A solidão da mulher negra e o impacto na sua identidade 

A solidão da mulher negra e o impacto na sua identidade 

O racismo no Brasil

O racismo é um fator histórico que está enraizado em nossa sociedade e se estende até os dias de hoje. Por conta da cor da pele pessoas são consideradas inferiores, porque um coletivo instituiu o que é belo e socialmente aceito.

Já dizia o grupo “Racionais MC’s” que por ser preto(a), temos que ser duas vezes melhor, ou seja, você tem que ser muito bom, destaque, senão fica para trás. Porém, talvez com o autoconhecimento você perceba que não deve ser melhor para o outro, nem para a sociedade, e sim para você mesmo, respeitando suas fragilidades e limitações.

Mulher negra e identidade

Desde as primeiras relações, como na escola por exemplo, mulheres começam a sentir o que é ser negra e o quanto isso impacta em sua individualidade. São as que recebem diversos xingamentos, como: “feia”, “cabelo duro”, “macaca”, “negrinha”, etc., muitas chegam até a se questionar sobre o que há de errado com elas mesmas, então querem alisar os cabelos e sentem vergonha do corpo sexualizado, resumindo: Não são aceitas!

Na fase da paquera, as escolhidas geralmente são as que alcançam um padrão estético: altas, magras e de cabelos lisos, onde mais uma vez as negras são rejeitadas por não atingirem determinado modelo. 

Enfrentamento, luta e resistência

O racismo ocorre, nós enquanto profissionais de saúde mental não podemos negar a sua existência e o sofrimento que ele causa nos sujeitos negros.

Porém, na clínica, você, mulher, negra, tem um espaço para falar sobre seus traumas e construir um novo significado para essas vivências.

Você tem conseguido simbolizar o seu sofrimento, mulher? Como se sente? Qual o nome da sua dor? Você compreende seus sentimentos em relação ao seu gênero e à sua cor? Quem é você? Qual a sua identidade? É preciso lutar pelo direito de ser diferente, é necessário que ocorra um resgate das suas pontencialidades e capacidades de enfrentamento, reconhecendo suas fraquezas, mas também suas forças.

Afinal, mimimi é a dor que não dói na gente…
…mas dói no outro! 

Referência

  1. GESSER, Roselita; COSTA, Cleber Lázaro Julião. Menina Mulher Negra: construção de identidade e o conflito diante de uma sociedade que não a representa. Rev. bras. psicodrama,  São Paulo ,  v. 26, n. 1, p. 18-30, jun.  2018 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-53932018000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  mar.  2022.  http://dx.doi.org/10.15329/2318-0498.20180010. 
  2. HOOKS, Bell. E eu não sou uma mulher?  Mulheres negras e o feminismo. Tradução Bhuvi Libânio.  Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019. Acesso em 14 mar. 2022. 
  3. SCHUCMAN, Lia Vainer. Racismo e antirracismo: a categoria raça em questão. Rev. psicol. polít.,  São Paulo ,  v. 10, n. 19, p. 41-55, jan.  2010 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2010000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  mar.  2022.
Mariane Pereira
Últimos posts por Mariane Pereira (exibir todos)
Deixe seu comentário aqui
Assine nossa newsletter

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos melhores conteúdos sobre bem-estar, saúde e qualidade de vida

Saúde mental, bem-estar e inovação que seu colaborador precisa

Através do nosso programa de saúde mental, as empresas reduzem perdas com afastamento do trabalho por demandas emocionais.