
Afinal, o que é ortorexia e quais são seus principais sintomas?
A mídia e a internet têm difundido um padrão de beleza ocidental de corpos magros ou musculosos que passou a ser aceito pela sociedade. Isso faz com que muitas pessoas, na ânsia de se encaixarem nesse padrão, desenvolvam distúrbios alimentares como a ortorexia. Mas você sabe o que é essa doença?
O termo deriva do grego e significa “apetite correto”. É a busca obsessiva pela alimentação certa, pura e saudável. É diferente da anorexia e da bulimia, em que há uma visão distorcida do próprio corpo e a preocupação com o peso.
Uma alimentação saudável deve ser adotada por todos para melhorar a qualidade de vida e evitar doenças crônicas, como diabetes, hipertensão etc. Porém, como todo exagero, a ortorexia é prejudicial para o indivíduo.
Neste artigo, vamos explorar o que é ortorexia, seus sintomas, consequências e opções de tratamento.
Mais sobre o que é Ortorexia
A busca pelo corpo ideal pode seguir o discurso estético ou o saudável. A ortorexia segue este último sem reconhecer limites. Há uma preocupação constante com a origem, a qualidade e o modo de preparo dos alimentos. A imagem do indivíduo não é um problema.
Esse transtorno alimentar parece estar ligado ao Transtorno Obsessivo Compulsivo, o TOC, devido aos comportamentos apresentados pelos ortoréxicos. Em alguns casos, é preciso ampliar a lista de perguntas ao paciente para descartar o TOC como diagnóstico.
Sintomas da Ortorexia
Se o indivíduo apresenta alguns dos seguintes comportamentos ou sintomas, é provável que ele esteja ortoréxico:
- lê os rótulos de todos os alimentos em detalhes;
- exclui da sua alimentação sal, açúcar e gorduras (mesmo as saudáveis);
- elimina, com o passar do tempo, cada vez mais grupos alimentares (carnes, carboidratos com glúten etc.);
- come apenas alimentos orgânicos que não sejam transgênicos e livres de corantes e conservantes;
- preocupa-se excessivamente com o modo de preparo dos alimentos, utensílios usados etc.;
- gasta muitas horas todos os dias para planejar e preparar suas refeições;
- passa a comer apenas alimentos preparados por ele mesmo;
- sente culpa ou angústia por ter consumido um alimento fora de casa e que, portanto, não segue os seus padrões de pureza.
Consequências desse distúrbio alimentar
Toda essa rigidez com a alimentação acarreta problemas nutricionais, psicológicos e sociais. As restrições levam ao consumo de uma variedade cada vez menor de alimentos. Assim, ocorre a carência de algumas vitaminas e o excesso de outras. A busca incansável pelo “mais saudável” torna-se uma maratona sem fim e sem recompensa. Sua rotina torna-se desgastante e eventuais “deslizes” provocam uma angústia ou culpa desmedida no paciente.
No aspecto social, a intolerância com a quebra dessas “regras de pureza” por parte de outras pessoas é um fator considerável. O ortoréxico implica com as escolhas alimentares daqueles com os quais convive e pode até discutir por causa do modo de preparo de uma refeição.
É inegável a importância da comida nas confraternizações entre familiares e amigos. A recusa em consumir alimentos preparados fora dos seus padrões faz com que o ortoréxico deixe de participar dessas reuniões. Esses comportamentos levam a dificuldades nos relacionamentos interpessoais, culminando no isolamento social.
Como tratar a Ortorexia
Um dos entraves ao tratamento da ortorexia é o fato de muitas pessoas não aceitarem o diagnóstico e, por isso, recusarem o auxílio médico ou a intervenção. Assim, é essencial que parentes e amigos estejam atentos a comportamentos radicais com relação à alimentação saudável.
Devido à complexidade desse transtorno, é necessária uma equipe multidisciplinar formada por médico, nutricionista e psicólogo para auxiliar os ortoréxicos. O psicólogo ajuda a identificar os fatores que agiram como gatilho dessa doença e como o indivíduo pode controlá-los.
Se você ainda não tinha ouvido falar nesse transtorno alimentar, agora já sabe o que é ortorexia. Caso tenha se identificado com os sintomas descritos ou conheça alguém que tem esse comportamento, procure a ajuda de um profissional.
Para saber mais sobre transtornos alimentares e outras formas de relação com a alimentação, leia também nosso artigo sobre compulsão alimentar.
Referência
Bilibio, Bruna Letícia Endl, and Tainá Melissa Heinkel. “ORTOREXIA NERVOSA: CONHECENDO PARA REFLETIR.” 6º Congresso Internacional em Saúde. No. 6. 2019.
da Rocha, Marianne Aparecida Pinheiro. “Ortorexia: uma compulsão por alimentos saudáveis.” Nutrição Brasil 14.1 (2016).
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