O que é ansiedade?
Estudos realizados em vários países têm demonstrado um aumento da ansiedade na população mundial e muito tem-se falado sobre o assunto. Mas afinal, o que é ansiedade?
É um quadro de tensão, de apreensão, de medo de algo não especificado que antecipamos e que pode ou não ocorrer. É um medo no qual existe a ausência de um objeto específico que gere a tensão. Por isso é comum percebermos que estamos ansiosos e muitas vezes não identificarmos o motivo embora sempre haja uma razão para a ansiedade existir.
De modo geral a ansiedade é vista como algo negativo. Entretanto, a ansiedade também tem seu lado positivo, pois quando nos sentimos ansiosos ficamos mais atentos à possibilidade de surgirem situações de perigo, de ameaças.
Dessa forma, a ansiedade tem um caráter adaptativo para o ser humano. Logo, é ela que nos adverte de situações em que precisamos ter atenção. É algo inerente ao ser humano e que todos sentem. Há situações que por si só são ansiogênicas e que geram sensações como agitação, irritabilidade, alteração de apetite e de sono, e isso não caracteriza um adoecimento.
Como dito acima, essas sensações são esperadas e consideradas normais. Então, quando precisamos nos preocupar? A partir do momento em que começa a haver um aumento dessa ansiedade a ponto de gerar um prejuízo para a vida da pessoa. Quando a pessoa se dá conta de que não consegue realizar suas atividades de forma adequada ou até mesmo de que há um comprometimento de suas relações. Quando chegamos nessas condições, é possível que estejamos no início ou que já estejamos com o transtorno de ansiedade instalado.
Ansiedade normal X transtorno de ansiedade
Os transtornos de ansiedade englobam uma série de tipos, sendo o diagnóstico dado apenas por profissional especializado.
O que diferencia uma ansiedade normal de um transtorno, de um adoecimento, é o quanto essa ansiedade está trazendo prejuízo à vida do indivíduo. Ou seja, quando a ansiedade está numa intensidade muito grande, numa frequência muito acima do que estamos acostumados e por um período de tempo maior. Quando a situação ansiogênica já cessou e, mesmo assim o estado de tensão se mantém, podemos pensar que essa ansiedade já está gerando adoecimento.
É possível observar que pessoas com transtornos de ansiedade tendem a ter dificuldade ou até mesmo ficam impossibilitadas de realizar suas atividades por medo das crises. Com o objetivo de evitar o contato com as situações ansiogênicas, as pessoas podem precisar da ajuda de terceiros para realizar suas atividades. Fica evidente o comprometimento na vida das pessoas que vivenciam essa situação.
Dois tipos de manifestação podem ocorrer nesses transtornos, as crises agudas e a vivência de que algo está prestes a acontecer. Em ambos os casos é possível observar a presença de sintomas físicos, como por exemplo:
- Palpitação,
- Falta de ar,
- Sudorese,
- Dores,
- Sintomas cognitivos, como dificuldade de concentração,
- Insônia,
- Pensamento acelerado,
- Prejuízo da memória que, por tempo prolongado, são sinais de que a ansiedade já está num nível de adoecimento.
Isso significa dizer que mesmo a situação ansiogênica passando, se a pessoa mantiver esses sintomas por tempo prolongado, pode ser indício de um transtorno de ansiedade.
O que causa um transtorno de ansiedade?
Podemos pontuar 3 fatores principais que, na verdade, servem para qualquer transtorno psiquiátrico. O primeiro seria uma vulnerabilidade constitucional, ou seja, o fator hereditário que corresponde à nossa herança genética; o segundo seriam fatores predisponentes que ocorrem nos primeiros anos de vida e que dizem respeito à nossa história. Já o terceiro fator é o conjunto de fatores precipitantes que ocorrem temporalmente próximos ao surgimento do transtorno, ou seja, que ocorrem no momento atual de nossas vidas.
Isso significa dizer que há fatores hereditários e fatores ambientais (relacionados à nossa história de vida e ao momento atual que vivemos) que influenciam, que tornam as pessoas mais ou menos predispostas a desenvolver um transtorno de ansiedade.
Estratégias para lidar com a ansiedade
É possível pensarmos em maneiras de lidar com a ansiedade. Mas devemos considerar que essas maneiras são apenas estratégias momentâneas, que ajudam, mas não são tratamentos e nem vão nos levar a compreensão dos fatores que estão gerando o quadro ansioso.
Dentre as estratégias podemos pensar:
- Identificação do fator desencadeante: Avaliar o que num determinado momento está nos deixando ansiosos. Como dito anteriormente, apesar de na maioria das vezes não conseguirmos identificar o que nos deixa ansiosos gerando a sensação de um medo difuso, inespecífico, é importante considerar que esse medo tem uma causa. Freud aponta em um de seus textos que a ansiedade seria um afeto que surge a partir de uma experiência anterior, mas que a pessoa não consegue relacionar com o momento atual. Ou seja, nos quadros ansiosos teríamos medo de reviver situações que vivenciamos, mas que não conseguimos identificar como ameaças;
- Relaxamento: o que você identifica como uma estratégia que te ajuda a relaxar. Técnicas de relaxamento específicas também têm efeitos positivos para algumas pessoas;
- Necessidade de pedir ajuda: ao perceber que não se está bem, procurar ajuda de familiares, amigos e, se houver necessidade, até mesmo de profissionais especializados;
- Tentar focar não só nos sintomas em caso de crises de ansiedade. Entender que a crise é aguda, passageira e que se a pessoa conseguir relaxar minimamente a crise melhora;
- Engajar-se em atividades (manuais, estudos, trabalho, atividades físicas) ajuda a dar uma sensação de controle e de bem-estar que reduz a ansiedade;
- Construção de rotina: Ter uma rotina minimamente organizada também auxilia na sensação de controle sobre as nossas vidas, aumentando o bem-estar;
- Perceber os limites: Perceber quando algo já está ultrapassando os nossos limites e saber respeitar isso, tomando as atitudes necessárias.
Como tratar a ansiedade?
Como explicado anteriormente, a ansiedade é algo natural. É uma sensação que todo ser humano vivencia diante de determinadas situações que tendem a ser mais ansiogênicas. Logo, não devemos tratar essa ansiedade como se fosse uma doença.
Devemos, sim, compreender a razão de algumas situações nos deixarem mais ansiosos que outras. Um trabalho de autoconhecimento, com a ajuda profissional é de fundamental importância nesse sentido.
No caso dos transtornos de ansiedade, onde já há um adoecimento, é necessário, sim, ter um acompanhamento e um tratamento da patologia, pois nesse caso já existe um grau de adoecimento. O tratamento muitas vezes necessita de medicação que deve ser feito por médico psiquiatra e de acompanhamento psicológico para a compreensão dos fatores que estão levando a esse quadro.
É sempre importante lembrar que, se há dúvidas com relação ao tema, busque ajuda de um profissional especializado que possa orientar e acompanhar se necessário.
Referências bibliográficas:
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- Cheniaux Junior, Elie, 1965-Manual de Psicopatologia/2.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
- Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: artmed, 2008.
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- Viana, M.B. Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo. Natureza Humana 12(1): 163-196, jan.-jun. 2010.
me chamo Lilian e vim conversar um pouquinho com você para que possa me conhecer melhor e conhecer também minha forma de trabalhar.
Estamos vivenciando momentos difíceis em nossas vidas. A pandemia assim como a rotina do dia a dia tem trazido momentos de sofrimento, tristeza, ansiedade intensa. As relações familiares assim como as relações de trabalho tem sido difíceis de lidar, muito desgastantes. Essas reações, sentimentos são normais em situações de estresse como as que vivemos atualmente, mas precisamos cuidar disso para não adoecermos.
Meu trabalho consiste em ajudar você a pensar, refletir, compreender situações de dificuldade, comportamentos que lhe causam angústia. A partir de um espaço seguro você poderá falar sobre seus problemas e dificuldades e ser ouvido e acolhido de forma humana e respeitosa. Na minha abordagem de trabalho cada pessoa é considerada única e por isso o atendimento será direcionado para os problemas específicos que você sentir necessidade de trabalhar nas consultas.
Se você tem se sentido triste, desanimado, muito irritado, mais ansioso, discutindo frequentemente ou ainda se você percebe que anda comendo demais, bebendo demais, jogando demais podemos conversar para entender melhor o que tem acontecido com você. Se você quer compreender um pouco mais sobre o atendimento psicológico e de que forma posso lhe ajudar entre em contato comigo. Será um prazer lhe atender.
- Transtornos de ansiedade: Causas, estratégias de enfrentamento e tratamento - 13 de julho de 2021