Terapia Junguiana: O que é? como funciona? Entenda o tratamento!

Terapia Junguiana: O que é? como funciona? Entenda o tratamento!

Muitas vezes sentimos que algo parece não estar bem em nossas vidas, mesmo quando não existe um fato externo que justifique isso.

Ao longo do nosso desenvolvimento, muitos aspectos da nossa personalidade acabam sendo reprimidos (por não serem bem vistos socialmente ou não estarem de acordo com expectativas familiares, por exemplo), e muitas vezes acabamos vivendo uma vida que não combina muito com nossa essência.

O resultado disto pode ser o aparecimento de inúmeros sintomas, como ansiedade, depressão, conflitos com pessoas próximas, falta de sentindo na vida, ou mesmo um sentimento discreto de descontentamento, vazio ou estagnação que aparece, apesar de “aparentemente” tudo estar correndo bem na nossa vida exterior.

Nestes casos, a terapia junguiana pode ajudar – não a encontrar uma cura – mas a realizar uma transformação que se faz necessária em sua vida.

O que é terapia junguiana?

A terapia de orientação junguiana, baseada nas ideias de Carl G. Jung e pós junguianos, tem como principal objetivo auxiliar o indivíduo a resgatar aquilo que é a sua essência, ou seja, viver de acordo com aquilo que ele realmente é.

Também chamada de Psicologia Analítica, ela trabalha para integrar aspectos inconscientes à consciência e estabelecer um equilíbrio entre mundo interno e externo.

Como ela funciona?

Na terapia junguiana, terapeuta e paciente trabalham juntos para reencontrar o caminho que tem mais a ver com a essência do paciente.

O paciente pode ficar à vontade para falar do que quiser. Qualquer situação que tenha lhe causado algum afeto pode ser analisada e refletida.

O terapeuta irá buscar compreender simbolicamente o que aquela situação está representando para o paciente. O paciente, por sua vez, começa a compreender melhor a si mesmo e como ele “funciona” no mundo.

Compreender simbolicamente quer dizer ir além do significado óbvio das situações, buscando entender o que mais está carregando aquela situação de afeto (podem ser experiências e vivências prévias, crenças, conceitos, etc).

Além da fala, o terapeuta junguiano pode trabalhar com a análise de sonhos, imaginação ativa, jogo de areia, arteterapia ou qualquer recurso que envolva material psíquico do paciente.

Como é a postura do terapeuta?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre qual é o papel do terapeuta durante as sessões, já que isto pode variar bastante de acordo com a linha que o psicólogo segue.

O terapeuta de orientação junguiana geralmente é bastante participativo na sessão, ele ouve e faz pontuações para refletir junto com o paciente.

De acordo com Jung, a interação entre as personalidades do terapeuta e paciente é um dos fatores que promove a transformação na terapia, e isto só é possível quando se estabelece uma relação genuína entre ambos.

Por isso a relação terapêutica tem um papel fundamental, e ela vai se construindo e se fortalecendo ao longo das sessões.

Quais são as suas etapas?

A terapia junguiana não é rígida e segue os movimentos da própria ordem psíquica do paciente. Neste sentido, ela não é uma terapia linear, e funciona de modo espiral: trabalham-se algumas questões num momento e é possível voltar a essas mesmas questões em um outro momento, para analisá-las sob um novo ângulo.

Tudo isso vai transformando o modo como o paciente lida com seus próprios conteúdos.

Compreendendo a complexidade da psique e a individualidade de cada ser humano, Jung nunca desejou criar um manual preciso sobre como deveria ser a psicoterapia. Para ele “não existe uma receita de vida válida para todo mundo. […] Cada qual tem sua forma de vida dentro de si, que não pode ser suplantada por outra qualquer”.

É uma terapia de longa duração, mas seus benefícios já podem começar a ser percebidos nas fases iniciais e no decorrer de todo o processo.

Por que é importante?

Entender o que nos leva a ter alguns tipos de comportamentos, sentimentos e emoções, e as dinâmicas inconscientes por trás deles é importante para que possamos transformar o modo como nos relacionamos com nós mesmos e com o mundo.

Quando integramos conteúdos inconscientes ao nosso senso de eu, aprendemos a olhar para nós mesmos e para os outros com menos julgamento e mais aceitação. Ou seja, aos poucos podemos mudar a atitude que costumávamos ter em relação à vida.

Embora não seja possível mudar o que já aconteceu em nossa história, o que esses fatos passaram a significar simbolicamente pode ser remodelado, repensado e ressignificado.

Isto pode trazer uma mudança de atitude muito benéfica e transformadora.

Quando preciso da terapia junguiana?

Qualquer pessoa pode se beneficiar da terapia junguiana. Algumas situações que podem indicar que você precisa da terapia junguiana são:

  • Se você está apresentando um sintoma que prejudica o seu bem- estar (como depressão, ansiedade, medo, tristeza, dificuldade nos relacionamentos, bloqueios para realizar algo que deseja, transtornos alimentares, sentimentos de culpa e vazio, traumas, etc.);  
  • Se você sente vontade de transformar o modo como vive e encara as coisas;
  • Se tem um desejo de autoconhecimento;
  • Se você sente necessidade de um modo de viver mais profundo, uma vida mais almada;
  • Se os sintomas apresentam aspectos irracionais que impedem que se tenha resultados satisfatórios com outros tipos de tratamento;
  • Se você está passando por mudanças significativas na vida e sente dificuldades em lidar com elas.

Caso você se identifique com alguma dessas situações, saiba que a terapia junguiana pode ser de grande ajuda. Não existe idade e nunca é tarde demais para que você dê um grande passo em busca das transformações que deseja para sua vida.

Ana Maria Palu
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