Vamos falar sobre ansiedade

Vamos falar sobre ansiedade

É perceptível que esse é um dos transtornos mais comentados atualmente e que afeta grande parte da sociedade. Mas afinal o que é a Ansiedade? De um modo bem simples, podemos defini-la como uma reação do corpo diante de uma situação que representa perigo, que leva o sujeito a um estado desagradável de agitação interior. De uma certa forma todas as pessoas sofrem de ansiedade, porém em escalas diferentes.

A Ansiedade normal Vs patológica

Existem dois tipos de ansiedade, a normal e a patológica. A ansiedade normal se trata de como o sujeito vai reagir diante de situações simples do cotidiano, como, por exemplo, às vésperas de uma prova, antes de uma entrevista de emprego, uma viagem desejada ou o encontro com uma pessoa querida, onde o mesmo sente um “friozinho na barriga”, sem trazer prejuízos para a saúde psíquica.

Já na ansiedade patológica, que é considerada como um transtorno, o sujeito entra em um estado de desordem mental que por consequência lhe traz prejuízos em sua vida. Este acaba por não conseguir realizar atividades simples do seu cotidiano, passa a ter comportamentos prejudiciais, está sempre em “estado de alerta”, sentindo com frequência que algo ruim está prestes a acontecer, muitas vezes sem nenhum motivo aparente. 

Um modo de diferenciar a Ansiedade normal da patológica é verificar se a resposta ansiosa é de curta duração, se está relacionada a algo que está acontecendo no momento e, principalmente, se traz prejuízos para a vida do sujeito.

Quando a ansiedade impede que a pessoa realize atividades importantes de sua vida como trabalhar, estudar, se relacionar com as pessoas, viajar, etc., aí sim é considerada como ansiedade patológica e precisa de tratamento.

Sintomas físicos intensos também surgem durante as crises de ansiedade, como

  • Formigamento na pele,
  • Sudorese,
  • Alterações no sistema digestivo,
  • Insônia,
  • Dores de cabeça,
  • Taquicardia,
  • Visão escurecida,
  • Dor no peito,
  • Desmaios, e
  • Falta de ar.

Tudo isso são respostas do organismo para evitar o enfrentamento de tal situação ameaçadora. Os sintomas de ansiedade também podem indicar a existência de outros transtornos psíquicos como transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo e fobias, etc.

Existem diversos tipos de transtornos de ansiedade. Abaixo, no entanto, citaremos alguns mais conhecidos.

Tipos de ansiedade patológica

  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): pessoas com TAG apresentam preocupação excessiva, medo, sentimentos exagerados, estão sempre tensas e podem ter comportamentos irracionais quando estão diante de uma situação que pode representar perigo, sendo ela real ou não. Também há uma preocupação com o julgamento de outras pessoas a respeito de si. 
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): geralmente esse tipo de transtorno surge após alguma experiência traumática que pode causar grande impacto na vida do sujeito. Quem tem esse transtorno de ansiedade apresenta alterações em seu comportamento quando está diante daquele evento que o ameaça. É comum sintomas como agitação, alterações no sono, pensamento obsessivos, prejuízos para realizar atividades e a pessoa evita falar sobre o assunto que aconteceu por ser muito doloroso.
  • Transtorno obsessivo compulsivo (TOC):  é caracterizado pela presença de pensamentos obsessivos e excessivos, que levam a compulsões, ou seja, a comportamentos repetitivos. Pessoas com esse transtorno costumam ter medo de germes que leva a uma compulsão por limpeza e também um excesso de organização. Caso algo não esteja conforme a expectativa, a pessoa tende a se sentir perturbada.
  • Fobias específicas: são definidas por um medo excessivo de estar diante de um objeto ou situação. Existem diversos tipos de fobias como: fobia de ambientes fechados, escuridão, aranha, animais, elevador, sangue, palhaço, etc. Quando o sujeito está diante da situação ou objeto a pessoa pode ter uma reação excessiva, repulsa e descontrole emocional que a leva a fuga. 

Tratamento

A tomada de pequenas ações no dia a dia podem levar ao alívio dos sintomas. Por exemplo, práticas como a meditação, yoga, atividades físicas, alimentação equilibrada, redução da carga horária de trabalho, fazer atividades que trazem a sensação de bem-estar, pensamentos positivos e estar perto de pessoas que amamos.

Porém a principal forma é iniciar a Psicoterapia, pois através dela será possível entender quais são os gatilhos emocionais, ou seja, quais são as causas psíquicas que levam o sujeito a ter as crises de ansiedade. É necessário entender qual é a origem da raiz do problema para assim iniciar o tratamento adequado afim de proporcionar mais equilíbrio para a vida do sujeito.

É importante reiterar que nem todas as pessoas conseguem uma melhora apenas com mudança de hábitos e que a ansiedade, independente do tipo, precisa ser tratada, evitando assim que o quadro se agrave e que haja prejuízos tanto na vida pessoal, quanto na profissional do sujeito.

O processo de autoconhecimento é indispensável pois através deste, é possível analisar o histórico de sua vida e entender o que pode estar causando os pensamentos ansiosos. Esse processo precisa ser feito junto com um profissional de psicologia que é capacitado para ajudar com esse direcionamento.

Como a psicanálise pode ajudar no tratamento da ansiedade?

A psicanálise acredita que a Ansiedade é um sintoma de algum ponto de angústia, um sinal de algo que está causando sofrimento ao sujeito. Sendo assim, o tratamento se baseia na identificação da raiz do problema, e busca trazer esse conteúdo à tona para que haja alívio. Vale ressaltar que a psicanálise foca no estudo do inconsciente onde acredita-se que estejam armazenados a maior parte dos nossos comportamentos e atitudes.

O autoconhecimento é a chave do processo, o foco é direcionado em conteúdos inconscientes com o objetivo de trazê-los para o campo da consciência como forma de tratamento. Durante o tratamento o psicólogo não faz nenhum direcionamento, deixando que a pessoa fale o que lhe vier à tona durante as sessões através da associação livre. Esta é interessante para entender a causa raiz dos pensamentos ansiosos.

Se você se identificou com os sintomas descritos, não tenha vergonha ou medo de pedir ajuda e procure um profissional da psicologia. Lembre-se, sua saúde mental é tão importante quanto a saúde física.

Referências:

Peregrino, Antonio. “Ansiedade normal e patológica.” J. bras. psiquiatr (1996): 129-134.

Castillo, Ana Regina GL, et al. “Transtornos de ansiedade.” Brazilian Journal of Psychiatry 22 (2000): 20-23.

Petribú, Kátia. “Comorbidade no transtorno obsessivo-compulsivo.” Brazilian Journal of Psychiatry 23 (2001): 17-20.

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