Esse é um tema sobre o qual muitas pessoas não gostam de falar. Outras consideram de um modo simplista essa questão que é tão complexa. Mas precisamos falar sobre suicídio.
Não de modo sensacionalista ou para esmiuçar os detalhes de como eles são levados a termo. Esse tema deve ser abordado com responsabilidade para alertar e ajudar quem o vê como a única saída.
A ocorrência de suicídios não está restrita a uma classe social, idade, sexo, condição financeira, religião ou nacionalidade. Essa é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Mas o que explicaria sua difusão entre pessoas tão diferentes? Seria possível prevenir tantos casos?
Vejamos algumas condições que podem levar ao suicídio e como tentar evitar que esse desfecho aconteça. Porém, é importante dizer que, para uma melhor compreensão, é preciso lançar mão da empatia.
Dores e mais dores
Há dores que são físicas e, de tão intensas, chegam a ser incapacitantes. Mas há as “dores da alma”, como dizem os poetas. Dores que são emocionais, e nem por isso, menos fortes, tais como perdas pessoais ou financeiras, decepções, sofrimentos infligidos por abusos físicos ou psicológicos.
São tantas as causas de tormento emocional quanto os modos como as pessoas lidam com ele. Não existe fórmula mágica para resolvê-los ou superá-los. Mas é certo que “sofrer em silêncio e isolamento” só amplifica essa dor. É importante que algo seja feito antes que esse sentimento se apodere do indivíduo.
Como as dores podem tomar conta
Quando uma pessoa sente tão intensamente essa dor que não consegue agir ou perceber um modo de sair dessa situação, ela adoece mentalmente. Estudos mostram que cerca de 90% dos que cometem suicídio são portadores de transtornos psicológicos, distúrbios afetivos, dependência de álcool ou drogas e outras patologias mentais.
Dentre as mais comuns podemos citar:
- Depressão (inclusive a depressão pós-parto);
- Transtorno bipolar;
- Síndrome Borderline.
Contudo, não pode ser desprezada a influência de fatores externos que possam desencadear ou piorar esses transtornos mentais. Causas ambientais como violência urbana, guerras, bullying, abusos nas relações familiares e sociais são reforços contínuos para a sensação de falta de escolha.
Não sou eu. É o meu amigo…
Você, leitor, pode estar pensando agora: eu tenho conseguido lidar bem com meus problemas. Mas, também pode estar lembrando daquele parente, colega de trabalho ou amigo, que parece estar mais sobrecarregado emocionalmente.
Talvez essa pessoa esteja precisando de ajuda e não tenha coragem de pedir ou não saiba onde buscar. Muitas vezes, ouvir um desabafo, sem fazer julgamentos, já é um primeiro passo, um acolhimento. Porém, em outros casos, é importante procurar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra
Alguém pode entender ou ajudar
Se a pessoa está em um momento da sua vida em que os problemas parecem maiores do que a sua capacidade de superá-los, é hora de recorrer a alguém. Alguns procuram desabafar com amigos e parentes que, como dito anteriormente, podem acolhê-los no primeiro momento – ou não.
Outros usam as redes sociais para desabafar, o que pode ser muito perigoso. No mundo virtual, muitas pessoas não se importam com os sentimentos alheios e fazem julgamentos ou dão “conselhos” sem o menor fundamento ou tato.
Onde procurar ajuda de modo seguro, então? Como a maior parte dos casos tem origem em algum distúrbio emocional ou transtorno mental, é necessário o tratamento com o auxílio de um médico e de um psicólogo.
Por meio da medicação, pode-se retomar o equilíbrio físico anterior ao transtorno mental. No entanto, consultas com psicólogos são ferramentas muito importantes também. O psicólogo poderá indicar o tipo de terapia mais efetivo para cada pessoa e assim mostrar-lhe o caminho de outra saída.
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Referências:
de Oliveira Zana, Augusta Rodrigues, and Maria Julia Kovács. “O Psicólogo e o atendimento a pacientes com ideação ou tentativa de suicídio.” Estudos e pesquisas em Psicologia 13.3 (2013): 897-921.
Bertolote, Jose Manoel. O suicídio e sua prevenção. Editora UNESP, 2016.
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