A homossexualidade pelo lado de dentro: já pensou nisso?

A homossexualidade pelo lado de dentro: já pensou nisso?

A homossexualidade pelo lado de dentro: como é ser um LGBT?

Todos conhecemos algum homossexual, uma colega do trabalho, um parente ou até um amigo bem intimo. Mas você tem uma ideia do que essa pessoa passou para chegar até aqui? O que ela teve de enfrentar para sair de casa com a roupa que quis? Andar e falar como quis? Relacionar-se com quem desejou? Sabe o que ela passou para ser aceita dentro da própria casa, por sua própria família?   

Este vai ser um momento de impacto, impacto que provavelmente você, heterossexual, não tenha presenciado até agora. Momento em que você, homossexual, vá se identificar como nunca. Momento em que você como pessoa vai entender um pouquinho do que acontece na vida daqueles que crescem fora dos padrões que a sociedade impõe.

Veja, quando me refiro a “sociedade” me refiro a todos nós, você, eu, seu amigo, seu vizinho, o artista da tv, todos somos a Sociedade. Logo você verá por que estou ressaltando isso.

A Descoberta De Si

Em sua maioria, os homossexuais já na infância percebem-se diferentes das demais crianças. Seu interesse não é voltado para o sexo oposto, mas sim para o mesmo sexo. Essa fase escolar é muito traumática, pois sofrem muito com o bullying dos colegas, e os meninos são extremamente mais atacados por estarem no grupo das meninas, do que elas ao se mostrarem interessadas pelas atividades dos meninos. Só com esse fato podemos ver o quanto uma educação machista inicia cedo a causar estragos.

 A criança está triste e confusa, não tem orientação positiva por parte de nenhum adulto, pelo contrário, praticamente todos à sua volta o forçam a agir de acordo com o que a sociedade espera dele. Em meio a isso a criança sente vergonha de si e medo de envergonhar os pais por não se encaixar nos padrões exigidos. Um sofrimento imenso para qualquer pessoa, imagine para uma criança de 12, 8 ou 4 anos de idade.

A Autoaceitação

Com o passar dos anos, ocorre a evolução emocional e psíquica, onde a pessoa passa por um processo de autoaceitação. Esse processo é o mais importante, afinal como levar uma vida onde você próprio não gosta de quem é? Nessa parte há uma desconstrução dentro de si, passando por conflitos que o fazem questionar em que seus valores são baseados. O papel da sociedade e da opinião dos outros na sua vida. O quanto não ser como seus pais esperam influenciar em suas escolhas.

Existe uma dificuldade em conseguir esclarecer o que está passando em sua mente, em tomar decisões, em colocar as ideias em ordem. As emoções são expressivas, muita alegria, outros momentos de muita tristeza, passam por dramáticos aos olhos alheios. Ninguém os compreende. Agora, já na adolescência, percebem que vivem uma mentira, não são aquilo que mostram ser.

Algumas crianças e adolescentes encontram na arte um modo de comunicação. Dança, pintura, teatro, poesia, canto, são exemplos que auxiliam muito no processo como um todo. Utilizam da arte para expor seu pensamento, sua dor e sua originalidade. Ali conseguem ser eles mesmos, sem máscaras, seja expressando tristeza ou alegria, são puros.

O Psicólogo Nisto

Frequentemente o psicólogo é procurado pelos pais, ou cuidadores, que viram algo diferente no comportamento dos filhos, ou quando recebem reclamações da escola. Tenho que desmistificar essa parte, pois o psicólogo não vai curar, nem rotular a criança como sendo “isso” ou “aquilo”.

Muitos pais têm uma visão mais real nesse momento, afinal seu filho não tem problema algum de fato, é uma criança saudável que precisa do afeto e apoio deles para crescer sendo como ela é. O trabalho do psicólogo se dá com os pais, no sentido de orientá-los a como manejar a situação, e com a criança, no sentido de ajudá-lo a se expressar da forma que ela deseja.

Quando já na adolescência, ou vida adulta, a pessoa busca pela psicoterapia no intuito de entender tudo que acontece com ela, organizar as emoções e passar por todos esses conflitos que o acompanham desde cedo na vida. Quando chegar o momento, o psicólogo também estará lá, para apoiá-lo emocionalmente na decisão de se assumir para a sociedade.

Chega o Momento

Aos que não passam por isso, pode parecer sem sentindo uma pessoa resolver expor para o mundo sua orientação sexual, afinal passará a ser alvo de olhares indiscretos, serão ainda mais maltratados, sairão de casa com medo de ser humilhado e agredido fisicamente. Em muitos casos são assassinados, como se suas vidas valessem menos, ou nada.

Mas a questão é o cansaço de manter uma farsa, uma vida inteira de mentiras e reprimindo tudo que sente. Chega de encarar perguntinhas no almoço em família como: “e os namoradinhos, como estão?”, “foi pra festa ontem, né?! Beijou quantas?”.  Cansados de manter uma postura que não é sua, uma tensão nos ombros e na mente que o fazem preferir não viver mais, como muitos o fazem.

 A maioria planeja um momento para contar, outros acabam expressando em conversas informais. Mas antes deste momento há a escolha da pessoa para quem irão contar primeiro. É uma pessoa que eles se sentem mais à vontade, a pessoa que imaginam que vá aceitá-los mais facilmente que as outras e lhe dará o apoio que precisam, nem sempre são os pais.  

É Sobre Tudo

Passando por esse relato, você deve se questionar que tipo de sociedade nós formamos, um lugar onde existe uma necessidade que a pessoa “se assuma”?  Que pare e diga: “olha, eu não sou como vocês querem, sou diferente”. Não deve mais existir essa pauta, não deve mais ser estranho, ou desconfortável, ver dois homens, ou duas mulheres, se beijando. A orientação sexual de cada um é particular e digna de respeito, simples assim!

Ainda se tem em mente que uma criança nasça e cresça sendo heterossexual e que algo diferente disso é errado. Está passando da hora desse pensamento mudar, está passando da hora desse pensamento evoluir. Não existe meios errados de viver a vida, errada é a vida que não pode ser vivida livremente! ?

 

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