Dá para ser mais resistente em momentos de dificuldade? Descubra!

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Um pouco sobre nossa relação com o estresse

Estamos sempre imersos, no nosso dia a dia, em situações que suscitam sentimentos variados em nós mesmos.

Algumas dessas vivências provocam sensações de estresse que muitas vezes podem ser positivas por meio de uma experiência excitante e boa como é o caso de um casamento, uma promoção no trabalho, etc., ou mesmo negativas como conflitos familiares, problemas no trabalho, doenças, etc.

Tomando uma perspectiva evolutiva da espécie humana, o estresse tem uma função que garantiu a nós, e que em parte ainda garante, que nosso corpo possa se preparar e agir de modo a otimizar seu desempenho e direciona-ló a resolução de problema urgentes. Isso, há muito tempo atrás, determinava até mesmo a nossa sobrevivência.

No entanto, situações como essa, a milênios de anos atrás, eram pontuais e limitadas no tempo-espaço para que depois nosso corpo pudesse relaxar e se recuperar das exigências vividas naquela circunstância.

O que temos, porém, hoje em dia, destoa do que o nosso corpo está adaptado a lidar: estamos constantemente submetidos a situações de estresse, em especial o negativo, e constantemente sendo cobrados por uma cultura que valoriza a produtividade máxima em detrimento do descanso e do ócio.

O que pode gerar consequências ruins para nós mesmos a médio e longo prazo.

Como podemos lidar com essa realidade?

Bem, é neste momento que a resiliência entra em cena.

Ela nada mais é do que uma multiplicidade de fatores que promove a resistência psíquica de uma pessoa frente a situações de dificuldade, em especial quando tal dificuldade é prolongada, o que exige ainda mais de nossos corpos e mentes.

A resiliência não é um dom, ou um traço de personalidade que a pessoa já nasce tendo, ou que só determinadas pessoas que passaram por determinadas vivências podem desenvolver ou nem mesmo algo que, depois da terceira idade, não podemos construir para nós, e mais ainda, não somente influenciado por algo inato ou por genética.

Alguém que é resiliente não é 100% imune aos sofrimentos de uma situação difícil.

Uma pessoa muito resistente pode sucumbir se as adversidades forem muito grandes e seus recursos para enfrentar o problema forem muito escassos. Da mesma forma uma pessoa nada resistente pode se manter firme se tiver recursos e suporte suficientemente para lidar com seus desafios. E igualmente podemos ser resilientes para algumas situações difíceis mas não para outras.

É importante que, frente a um problema sério, você avalie objetivamente:

1. O que você tem (amigos, família, recursos materiais, profissionais) que possam te ajudar?
2. O que você é. (seus pontos fortes, suas qualidades, seus talentos)
3. O que você pode. (estratégias, movimentações, caminhos que você pode seguir)

Características que ajudam a superar obstáculos sem grandes danos

De acordo com o psicólogo e pesquisador Friedrich Lösel tais fatores são:

  • Temperamento: Humor, flexibilidade, equilíbrio emocional, tolerância à frustração, capacidade de se impor, perseverança, força, otimismo, hobbies.

  • Competências cognitivas: talentos especiais, planejamento realista, motivação de desempenho, inteligência.

  • Capacidade de lidar: solução ativa de problemas, capacidade de se distanciar.

  • Relacionamentos sociais: pessoa de referência fora da família nuclear, bom relacionamento com os colegas de trabalho/escola, irmãos que apoiam, boa relação com local de trabalho/escola, experiência de sentido, estrutura na vida, espiritualidade, satisfação com apoio recebido, comportamento social positivo.

Lembrando que não é necessário possuir todas as características que garantem resiliência, com algumas já é possível garantir algum nível de resiliência que possa ser o diferencial no enfrentamento de problemas.

Aprendizados para o dia a dia

A resiliência não é algo que se adquire uma vez na vida e pronto, nunca mais se precisa se preocupar com ela. Grandes dificuldades também podem causar a perda da resiliência até para quem tem força psíquica.

Além disso, a plasticidade neuronal existe até a idade avançada, portanto, há espaço para novos aprendizados, mudanças e aquisição de novas habilidades. Assim, pessoas em idades avançadas também têm a capacidade de poder mudar sua personalidade, no entanto, é necessário uma condição: elas precisam deliberadamente querer mudar.

Logo, se você estiver desenvolvendo sua resiliência em uma fase adulta lembre-se que você é capaz de treinar sua resistência em qualquer fase da sua vida. Uma dica que pode ajudar é ter como referência uma pessoa próxima a você a qual o comportamento em situações de crise se mostrem como bons exemplos de resiliência.

Entendendo a resiliência na prática

É fundamental enfrentar os desafios em vez de fugir deles. A resiliência somente se desenvolve quando a pessoa não para de se colocar em experiências com intuito de superar as crises e realizar tarefas difíceis.

No entanto, precisamos ter senso crítico em relação aos desafios que aceitamos confrontar. Devemos selecionar aqueles que encararemos e usaremos os nossos recursos de modo econômico.

Existem dois pontos que impedem que as pessoas desenvolvam a resiliência:

  1. Constantemente se queixar de seu destino difícil e árduo.
  2. Reforçar o tamanho da dificuldade focando no problema de origem em vez de refletir as possibilidades de resolução.

É necessário entender a circunstância em que nos encontramos de uma forma mais balanceada: aceitar que estamos numa situação de sofrimento mas ter convicção, ao mesmo tempo, que ele não será para sempre. Ao superar um empasse na vida devemos pensar em como usaremos os recursos que temos e nos lembrar de quais estratégias usamos em outras crises do passado para superá-las.

Outras dicas valiosas

Como já mencionado anteriormente, a resiliência é o resultado de vários fatores integrados: ambiente de suporte, personalidade, aspectos genéticos, oportunidade de experienciar coisas positivas, etc.

Logo, é plausível concluir que não temos como ser resilientes em toda e qualquer situação. Sendo assim, precisamos ser espertos e procurar gerenciar os nossos desafios de tal maneira que eles não se multipliquem. Afinal, quanto mais desafios, mais estresse e consumo dos seu recursos de resiliência.

Crie metas para você mesmo mas não permita que tais metas se transformem em obrigação. Caso você perceba que terá dificuldades em atingir suas metas pré-estabelecidas sinta-se na liberdade de redefini-las.

Por fim, se há aspectos estressantes em sua vida que estejam no seu controle para mudar, então imponha limites e faça os ajustes necessários. Caso você não se encontre em uma situação na qual tem controle sobre os eventos estressantes, a alternativa é mudar a sua postura interior em relação a esses aspectos, não bata de frente contra aquilo que você não pode mudar, mas mude a forma como você os percebe para que isso te afete menos.

Quer saber mais sobre resiliência e como lidar com impasses da vida? É só entrar em contato: https://blog.psicologiaviva.com.br/psicologos/valentinamoraes/

Escute também mais dicas práticas sobre resiliência que eu disponibilizei para os ouvintes do Spotify e do soundcloud.

Referência:

Resiliência: o segredo da força psíquica. Autora: Christina Berndt.

 

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