Ícone do site Psicologia Viva

A psicoterapia de casais na abordagem cognitivo comportamental

O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?

A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem bastante eficaz na prática clínica. É baseada em saber específico sobre diferentes transtornos, e em conhecimento psicológico composto pela tríade cognitiva: 

Pensamentos<>Emoções<>Comportamento

Sua eficácia abrange todas as fases da vida: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Pode dar-se na modalidade individual ou em grupo. 

Por isso é tão eficaz na psicoterapia com casais! 

A terapia de casais é o atendimento clínico que oferece apoio terapêutico a casais que buscam melhorar a qualidade do relacionamento. As sessões são de 1h15min. As sessões podem ser estruturadas ou não.

Benefícios

Segundo Fischer & Rangel, (2008), os principais objetivos da terapia cognitivo-comportamental com casais é a reestruturação de cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação dos padrões de comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para a solução de problemas. 

A avaliação – 1ª entrevista

A avaliação é a etapa inicial do processo. É realizada com o casal na primeira consulta por meio de uma entrevista, na qual o terapeuta irá conhecer os motivos pelos quais buscaram a terapia, e onde desejam chegar ao final do processo.

Após constatar a queixa inicial é importante saber como eles se conheceram, o que os uniu, o que um viu no outro quando se encontraram pela primeira vez. Também é muito importante ouvir cada um separadamente (consulta individual). O registro desses detalhes é muito importante! Como o relacionamento foi se fortalecendo, como construíram o passo a passo até chegar ao casamento.

Considerando que cada um vem de uma família diferente com hábitos e costumes diferentes e tomaram a decisão de assumir um relacionamento com perspectivas, tais como: de construir uma família, um patrimônio, objetivos em comum, apoiar um ao outro; isso implica um planejamento!

Conhecendo qual o plano do casal poderemos entender quando os laços começaram a se desfazer.

O mapa da reconstrução

As informações de ordem prática possibilitam ao terapeuta desenhar o mapa da reconstrução. Juntos, terapeuta e cônjuges, vão restaurar o plano do casamento tendo como eixo principal o resgate do significado dessa união. Ou ainda, concluir que não seguirão mais juntos, e como irão lidar com a separação, podendo um ou outro seguir a terapia individual.

Villa (2005) citado por Rodrigues e Rubino (2018), diz que o relacionamento conjugal pode ser “fonte potencial de prazer e realização, ou frustração e transtorno psicológicos”, a depender da qualidade das relações interpessoais.

Falcone e Ramos, citando Paker, referem que o grau de satisfação no casamento depende da habilidade de ambos para lidar com conflitos; tomada de decisões em parceria; manutenção da comunicação; cultivo dos valores como compreensão, confiança e respeito; relacionar-se com intimidade sexual e psicológica. (Rodrigues & Rubino, 2018).

Agora é hora de definir as estratégias!

O Plano Terapêutico pode contemplar as seguintes estratégias:

A Intervenção

Segue-se ao passo da intervenção propriamente dita! Neste passo o terapeuta irá definir hipóteses que nortearão seus passos durante o processo, por meio das técnicas já mencionadas. À medida que avança, define o caminho para os resultados.

Resultados!

E por fim os resultados! Os resultados são apresentados como feedback de todo processo por meio de uma entrevista devolutiva, onde o terapeuta irá avaliar junto com o casal a capacidade que cada um desenvolveu de perceber onde os conflitos se instalam e de que maneira é possível dirimi-los, pontuar se há harmonia entre os cônjuges, se melhoraram o modo de se comunicar, se a conexão entre os dois aumentou e de que maneira lidam com aspectos negativos ainda existentes.

A finalização da terapia poderá ocorrer em comum acordo com o casal, quando estes já são capazes de equacionar seus problemas sem a presença do terapeuta, também podem ser programadas sessões eventuais para manutenção e reforço do comportamento.

 

Referências:

Avaliação e intervenção na clínica em terapia cognitivo-comportamental: a prátca ilustrada / organizado por Neuraci Gonçalves de Araújo, Juan Pablo Rubino e Maria Inês Santana de Oliveira. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2018.

Beck, Judith S. -Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática / Judith S. Beck; Tradução: Sandra Mallmann da Rosa; revisão técnica: Paulo Knapp, Elisabeth Meyer. – 2. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2013.

Caballo, V. E. (Vicente E), 1955-Manual de técnicas de terapia e modificação do comportamento / Vicente E. Caballo; [tradução Marta Donila Claudino]. – [Reimpr.]. – São Paulo: Santos, 2016.

Calil, Vera Lúcia Lemanno. – Terapia familiar e de casal / Vera Lúcia Lamanno Calil. – São Paulo : Summus, 1987. (novas buscas em psicoterapia. Série B, Novas Bucas; v. 31).

Chapman, Gary D., 1938 – As quatro estações do casamento / Gary D. Chapman; traduzido por Valéria Delgado. – São Paulo Mundo Cristão, 2006.

Cury, Augusto, 1958 – As regras de ouro dos casais saudáveis / Augusto Cury. – 1. Ed. – São Paulo: Planeta, 2014.

Eggerichs, Emerson – Falar e ouvir: para ela, amor/ para ele, respeito/Emerson Eggerichs, traduzido por Emirson Justino – São Paulo: Mundo Cristão, 2009

Silvia, Ana Paula Melo – A Terapia de casais com base na abordagem cognitivo comportamental – Disponível em: www.periodicos.univag.com.br pesquisado em 07/07/2019.

Villa, Miriam Bratfisch – Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (IHSC – Villa & Del Prette) : manual de aplicação, apuração e interpretação / Miriam Bratfisch Villa Zilda A. P. Dei Prette – São Paulo : Pearson Clinical Brasil, 2018.