamente o faça lembrar do passado. Deixa de ir a alguns lugares, viajar em determinadas épocas, alguns sons, não assistem a programas ou a filmes que tragam determinadas lembranças.

#6 – Tente se anestesiar, de modo que não sinta coisa alguma

Lembrar e sentir são tão terríveis, então o indivíduo tenta eliminar quaisquer sentimentos. Faz isso por meio da bebida ou do uso de drogas, buscando escapar de si mesmo.

#7 – Sua vida mudou para sempre

O indivíduo pensa que toda a sua vida mudou e não consegue confiar em ninguém, acreditando que o perigo é iminente e que você foi derrotado. A vida perde o propósito.

Superando o TEPT

Separei algumas dicas para você conseguir aprender a lidar com seus medos e retomar sua vida para si, retirando-a do controle do trauma.

Pratique o relaxamento

Estabeleça um tempo todo o dia para um profundo relaxamento muscular, para a respiração consciente e para uma avaliação de seu corpo.

Examine os custos e os benefícios da mudança

Melhorar exigirá que você faça algumas coisas que são desconfortáveis. Como sua vida vai melhorar se você não mais tiver o TEPT?

Seja um observador

Em vez de lutar contra sensações, imagens e pensamentos, apenas preste atenção neles. Observe que eles são temporários. São eventos mentais, não realidade.

Não lute, deixe estar

Permita que os pensamentos, sensações e imagens venham e vão, como as águas de um córrego. Deixe‑se levar pelo momento.

Avalie suas crenças negativas

Desafie os pensamentos negativos que você tem sobre o desamparo, a culpa e a falta de sentido da vida. Que conselhos você daria a um amigo?

Desafie sua crença de que ainda está correndo perigo

Aconteceu no passado, mas às vezes parece que está acontecendo agora. Lembre‑se do quanto você está seguro no presente.

Reconte a história com mais detalhes

Escreva e grave seu recontar da história de seu trauma. Preste atenção aos detalhes dos sons, imagens e cheiros. Tente lembrar da sequência de como as coisas de fato aconteceram.

Enfoque os “pontos quentes” de sua história

Certas imagens e pensamentos fazem com que você se sinta mais ansioso. Tente observar quais são eles e o que eles significam para você. Acalme‑se e examine os pensamentos negativos que estão associados a essas imagens.

Reestruture a imagem

Crie uma nova imagem, na qual você esteja triunfante, dominante e forte. Imagine‑se como vitorioso e mais poderoso do que qualquer coisa ou pessoa que o tenha traumatizado.

Elimine os comportamentos de segurança

Observe qualquer coisas supersticiosas que você faz para se sentir mais seguro, como se tranquilizar repetidamente, evitar fazer certas coisas em determinados momentos ou lugares, deixar seu corpo tenso, verificar se não há perigo. Elimine esses comportamentos.

Seja realista sobre a ansiedade

Perceba que a ansiedade é parte da vida, porque a ansiedade é necessária para a vida. Não pense que sua ansiedade é algo péssimo ou um sinal de fraqueza. Todas as pessoas têm ansiedade. Ela é temporária, passa e é parte da cura. Você fará coisas que o deixarão ansioso para superar sua ansiedade. Passe por elas, para superar a ansiedade.

Exponha-se às situações temidas

Você tem medo de suas sensações internas, tontura, falta de fôlego, de sentir‑se baratinado. Pratique seus exercícios para fazer com que você sinta intencionalmente essas sensações para aprender que elas são temporárias e não perigosas.

Pratique seus medos

A melhor maneira de superar seu TEPT é praticar as coisas que o deixam com medo: estabeleça uma hierarquia; imagine‑se na situação; olhe fotos ou figuras que façam você se lembrar do trauma; responda aos seus pensamentos negativos relativos à situação; se possível, revisite a cena.

Recompense a si mesmo

Lembre‑se de que você é a pessoa que está fazendo todo esse trabalho. Dê crédito a si mesmo. Elogie‑se, comemore seus feitos e trate‑se como uma pessoa especial.

Não deixe de procurar ajuda profissional, o terapeuta pode auxiliar de uma forma suave e firmemente rumo à maior confiança no enfrentamento dos medos, sendo necessário manter um sentimento de segurança, apoio e compaixão ao longo do processo, quanto mais você vier a conhecer sobre sua vivência particular, mais você estará rumo à melhora.

Lembre-se: Você não está sozinho(a).

Ficou com dúvidas sobre o tratamento?

Fico à disposição

Psicóloga | Especialista em psicologia clínica – Terapeuta Cognitivo Comportamental | Telepsicologia | Atendimento Psicológico Online | CRP 08/29039 – 04199855-568

Referências

  1. LEAHY, Robert L. Livre de Ansiedade, Porto Alegre, Artmed, 2011. LEAHY, Robert L., Técnicas de Terapia Cognitiva, manual do terapeuta.
  2. RANGÉ, B. Terapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
  3. SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Fransuele Pereira Gularte
Deixe seu comentário aqui
Assine nossa newsletter

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos melhores conteúdos sobre bem-estar, saúde e qualidade de vida

Saúde mental, bem-estar e inovação que seu colaborador precisa

Através do nosso programa de saúde mental, as empresas reduzem perdas com afastamento do trabalho por demandas emocionais.