Como é possível aumentar a resistência, estimular o enfrentamento e preparar crianças e adolescentes para serem resilientes?
Passos foram dados a partir do ECA/1990 – Estatuto da Criança e o do Adolescente. O Ministério da Educação criou novos métodos de controle e avaliação; métodos pedagógicos inovadores, psicologias educativas, etc.
No entanto, quanto mais se caminha, mais horizontes surgem. E porque surgem somos obrigados a redesenhar o mapa da viagem para continuar a caminhada.
Resiliência e psicologia positiva
“Primar pela psicologia positiva”, diz Martin Seligman. Preparar crianças e adolescentes para enfrentar situações na vida e aumentar a resiliência parece ser um novo caminho com uma visão mais positiva do futuro.
É também uma tentativa de reconstruir as perdas ocasionadas por experiências passadas. É ir além dos muros da escola!
Desconstruir crenças e ressignificar o passado para construir um presente mais positivo se torna um desafio diário.
Crenças arraigadas nos fazem parecer impotentes: padrões rígidos de educação, ou liberdades sem maturidade constituem, com efeito, práticas da sociedade moderna. Não há um equilíbrio! Sobretudo quando vimos a quantidade de crianças abandonadas em nosso país. Estamos vivendo em estado de sítio. Precisamos proteger nossas crianças e jovens.
“Deixe que comece por nós!”
Deixe que comece por nós! Esse é o nosso lema. Cada pai, cada educador, precisa ampliar seu olhar em direção a essa frente de trabalho que possibilitará esperança. É necessário sair desse lugar do adoecimento, de descrédito, do irrecuperável, para um lugar de propósito, de compromisso e fé na vida.
As adversidades não produzem por si só a resistência, é possível perder a força e desistir. O fato é que a resiliência só será desenvolvida por meio da educação.
Autores como Berndt (2018), demonstram que a resiliência não ocorre apenas em situações adversas; é necessário ser resiliente também em momentos de sucesso.
A cantora Amy Winehouse tinha um talento nato, uma voz inconfundível, mas precisava ser resiliente para suportar os impactos do sucesso em sua vida pessoal e profissional.
Quando ocorre a resiliência
A resiliência ocorre no processo de interação com o meio, varia de pessoa para pessoa a partir de motivações internas e externas. Não existe um treinamento formal de como ser resiliente, mas é possível ler sobre o assunto, fazer psicoterapia, aprender com erros e acertos.
Algumas maneiras de desenvolver a resiliência na escola são:
- O treino de habilidades cognitivas e sociais,
- Práticas de meditação,
- Aceitação e compromisso,
- Desenvolver afetos sem exigências e com firmeza,
- Desconstruir crenças negativas,
- Ter um mentor, tutor ou adulto que se responsabilize e o ajude a ter atitudes positivas,
- Trabalhar recompensas das competências,
- Identificar forças, virtudes, capacidade de suportar frustrações/adiar gratificações,
- Reduzir a impulsividade.
Isso é tarefa do educador! Seja o professor, psicólogo, pai ou mãe, tutor. Avançar nas questões sociais quanto à segurança e proteção à vida é fundamental. Tudo isso é ancoragem para aprendizagem!
Enfim, somente a educação possui meios de transformação capazes de aumentar a resistência e preparar crianças e adolescentes para enfrentar as dificuldades da vida, tornando-os, por conseguinte, mais resilientes!
Referências:
Berndt, Christina – Resiliência: O segredo da força psíquica / Christina Berndt; tradução de Markus A. Hediger. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2018.
Nelsen, Jane – Disciplina positiva para adolescentes: uma abordagem gentil e firme na educação de filhos / Jane Nelsen, Lynn Lott; tradução: Bete P. Rodrigues , Ruyma
ra Teixeira de Almeida. – 3. Ed. Barueri [SP] : Manole, 2019. 270p.
Seligman, Martins E. P. – Felicidade Autêntica: Usando a nova psicologia positiva para a realização permanente, Tradução de: Authentic happiness, Formato: ePub, Acesso: Requisito do sistema. Editora Objetiva Ltda. Rio de Janeiro. 2002.
Mota, Antonia – Resiliência na escola: uma ancoragem para a aprendizagem, trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, Brasília – 2019
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