Ansiedade em tempos de pandemia

Ansiedade em tempos de pandemia

Você sabia que o Brasil é apontado como o país mais ansioso do mundo?

É isso mesmo, segundo a OMS (organização mundial de saúde) o Brasil antes mesmo da pandemia já era infelizmente conhecido dessa forma. E a partir desse apontamento, podemos afirmar que mais do que nunca é o momento de pararmos e buscar um olhar mais atento, cuidadoso e sensível voltado para nossa saúde mental.

Dentro do contexto que todos sem exceção estamos inseridos atualmente, quando se fala de um vírus a solta que mata ou que no mínimo deixa sequelas, acaba sendo compreensível uma instabilidade de humor, afinal, conviver com o medo, a insegurança, a incerteza diariamente não é tarefa fácil.

Mesmo a humanidade já tendo vivido outras pandemias, cada momento acaba sendo único, é um marco para história o vírus da COVID-19. Nos dias atuais temos algo em diferencial, que traz impacto diretamente em nossas vidas: a tecnologia.

As informações chegam a todo tempo, tudo se propaga em um nível elevadíssimo e por conta disso temos uma linha muito sensível em conseguir absorver de fato apenas o que aqui é necessário e não se deixar levar ao extremo pela preocupação e uma sensação de ansiedade, medo exagerado que isso tudo pode nos trazer. 

É bem verdade que estamos expostos ao risco, e não se deve de forma alguma desafiar a doença, mas devemos nos atentar e buscar equilíbrio emocional.

Em tempos de pandemia tudo tem se intensificado, digamos que os nervos podem estar a flor da pele, diante disso podemos destacar a dificuldade de adaptação à nova rotina, a atual realidade. Em um novo cenário e com essa instabilidade presente, acaba sendo corriqueiro, com o passar das semanas, ficarmos com um comportamento ansioso.

Afinal, estamos sendo praticamente impostos a um período de adaptação ao meio, tudo é novo para todos.

Durante o isolamento social

A exclusão social fez com que nossas rotinas fossem abaladas drasticamente. Os filhos em casa, o marido desempregado, a atual realidade do home office, empresas fechando, o lucro dos negócios despencando, os cifrões diminuindo. A distância dos amigos, dos pais que são grupo de risco… enfim, uma realidade que nos obriga a sermos fortes e a nos reinventar diante das dificuldades.

As circunstâncias em torno desse cenário trazem impacto direto nos fatores físicos, psíquicos e emocionais, a cabeça fica a mil, e a sensação de estar ansioso se vai fazendo presente no dia a dia.

Decisões vão sendo adiadas, o cansaço e o desanimo já se instalaram em muitos de nós, as emoções ficam sensíveis e latentes, aqui o psicológico já está abalado e você se sente mais do que sobrecarregada, com vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo, não é mesmo?

Nossa capacidade de concentração quando afetada traz dificuldade em elaborar e colocar em prática as tarefas do dia a dia e, por isso, elas acabam por se torarem gigantes diante de nós, a rotina torna-se pesada demais, com foco para os que hoje se encontram em home office.

A questão é: Buscar de forma subjetiva maneiras de se planejar para dar conta das tarefas, desde cuidar da casa, filhos, marido, cachorro, gato e periquito até as demandas do trabalho. Logo, por conta de tudo isso acabamos por perder o brilho, interesse por coisas que antes nos davam prazer.

É necessário e primordial conseguirmos ter o autocuidado

Como psicóloga digo que isso vem até mesmo antes de tudo que já mencionei, pois bem sabemos que a cabeça é nosso carro chefe e que se nossas emoções não vão bem, nada estará bem.

Adaptar-se é preciso e se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder

O novo nos traz estranheza, é e será sempre um desafio sair da nossa zona de conforto, não é mesmo? Porém, se pararmos para pensar veremos que com o novo temos também novas oportunidades, oportunidade essa de trazer mudanças, é como arrumar a casa, fazer aquela faxina, trocar os móveis de lugar, tirar as teias de aranhas e quem sabe se desfazer de algumas coisas que não nos servem mais.

Uma boa metáfora essa que nos faz pensar, nos estimula a reflexão de que nem sempre as coisas acontecem como planejamos, na verdade dificilmente acontece como planejamos.

Porém, é interessante e necessário enxergar que a vida é um constante processo de desenvolvimento e adaptação, o tempo todo nos reinventamos e por isso podemos avançar, caso contrário estaríamos vivendo em cavernas ainda.

Buscar um olhar sensível para o que acontece ao nosso redor é saudável, entender a maneira como cada coisa traz de impacto, tanto positivo quanto negativo, sobre nossas vidas é exercitar o autocuidado através da autorreflexão. No momento atual estímulo a vocês a trabalharmos o nosso poder de fênix, de sermos resilientes e buscar na dificuldade a força que existe dentro de você.  

Compartilhando com vocês algumas questões sobre essa fase, posso dizer com propriedade sobre a minha vivência profissional em trabalhar uma quantidade de demandas que envolvem esse tema. O quanto isso vem trazendo impacto para a vidas das pessoas e o quanto pode ser prejudicial à saúde mental da sociedade.

É tempo de cuidar, é tempo de amadurecer, hoje no mínimo vejo a necessidade de falarmos sobre isso. As doenças da alma surgem diante de inúmeras questões e por muitas razoes nos trancam em gaiolas, mas temos através de tudo que aqui está sendo discutido a chave para abrir a porta.

Um olhar de esperança para o amanhã, a única coisa que é impossível é aquela que você não tenta

A preocupação com tudo o que acontece agora é real, não se deve desafiar a doença, porém uma pergunta frequente é: Quando isso tudo vai passar? O que fazer com o constante medo de adoecermos e a possibilidade de até mesmo perder quem amamos?

Existe uma vulnerabilidade diante dos fatos, sabemos bem. Não é fácil conviver com a possível ideia de tudo se perder diante dos nossos olhos e com isso podem aparecer os sinais e sintomas:

  • Cansaço extremo,
  • Fraqueza,
  • Irritabilidade,
  • Angústia,
  • Baixa autoestima,
  • Insônia,
  • Dificuldade de concentração,
  • Pensamentos pessimistas,
  • Comportamentos compulsivos,
  • Entre outros.

Se chegou até aqui e se identificou com o que leu, é hora de repensar sobre tudo, quem sabe procurar ajuda de um profissional para te auxiliar.

Algumas dicas úteis

Antes disso, posso te fornecer algumas dicas para tentar driblar essa situação, ok? Estabelecer uma rotina é primordial, determine horários para cada tarefa, praticar atividades físicas é uma ótima saída para auxiliar, ter uma alimentação saudável e balanceada é interessante, não menos importante ter um momento de lazer, tentar ‘’desligar’’, sair do automático.

Devemos ter cuidado com o vazio de vidas ocupadas demais, existe um dito popular que diz: ”mente sã, corpo são”.

Uma vida saudável reside de um estado de equilíbrio e harmonia. Então, dentro da sua realidade, busque por isso.

Descansar, procure dormir bem, meditar, quem sabe fazer alguns exercícios de respiração, permita-se ver um filme comendo pipoca, escutar sua playlist favorita, ficar jogada no sofá ou caminhar um pouco, respirar ar puro, enfim, pode ser isso ou qualquer coisa que você ache relevante, não tem receita de bolo.

Respeite os seus limites, suas vontades, ao organizar uma agenda, esforce-se para ter disciplina, afaste-se de pessoas negativas, busque estar bem e foque no primordial: sua felicidade!

“A ansiedade nunca fortalece você para o amanhã, ela apenas o enfraquece para o dia de hoje”. 

John Blanchard.

Referencias 

  1. https://pebmed.com.br/ansiedade-e-o-transtorno-mais-comum-entre-os-brasileiros-durante-a-pandemia/
  2. https://www.paho.org/pt/materiais-comunicacao-sobre-covid-19#mental
  3. https://agendapositiva.org.br/artigo/cuidando-da-saude-mental?gclid=EAIaIQobChMI-puwkf-D8gIVDgqRCh2-PAa-EAAYAiAAEgL2M_D_BwE
  4. https://www.researchgate.net/profile/JosianeRolim/publication/343678426_Manejo_da_Ansiedade_no_Enfrentamento_da_Covid-19_Managing_Anxiety_in_Coping_with_Covid-19/links/5f3827be299bf13404c8490a/Manejo-da-Ansiedade-no-Enfrentamento-da-Covid-19-Managing-Anxiety-in-Coping-with-Covid-19.pdf___________ Rev. Enfermagem e Saúde Coletiva, 5(1) 64-74, 2020, ISSN: 2448-394X.
Debora Cravo
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