Síndrome do pânico: saiba no que ficar de olho

Mulher com sintoma de síndrome do pânico
Síndrome do pânico: saiba no que ficar de olho

Você já sentiu seu coração disparar de repente e a visão ficar turva? Começou a suar e, ao mesmo tempo, sentiu ondas de frio e de calor? Nesse momento você sentiu que ia morrer? Se a resposta foi “sim”, tome cuidado, pois você pode estar sofrendo de Síndrome do Pânico. A Síndrome do Pânico é mais comum do que você imagina. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2% a 4% da população mundial sofre com esse problema.

Deseja saber do que se trata essa patologia e quais cuidados devem ser tomados? Então continue a leitura deste post!

O que é a Síndrome do Pânico?

Em poucas palavras: trata-se de uma crise de medo repentina e inesperada — desesperadora para quem a sente. Durante a crise, a pessoa pensa que vai morrer. Ela acredita que está tendo um ataque cardíaco, uma vez que o coração dispara, surge sudorese e falta de ar. Além disso, o medo aumenta a descarga de adrenalina, reforçando o pânico.

Os sintomas, por si, são normais e naturais. Inicia-se a reação de estresse para a sobrevivência, como quando você é atacado por uma fera e precisa escapar. A reação do organismo está correta: somos programados para isso. Na Síndrome do Pânico, no entanto, a reação se inicia diante de uma ameaça que não existe, e é isso que caracteriza o distúrbio.

Não existe uma causa exata para que a síndrome se manifeste. Há indícios de que fatores genéticos, alterações na forma como o cérebro reage a determinadas situações e o temperamento mais vulnerável às condições de estresse favoreçam o aparecimento de alguns sintomas. Estatisticamente, a Síndrome do Pânico ocorre mais entre as mulheres e os jovens de 15 a 20 anos de idade, mas não se restringe a apenas esses grupos.

Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas provocados pela Síndrome do Pânico podem ser tão variados quanto estranhos. A crise extrema de ansiedade, com descargas de adrenalina na corrente sanguínea, faz com que cada indivíduo apresente um quadro sintomático diverso, mas de modo geral, alguns sintomas comuns são:

  • preocupação excessiva;
  • medo generalizado;
  • pensamentos negativos;
  • taquicardia;
  • aperto no peito;
  • falta de ar;
  • dor de barriga;
  • sudorese;
  • ondas de calor e de frio;
  • tontura;
  • tremedeira;
  • visão turva.

O que pode desencadear o transtorno?

Situações em que a pessoa se sente fora de controle ou completamente impotente para fazer algo são consideradas de risco e podem desencadear a Síndrome do Pânico, como:

  • casos de doenças graves ou mortes na família;
  • mudanças drásticas e repentinas na rotina;
  • abuso sexual na infância;
  • experiências traumáticas, como acidentes.

Na maioria dos casos, o pânico surge em momentos que, para o indivíduo, têm alguma ligação com algo ruim. É aí que ele se desespera por não querer fazer, por se lembrar de algo desagradável que aconteceu ou por medo do que pode vir a acontecer.

A pessoa com Síndrome do Pânico se sente tão ameaçada que não consegue realizar atividades cotidianas simples como se locomover e dormir sozinho. Além disso, acaba se afastando de amigos e colegas de trabalho, até o momento em que prefere não sair de casa para não ter contato com o que julga perigoso ou ameaçador.

O que é ansiedade antecipatória?

As crises surgem de modo aleatório, e a permanente expectativa de uma nova ocorrência cria a chamada ansiedade antecipatória. A pessoa se preocupa com a possibilidade de sofrer um ataque de pânico em um local onde não encontre uma saída ou a ajuda de alguém — como no elevador, em salas de espera e no interior de meios de transporte. Começam, assim, a se desenvolver os primeiros sinais de estresse.

Em razão disso, quem sofre da Síndrome do Pânico acaba desenvolvendo algum grau de agorafobia, que é o medo de estar em determinados lugares ou situações que possam desencadear o ataque.

A necessidade de evitar tais lugares e circunstâncias acaba fazendo com que o indivíduo deixe de frequentá-los, e assim começa o processo de isolamento. Essa síndrome gera uma severa perda de qualidade de vida, não só pela ansiedade, mas pelo afastamento das relações com outras pessoas.

Como tratar a Síndrome do Pânico?

Antes de começar a fazer experiências mirabolantes, procure uma orientação profissional. Uma assistência psicológica pode ser o primeiro passo para o tratamento que conduzirá à solução definitiva.

Prepare-se para levar algumas informações importantes para a primeira consulta com o psicólogo. Ele será o seu grande aliado. Reflita sobre:

  • os sintomas que aparecem;
  • quando foi a primeira vez;
  • qual é a periodicidade;
  • se existem lugares ou situações específicas;
  • se houve eventos traumáticos na sua vida de que você se lembre;
  • se o medo de um novo ataque tem atrapalhado a sua vida.

Essas e outras questões vão auxiliar o profissional a orientá-lo adequadamente em relação às iniciativas que deverão ser tomadas.

Como ajudar alguém em crise?

Uma crise de pânico atinge seu grau máximo em 10 minutos e geralmente os primeiros sinais a serem notados são a respiração acelerada, a frequência cardíaca alta, dor no peito, tremores, tontura, calafrios e sensação de morte. Essas alterações são intensas e podem ser notadas por quem estiver próximo.

Se você estiver perto de alguém que está tendo uma crise de pânico, não se desespere! Existem algumas dicas que podem ajudá-lo a acalmar a situação e amenizar os riscos. Confira:

  • afaste a pessoa em crise e tente identificar a causa do medo;
  • esteja seguro e calmo, mas fale com firmeza;
  • não se desespere com a pessoa e nunca grite com ela ou a chacoalhe;
  • peça para ela respirar devagar e profundamente — faça o procedimento junto para acalmá-la;
  • não contrarie uma pessoa em crise. Deixe-a fazer o que lhe der conforto, desde que não coloque em risco sua vida ou a dos outros;
  • nunca a deixe sozinha até que tenha certeza de que a crise não vai voltar;
  • seja motivador e paciente.

O que fazer para não ter recaídas?

A melhor forma de evitar que alguém que sofre com a Síndrome do Pânico tenha recaídas é o acompanhamento médico. Quando um profissional está ciente dos problemas enfrentados e das crises sofridas, ele desenvolve todo um trabalho de acompanhamento que exige um esforço contínuo do paciente.

Entre os fatores que podem desencadear uma recaída estão os que envolvem uma sobrecarga emocional — a perda de um familiar ou amigo, divórcio, desemprego ou mudança — e tudo o que pode gerar grande expectativa — dor emocional ou situações inesperadas.

Pacientes que apresentam outros distúrbios mentais simultaneamente como a depressão e o transtorno da ansiedade estão mais suscetíveis a terem recaídas. Por isso, o acompanhamento médico e a continuidade do tratamento são muito importantes.

Além disso, busque qualidade de vida! Manter um estilo de vida saudável tanto em relação à alimentação e aos exercícios quanto na questão profissional e pessoal ajuda a manter o equilíbrio em situações de ansiedade e medo.

As chances de enfrentar recaídas quando se está feliz e com a mente ocupada com atividades que lhe oferecem prazer e energia são menores. São essas ações que fortalecem o emocional e dão segurança ao indivíduo.

Gostou de saber mais sobre a Síndrome do Pânico? Então confira este post e conheça 5 dicas simples de como tratar a Síndrome do Pânico.



Referência:

Boccalandro, Marina Pereira Rojas. Transtorno de ansiedade e síndrome do pânico: uma visão multidisciplinar. Editora Manole, 2016.

Psicologia Viva
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