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Como manejar a insegurança no ambiente de trabalho através da comunicação não violenta?

A insegurança é prejudicial à saúde psicológica de uma forma geral e no ambiente de trabalho também não é diferente. Os principais sintomas que podem ser gerados por esse sentimento são: depressão, ansiedade e estresse.

Além disso, ela pode gerar um declínio cognitivo que, consequentemente, diminui a produtividade individual e laboral. Diante disso, é necessário buscar formas de intervir nesse sentimento.

A Comunicação Compassiva (Comunicação Não Violenta)

Dentre as intervenções que podem ser utilizadas para o manejo desse problema, destaca-se a utilização de uma comunicação compassiva. A maioria das pessoas não imagina e/ou não percebe o poder contido em suas palavras e a importância de uma comunicação mais afetiva nas relações interpessoais e, consequentemente, no ambiente de trabalho.

A Comunicação Compassiva, também muito conhecida como Comunicação Não Violenta, desenvolvida pelo psicólogo Marshal B. Rosenberg, gera inúmeros benefícios ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Ela proporciona uma conexão real entre as pessoas e consigo mesmo, gerando assim mais humanização nos relacionamentos. 

Para que possamos utilizar a Comunicação Não Violenta não há necessidade de que as outras pessoas com as quais estamos nos comunicando a conheçam. O importante é manter os seus princípios para que as outras pessoas com as quais estamos nos comunicando se unam ao processo. 

Quais são os princípios da Comunicação Não Violenta? 

Mas como utilizar esses princípios da comunicação não violenta a fim de melhorar a insegurança no ambiente de trabalho? 

Afirmando claramente o que necessitamos através do reconhecimento dos nossos sentimentos estaríamos utilizando a Comunicação Não Violenta e dessa forma auxiliaria o nosso desenvolvimento pessoal e coletivo. E a partir disso, traria mais humanização às nossas relações e, consequentemente, ao trabalho.  

Entretanto, é preciso saber analisar as mensagens negativas, remetidas a nós, quando não são utilizados os princípios da comunicação não violenta. Temos quatro opções quando recebemos uma mensagem negativa no ambiente de trabalho: 

Por exemplo: 

A: “Você me desapontou quando não me deu retorno sobre a tarefa”;

B: “Fiquei desapontado porque você não me deu retorno, pois eu queria continuar a tarefa e você não me deu resposta”.

Na frase A, a pessoa atribui a responsabilidade pelo desapontamento somente à atitude da outra pessoa. Já na frase B, o sentimento de desapontamento é referente ao desejo da pessoa que não foi atendido. 

Ou seja, é de suma importância a expressão das nossas próprias necessidades, pois quando expressas com uma linguagem assertiva temos mais chances de vê-las satisfeitas. Dessa maneira, sendo utilizados os princípios da Comunicação Não Violenta, a compaixão possivelmente acontecerá e a insegurança poderá ser amenizada. 

Dessa maneira, o ambiente de trabalho terá um espaço de fala e escuta mais afetivo, para que as pessoas possam se comunicar com mais humanização, trazendo inúmeros benefícios pessoais e laborais. Ter um espaço para expressar as inseguranças e necessidades no trabalho gera possibilidades de mudanças, desse sentimento, como também um ambiente mais eficiente, produtivo, autêntico e principalmente compassivo.

Psicóloga Juliana Calgaro   

CRP: O7/11915

Referências

  1. BOHLE, S. A. L.; CHAMBEL, M. J.; MEDINA, F. M.; CUNHA, B. S. Papel da percepção do suporte organizacional na insegurança e desempenho no trabalho. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 58, n. 4, 2018. 
  2. ROSENBERG, M. B. Comunicação não violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Editora Ágora, 2003. 
  3. SILVA, M. A.; ARGIMON, I. I. L.; WENDENT, G. W. Insegurança no trabalho e sua relação com a saúde psicológica do trabalhador. Diaphora. Porto Alegre, v. 12, n. 1, pp.40-47, 2012.