A gestação e a maternidade são momentos únicos para a mulher, não é mesmo? E geralmente quando esses temas são retratados na mídia, são sempre repletos de felicidade, comemorações e sorrisos. Mas, sabemos que na realidade nem sempre é assim.
Na verdade, existem três momentos na vida onde uma mulher pode apresentar mais risco de desenvolver algum sofrimento emocional grave: a entrada para a adolescência, a menopausa e na gestação.
A Depressão Pós-Parto é muito mais comum do que se imagina, mas nem sempre é fácil reconhecer se é isso mesmo que está acontecendo com você ou como identificar os sintomas, não é mesmo? Então, confira esses sinais e entenda mais sobre essa doença.
Você sabia que nem sempre a Depressão Pós-Parto começa somente após o nascimento do bebê?
Isso mesmo! Sei que pode parecer estranho, mas é bem comum que a Depressão Pós-Parto se inicie ainda na gestação. E é por isso que é tão importante estar atenta aos sintomas, para que você possa procurar um tratamento o quanto antes.
Inclusive, os especialistas têm preferido chamar esse sofrimento de Depressão Perinatal, justamente porque os estudos nos mostram que ela pode começar em qualquer momento da gestação ou do pós-parto.
A sua origem pode acontecer por vários motivos:
- Baixa condição financeira,
- Histórico anterior de depressão,
- Gestação não planejada ou não desejada,
- Ser mãe solteira,
- Falta de apoio dos familiares e tantos outros.
Ainda, há fatores biológicos e neurológicos que também podem influenciar no seu aparecimento.
7 sinais da Depressão Pós-Parto
#1 – Desânimo persistente
Um dos primeiros sinais da depressão pós-parto é a perda de interesse pelas coisas do cotidiano e desânimo com as atividades diárias.
E às vezes pode ser difícil diferenciar um desânimo comum do desânimo presente na depressão, mas uma boa estratégia é identificar a frequência com que você está sentindo isso. Tem sido na maior parte dos dias e na maior parte do tempo nas últimas duas semanas? Talvez seja importante prestar mais atenção a esse ponto.
#2 – Não achar mais graça das coisas e rir com menos frequência
Sabe aquela piada que você sempre achou engraçada e de repente você não consegue mais rir dela? Ou aquele vídeo que sempre te arrancou um sorriso e, sem motivo aparente, ele não te desperta mais nada.
Esse é um ponto muito importante para ser observado: o quanto seu bom humor mudou no último mês? Você sente que era mais bem-humorada ou alguém comentou isso com você? Há algum motivo para essa mudança de humor? Caso não, observe se há mais algum sintoma dessa lista que você esteja sentindo.
#3 – Um sentimento de culpa e inutilidade parece dominar você
Outro sintoma que é muito comum em mulheres com depressão pós-parto é um sentimento de culpa enorme sem motivo aparente. Você sente culpa por não estar trabalhando tão bem, não estar conseguindo cuidar das tarefas domésticas como deveria ou culpa por não estar se sentindo feliz. Parece que sempre tem algo dentro de você dizendo que você não é boa o suficiente e que todas as outras mães são melhores do que você.
Lembrando que a culpa é um sentimento que acompanha a maternidade (afinal, qual mãe nunca sentiu culpa, não é mesmo?). Mas busque reparar se há um motivo para tanta culpa e com que frequência você sente ela.
#4 – Sentimento constante de ansiedade ou preocupação sem razão
Na Depressão Pós-Parto, você percebe que está se sentindo ansiosa e preocupada constantemente e não consegue encontrar um motivo para isso, trazendo muito sofrimento e angústia.
#5 – Tristeza com choro frequente
Por vezes, a tristeza se manifesta em forma de lágrimas e parece se tornar impossível controlá-la. Nem mesmo cuidar do bebê ou pensar sobre ele te traz felicidade.
#6 – Irritabilidade
Se você percebe que além de tristeza você tem se sentido muito irritada ultimamente, parecendo que até as menores coisas têm tirado a sua paciência de uma forma inexplicável, também é um sinal de alerta.
Geralmente, quem acaba sofrendo mais com essa irritabilidade acaba sendo o companheiro e os familiares mais próximos. Até mesmo uma oferta de ajuda pode ser irritante nessas situações.
#7 – Achar que não será capaz de cuidar bem do seu bebê
Esse é um dos pontos mais importantes para identificar a Depressão Pós-Parto: um sentimento enorme e incontrolável de achar que você não será capaz de cuidar bem do seu bebê, dificuldade em querer estar com ele e de se conectar emocionalmente com ele.
Você até troca as fraldas, dá banho (ou no caso da gravidez, compra as coisas para o enxoval), mas parece que você e ele não estão na mesma sintonia – não importa o quanto você tente.
Além disso, você parece ter mais vontade de ficar sozinha do que com ele ou qualquer outra pessoa.
Como esse diagnóstico é realizado?
O primeiro é passo é você fazer uma auto-observação. Leia novamente com atenção a lista acima e veja se você se identificou com os sintomas descritos.
Se você percebeu que está sentindo 4 ou mais sinais, e esses sentimentos já existem por pelo menos 15 dias, é um grande sinal de alerta. Mas, apenas um profissional especializado pode dar o diagnóstico final. Então, procure um profissional da psicologia para te ajudar!
É importante ressaltar também, que mesmo que você apresente apenas 1 dos sintomas, você já pode buscar ajuda profissional! Não espere que as coisas piorem. Quanto antes o tratamento é iniciado, melhor para você, para seu bebê e sua família.
Como é possível prevenir a Depressão Pós-Parto?
Quanto mais estudos são feitos, mais claro fica que é possível, sim, trabalharmos com a prevenção da Depressão Pós-Parto. Para isso, o acompanhamento psicológico durante a gravidez é essencial, pois o psicólogo pode rapidamente identificar quando algo não está bem com aquela gestante.
Além disso, alguns pontos muito importantes são:
- Atividade física regular,
- Cuidados adequados com a alimentação,
- Ter uma rede de apoio sólida,
- Ter uma médica obstetra de confiança com quem você possa conversar e tirar suas dúvidas e
- Cultivar um bom relacionamento com seu companheiro/cônjuge.
Como buscar ajuda?
A depressão pós-parto tem tratamento e tem cura! A primeira coisa que você precisa fazer é procurar atendimento psicológico. O psicólogo irá te ajudar a lidar com esses sentimentos difíceis e será seu grande aliado!
Não deixe de buscar ajuda!
Referências
- ARRAIS, Alessandra Rocha. O pré-natal psicológico como programa de prevenção à Depressão Pós-Parto. Revista Sociedade e Saúde, 2014.
- BOSKA, Gabriella de Andrade; WISNIEWSKI, Danielle. Sintomas Depressivos no período puerperal: identificação pela escala de depressão pós-parto de Edinburgh. Journal of Nursing and Health, 2015.
- CANTILINO, Amaury. Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: classificação, diagnóstico e tratamento. Revista de Psiquiatria Clínica, 2006.
- GALVÃO, Anna Carolinne Castro; LIMA, Larissa Alves de Araújo. Prevalência de Depressão Pós-Parto e fatores associados: revisão integrativa. Revista Ciência e Saberes, 2015.
- RUSCHI, Gustavo Enrico. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Revista Psiquiátrica do Rio Grande do Sul, 2007.
Entendo o quanto esse momento pode trazer dificuldades, incertezas e angústias. Afinal, dizem por aí que estar grávida e ser mãe é a melhor coisa do mundo, não é mesmo? Mas, você sente que não tem sido bem assim e acha que você é a única que está passando por isso. Mas você não está sozinha!
Tenho ajudado gestantes e mães a se reencontrarem nesse período e posso te ajudar também! Sei que juntas iremos encontrar um caminho para trazer mais leveza para sua vida.
Sempre digo que cada gestação, cada mãe e cada casamento são únicos! E tenho certeza que iremos encontrar o seu jeito de ser feliz em meio à essa confusão de sentimentos que esse período traz.
E aí, vamos juntas nessa? Vou ter o maior prazer de caminhar ao seu lado! Aguardo seu contato!
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