Quem nunca recorreu ao Dr. Google ao sentir-se mal?

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Quem nunca recorreu ao Dr. Google ao sentir-se mal?

Se você pesquisar agora o termo “dor de cabeça” no Google encontrará 72 milhões de resultados. Para ansiedade, outros 90 milhões. Com alguns cliques você entra numa espiral de pesquisas em que “dor de cabeça” tem a mesma probabilidade de sugerir ser consequência de abstinência de café ou um câncer de cérebro.

A automedicação

Na maioria das vezes estas pesquisas são realizadas por pessoas com o intuito de se automedicar e de se autodiagnosticar, e quase sempre resultam num grande equívoco que pode colocar a saúde em risco.

Esta tendência das pessoas que não são profissionais de saúde a se autodiagnosticar e automedicar a partir de informações disponíveis na internet chamamos de Cibercondria (Hipocondria digital ou até Hipocondria 2.0), um fenômeno recente derivado de nossa velha conhecida Hipocondria.

Hipocondria

A última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), classificou dois tipos de hipocondria e trocou por transtorno de ansiedade de doenças (o hipocondríaco que não sente nenhum sintoma) ou transtorno de sintomas somáticos (o hipocondríaco que sente alguma coisa, uma tonteira, por exemplo, e supervaloriza o sintoma).

Pessoas com transtorno de ansiedade de doença podem ter pensamentos intrusivos de possuir uma doença, as preocupações geralmente se concentram em ter uma doença, enquanto no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) os pensamentos são geralmente concentrados no temor de ter uma doença no futuro.

Para entendermos bem a diferença, observamos que a maioria das pessoas com TOC tem obsessão ou compulsão envolvendo outras preocupações além dos temores de contrair uma doença.

No transtorno de sintomas somáticos, os pensamentos são desproporcionais acerca da gravidade dos próprios sintomas com excessiva preocupação e tempo gasto com a saúde e sintomas. Às vezes aparece queixa de dor e presença de múltiplos sintomas.

Embora todos nós tenhamos medo de ficar doentes, aqueles com cibercondria possuem um medo anormal, buscam informações e elaboram seu próprio diagnóstico e se automedicam, muitas vezes desconsiderando o parecer médico, pois acreditam serem incompreendidos ou até mesmo que o médico não esteja levando seus sintomas a sério.

E certos de que o Google tem a resposta para tudo, têm comportamentos impulsivos desastrosos. Neste caso, a utilização de pesquisas em mecanismos de buscas pode favorecer o uso excessivos de consultas médicas ou evitação, o que vale para medicamentos também.

Dados atuais

O G1 fez um levantamento no final de 2018 de quais são as doenças mais pesquisadas pelos brasileiros. A campeã foi a febre amarela, seguida de ansiedade, herpes, dor de cabeça, diabetes e depressão.

De acordo com o Estadão, em pesquisa publicada em março de 2019, o índice de brasileiros que buscam o Google como primeira fonte de informação em casos de problemas de saúde já chega próximo ao dos que buscam imediatamente um médico. São 26% que têm o mecanismo de busca como primeira opção, contra 35% que recorrem a um médico.

Considerando as condições ruins do atendimento na Saúde pública no Brasil, as consequências podem ser ainda piores. Outro agravante são as fake news sobre vacinas, doenças, remédios e tratamentos alternativos sem comprovação científica, que apavoram a população em geral.

Os 7 erros da cibercondria

  1. Autodiagnóstico induzido por resultados de pesquisas de sintomas isolados;
  2. Automedicação baseada no autodiagnóstico;
  3. Considerar a opinião de leigos, participação em fóruns e debates informais;
  4. Pesquisar o código da CID e entrar em pânico;
  5. Adiar a consulta a um profissional especializado e ignorar a gravidade;
  6. Tentar diagnosticar a outrem pesquisando sintomas;
  7. Pesquisar resultados de exames de imagem, laboratoriais e outros de forma isolada e tirar conclusões precipitadas e erradas.

O bom uso das ferramentas de busca

Mas quem consegue resistir em pesquisar sobre uma doença ou remédio assim que sai de um consultório médico? Então, informar-se é sempre bom, desde que seja em fontes confiáveis, de forma que contribua para a melhora de sua saúde.

No caso de sintomas psicológicos ou psíquicos, supostos diagnósticos podem aumentar a ansiedade causando o que chamamos de crise antecipatória, que é o sofrimento por antecedência, com agravamento do quadro por pensar no pior.

Para entender a necessidade do uso de um medicamento questione seu médico sobre os benefícios e riscos da utilização, o não conhecimento de termos técnicos descritos em bulas pode também levar à rejeição do uso do medicamento. Um erro comum é, por exemplo, achar que pelo fato do remédio ser um “antipsicótico” a pessoa tenha uma psicose, mas esse termo refere-se a uma classe de medicamentos utilizadas para controle de impulsividade, agressividade, instabilidade do humor (em alguns casos) e também, claro, para esquizofrenia e transtornos psicóticos.

As 7 virtudes da Vida com saúde

  1. Ao realizar pesquisas sobre sintomas, doenças, exames ou remédios, utilize fontes confiáveis como sites de hospitais e centros especializados de referência.
  2. Indique bons médicos e não remédios.
  3. Siga corretamente os horários e quantidades de remédios recomendadas por seu médico.
  4. Jamais utilize soluções caseiras não recomendadas por profissionais da saúde.
  5. Para emergências pesquise por hospitais e clínicas de referência.
  6. Use seu plano de assistência médica de forma consciente e responsável.
  7. Ao término de seu tratamento, se ainda sobrarem remédios, encaminhe para centros de coleta e distribuição às pessoas necessitadas. O mesmo remédio que curou você ainda poderá curar outras pessoas. (em BH, Igreja da Boa Viagem 3224-2270)

Fontes confiáveis de pesquisa sobre saúde física e psicológica

Atualmente, a oferta de serviços da área de saúde por meio da Internet vem corroborar para o acesso a informações e diagnósticos confiáveis concedidos por especialistas.

  1. Hospital Israelita Albert Einstein – No site você encontra notícias, temas relevantes e atuais. Outra dica super legal são os guias interativos, vale muito a pena conhecer “Jornada da mulher” – https://www.einstein.br/guias-interativos.
  2. Doctoralia – Pergunte ao especialista – https://www.doctoralia.com.br/perguntas-respostas. Você deixa sua pergunta e terá várias respostas gratuitas dentro de 48h.
  3. Blog do Psicologia Viva – Saúde mental, publicações atuais de profissionais especializados. Contato direto com psicólogos 24h. https://blog.psicologiaviva.com.br/blog/
  4. CVV – Centro de valorização da vida. Atendimento 24h em situações de crises emocionais e prevenção ao suicídio. Não pesquise sobre suicídio, nunca, procure ajuda imediatamente.

E lembre-se sempre, para qualidade de vida total, tenha equilíbrio e zelo para com os cuidados de corpo e mente.

Roberta Roberta Celi
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