Terapia? Pra quê?

Terapia? Pra quê?

Ainda ouço pessoas que me dizem: “Eu não preciso de terapia!”. Fico me perguntando: Afinal, o que é “precisar de terapia”? Para que fazer terapia?

Para que fazer terapia?

Certamente existem muitos casos de estresse pós-traumático, situações difíceis de serem atravessadas sem ajuda, ou mesmo transtornos mentais, onde a terapia se faz fundamental e necessária. São casos específicos e pontuais.

Para processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, digo que todas as pessoas deveriam fazer terapia, não para resolver problemas, mas para que se conheçam melhor e saibam lidar com os obstáculos com mais clareza, quando estes aparecerem.

Já ouvi muitos relatos como esse: “Fui duas vezes, falei e ela não falou nada, então não fui mais”.

Na psicoterapia, um dos principais fatores que lidamos é com momentos de silêncio, aquele vácuo desconfortável onde não se sabe o que dizer ou onde colocar as mãos, para onde olhar. É a partir daí que abrimos espaço para aflorar o que realmente precisamos trabalhar em nós.

Sim, trabalhar em nós, porque não trabalhamos para mudar os outros, mas para aprendermos a nos relacionar da forma mais verdadeira e respeitosa possível dentro dos limites de cada um.

Quando você decide fazer terapia, não está admitindo para si mesmo(a) que é fraco(a) ou derrotado(a). O processo terapêutico é a maior demonstração de coragem e determinação para que você consiga mudar o que te impede de ser feliz!

Antes que a crise se instale, antes que tudo esteja ruim, comece a desfazer os nós emocionais antes que eles fiquem apertados demais e impeçam você de chegar aonde você deseja com todo potencial que você pode oferecer ao mundo.

Lembre-se: Nenhuma mudança acontece quando estamos na zona de conforto

Nada acontece na zona de conforto, e terminar a sua jornada analfabeto de si mesmo seria um grande desperdício!

Estamos passando por um momento prolongado de isolamento, reclusão, medos e incertezas, até mesmo mais que a peste negra ou a gripe espanhola entre tantas outras crises mundiais já vividas… temos vítimas biológicas e muitíssimas vítimas econômicas.

Estamos todos com nossas rotinas completamente impactadas e há pessoas enfrentando verdadeiros horrores em suas vidas.

Estamos diante de total impotência frente a uma situação onde não temos o menor controle: um vírus que age sem um padrão determinado e que em cada pessoa se comporta de um jeito.

Ler a primeira página de um jornal já é motivo para trazer desequilíbrio emocional. Soma-se a isso problemas familiares e muitas vezes também financeiros e estamos diante de muitos casos de pessoas completamente desequilibradas.

Os humanos, ao contrário dos animais, possuem o livre arbítrio diante das adversidades. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional e, nesse momento, muitos estão completamente imersos no sofrimento.

Quando transformamos a dor e o sofrimento em solitude, temos a capacidade de repensar e traçar estratégias para fazer diferente a partir de uma pausa (mesmo que imposta) que pode nos levar a uma revisão de valores. 

De um lado, negacionistas; de outro, histéricos. Como encontrar um meio termo?

Quem não tem medo está errado e quem tem medo que paralisa também está errado. É uma patologia dizer que tudo isso não é nada. Ficar encerrado em casa e isolar-se de tudo e todos, também se torna patológico.

São nos momentos de crise, como este que estamos vivendo, que aparecem os grandes heróis e os grandes tiranos. Quem é mesquinho acumula para si e via de regra se utiliza do ditado: “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Quem olha para o outro e se coloca em estado de empatia, gera profundo respeito, compreensão e acolhimento mútuo.

Nesse momento, a máxima de amar ao próximo como a si mesmo torna-se fundamental para passarmos por essa grande crise, e nomear todas as questões é primordial. A falta de diálogo e a incapacidade de se colocar no lugar do outro tem destruído famílias e relacionamentos.

Estamos diante de uma grande chance

Ignorar a dor do outro é dar espaço para que aconteça um naufrágio. É na crise que podemos nos moldar e nos tornarmos seres humanos melhores. Estamos diante de uma grande chance de crescimento, passando por uma prolongada turbulência que certamente irá passar e temos a chance de sairmos mais fortes, ou deixarmos a vida continuar passando em brancas nuvens.

Podemos sentir paz e harmonia quando pensamento, palavra e ação caminham juntos, alinhados para uma mesma direção. Eles são o tripé da coerência. 

Lembra aquele ditado da vovó do “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”?

Pois bem: a incoerência entre pensamento, palavra e ação traz um desequilíbrio energético que pode causar graves somatizações no nosso corpo. Até mesmo nas escrituras consta que não só de pão vive o homem, mas também da palavra, e eu acrescento: de tudo o que entra por todos os sentidos!

Tanta gente se preocupa com o que come, mas não se atenta ao que vê, ouve, fala ou com o advento das redes sociais, repassa!

Não adianta falar que não tem preconceito e fazer ou repassar piadas racistas ou homofóbicas; dizer que não é machista e ver ou repassar pornografia; dizer que não é facista e oprimir todos os que estão à sua volta.

O papel aceita tudo, assim como as redes sociais.

Que seja então para propagar o amor, a compaixão e a paz entre todos os seres do universo e não para maltratar, magoar, rebaixar e criar emanações energéticas de baixíssima frequência.

Sejamos coerentes! Pensamento, palavra e ação caminhando na mesma direção, trazem paz e equilíbrio e nos faz ter uma vida muito mais completa e feliz!

Pense em tudo o que você tem permitido entrar na sua casa, no seu corpo, no seu organismo através de todos os seus sentidos e procure cada vez mais filtrar e assimilar somente o que for para um bem maior para que todos os seres sejam felizes e estejam em paz.

No processo de psicoterapia, cria-se um espaço para que você seja cada vez mais coerente e aja de acordo com o que acredita, passando a fazer a diferença na sua vida e na vida das pessoas que convivem com você.

Permita-se se autoconhecer e experimente a sensação de se responsabilizar pelas suas escolhas com consciência, gentileza e gratidão.

Por Cris Campos 

Referências

  1. CIRLOT J E, A Dicrionary of Symbols, Londres, 1962
  2. EVDOKMOV, Paul, La femme et le salut du monde, Paris, 1971
  3. NICHOLS, Sallie, Jung e o Tarô, Uma jornada arquetipica, Cultrix, 1980
Cristiane de Campos
Últimos posts por Cristiane de Campos (exibir todos)
Deixe seu comentário aqui
Assine nossa newsletter

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos melhores conteúdos sobre bem-estar, saúde e qualidade de vida

Saúde mental, bem-estar e inovação que seu colaborador precisa

Através do nosso programa de saúde mental, as empresas reduzem perdas com afastamento do trabalho por demandas emocionais.