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Quando devo procurar um psicólogo?

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Em momentos difíceis ou frente a alguns problemas que parecem de difícil solução, muitas pessoas pensam em procurar um psicólogo, mas desistem por diversos motivos: medo, vergonha, desconhecimento ou até mesmo por não acreditarem que um profissional especializado poderá ajudar.

Mas a psicologia tem por objetivo ajudar as pessoas a se conhecerem melhor, e assim encontrarem dentro de si mesmo as respostas que procuram.

Se você tem dúvidas sobre quando procurar um psicólogo, confira alguns sinas que podem te ajudar a tomar esta decisão:

Se você sente as emoções com muita intensidade, vale a pena procurar um psicólogo?

Se as suas emoções – seja tristeza, paixão, raiva ou irritação – são intensas a ponto de você se questionar ou atrapalhar suas atividades cotidianas, talvez seja hora de buscar ajuda. A ansiedade extrema, por exemplo, pode aumentar a proporção das preocupações, causar angústias desnecessárias e prejudicar a qualidade de vida.

Uma pesquisa realizada entre 2010 e 2013, pela Sul América Saúde, no Programa Saúde Ativa, com as gerações: Baby Boomer, X, Y e Z, constata que o público mais jovem tem sofrido maior índice de estresse em função do alto nível de exigência do mundo e dos mercados atuais.

O fato é que este cenário não mudou e pode ter piorado de lá para cá.

Normalmente o agravamento destas doenças ocorre quando não conseguimos adequar nossos “desejos” com a realidade que nos cerca, de tal modo que lentamente a intensidade do nosso descontentamento aumenta, causando-nos prejuízos em algum campo da nossa vida.

Deste modo, fique atento às situações que normalmente você perde o controle emocional seja a nível pessoal, profissional, familiar, afetivo ou de modo geral. E, como perceber isso?

Uma das maneiras, é você identificar os acontecimentos que despertam esta emoção negativa com maior frequência e em momentos específicos. Por exemplo:

“Sinto-me frequentemente triste no meu trabalho, principalmente quando meu chefe deprecia minhas entregas”. Ou, “Sinto-me extremamente preocupada e insegura quando meu namorado não chega no horário que combinamos, então sempre me pego controlando seus passos”.

Ou “Sinto-me irritada(o) sempre que estou próxima(o) ao meu enteado. E, normalmente sou muito agressiva(o) com meu próprio filho(a)”

Este tipo de revisão certamente irá apoiá-lo(a) a identificar o momento certo de buscar ajuda. Mas, e nos casos em que seu mundo vira de cabeça para baixo?

Se você passou por uma situação traumática

Morte na família, divórcio, desemprego ou doenças graves são exemplos de situações traumáticas que podem afetar profundamente as pessoas envolvidas, causando distanciamento, depressão, problemas para dormir e até mesmo para trabalhar ou estudar.

É recorrente na vida de quem sofreu um trauma o medo de passar pela situação traumática novamente. Por isto, pensamentos de desesperança aliado aos sentimentos de angústia e tristeza tornam a vida do sujeito um verdadeiro desafio.

Caso a pessoa não busque uma ajuda adequada, seu quadro irá evoluir e ela poderá buscar como alternativa o suicídio na tentativa de aliviar sua dor. Assim, não espere que seu problema evolua a esse ponto.

Ter um espaço seu para elaborar uma perda, ou lidar melhor com as circunstâncias que lhe despertam o medo de passar novamente pela sensação ruim, é o caminho ideal para você buscar sua recuperação.

Um psicólogo pode ajudar a lidar melhor com essas situações e até mesmo superar o trauma de uma forma mais positiva e tranquila.

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Se você apresenta sintomas de doenças não diagnosticadas

A máxima “o corpo fala” é uma verdade universal: dores de cabeça, de estômago, gripes e resfriados de repetição ou dores repentinas sem motivo aparente podem ser sinais de problemas emocionais não resolvidos.

Muitos já devem ter ouvido dizer que o mal do século é o estresse, a depressão, a ansiedade. Certamente estas doenças estão na lista de maior epidemia a nível mundial.

De acordo com OMS – Organização Mundial da Saúde – o Brasil tem a maior taxa do transtorno de ansiedade no mundo e é o quinto em casos de depressão.

Várias alterações como “suar frio”, ficar sempre em alerta com medo de algo, taquicardia ou palpitações no peito, tensão muscular, entre outras sensações de desconforto físico podem estar relacionadas com a ansiedade.

Assim como alterações no humor, tristeza, solidão ou isolamento social podem estar relacionados a depressão causando também várias dores pelo corpo.

Frequentemente as pessoas sentem-se frustradas quando apresentam estes sintomas em consultórios médicos e fazem uma série de exames que não resultam em nada.

Às vezes, se um quadro de ansiedade não é diagnosticado em tempo, por exemplo, ele poderá evoluir para uma fobia social ou até mesmo uma síndrome do pânico.

Se você apresenta sintomas inexplicados que o médico não consegue diagnosticar, talvez seja hora de procurar um psicólogo.

Se você precisa de válvulas de escape com frequência

O abuso de álcool ou drogas é um problema sério que precisa de intervenção imediata, mas essas não são as únicas válvulas de escape que oferecem risco aos seus usuários.

Alguns tipos de medicamentos ou até mesmo a comida podem ser utilizados para mascarar questões emocionais não resolvidas, apontando a necessidade de buscar ajuda especializada.

O fato é que esta tentativa acaba sendo pretexto para criar um problema ainda maior. Uma vez instaurada a dependência, ela traz sérios prejuízos à vida da pessoa, seja no nível da sua integridade física, comportamental ou social.

E como isto acontece?

O perigo começa pelo nosso cérebro que possui um circuito denominado sistema de recompensa, responsável por decodificar estímulos que nos dão prazer.

Uma vez ativado, será liberado em nosso organismo grandes quantidades de dopamina, uma substância conhecida por neurotransmissor, que nos estimula a alcançar o objetivo da sensação de prazer.

Fazer compra, fazer sexo, comer um chocolate, ou uma simples ideia que já lhe deu algum tipo de prazer, faz com que a dopamina envie sinais ao cérebro para que ele alcance seu objetivo: que é ativar o sistema de recompensa e ter a sensação de prazer novamente.

O fato é que este sistema é adaptativo e uma vez que você teve esta sensação de contentamento, qualquer estímulo, seja ele um pensamento, poderá fazê-lo buscar pelo objeto que lhe gerou a sensação de bem-estar.

Se você se encontra em uma situação cuja a dependência lhe causa danos em qualquer âmbito da sua vida, procure por ajuda psicológica, pois existem técnicas eficientes para apoiá-lo em seu processo de reabilitação.

Se você tem uma ideia fixa ou uma vontade que não passa

Sentir aquela intensa necessidade e fissura de lavar as mãos com frequência, ou o desejo de dormir e não mais acordar devido aquela experiência de grande frustração, são exemplos de ideias que podem trazer sérios prejuízos para sua vida.

Alterações de controle para saciar uma vontade são mais comuns do que se imagina. Pessoas antes do suicídio possuem uma ideia fixa de buscar formas para aliviar ou eliminar a dor insuportável de uma perda, por exemplo. Há ainda aquelas que sofrem com ideias fixas ou vontade de neutralizar pensamentos indesejáveis, como por exemplo o de impureza, no caso de lavar as mãos sempre que o pensamento vem.

As ideias obsessivas geralmente são aqueles pensamentos desagradáveis que você precisa fazer algo para neutralizar um desconforto.

Já os atos impulsivos são uma espécie de curto circuito do ato voluntário, ou seja, você passa da intenção para ação de maneira abrupta.

Existem situações que você pode apresentar estas duas alterações de vontade, como é o caso das pessoas que sofrem de cleptomania ou roubo patológico, são pessoas que apresentam o ato impulsivo e/ou compulsivo de roubar, geralmente precedido de intensa ansiedade e apreensão, que apenas alivia quando a pessoa realiza o roubo.

Um exemplo crescente em nossa sociedade de compulsão é o uso indiscriminado da  internet ou vídeo-games. Esta é uma das compulsões que inclusive podem iniciar com o uso frequente pelo fato de a pessoa não ter muito diálogo ou contato na própria família.

Detectar esta dificuldade de controlar uma ideia fixa ou a realização de uma vontade com antecedência, e buscar o apoio de um psicólogo para evitar que seu quadro evolua para algum tipo de transtorno psicológico, como é o caso do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), torna-se fundamental.

Se as coisas que antes te interessavam perderam a graça

As pessoas mudam constantemente, e seus interesses também mudam ao longo da vida. Mas se você percebe que seus hobbies, atividades e hábitos que antes lhe traziam prazer agora lhe parecem desinteressantes, isso pode indicar a necessidade de procurar um psicólogo.

A falta de interesse está diretamente relacionada com a motivação. Se você vive um momento em que nada lhe agrada, certamente há algo errado aí. Por trás do seu descontentamento certamente há questões pessoais que precisam ser trabalhadas.

A falta de amor ou de atenção, uma rotina de trabalho exaustiva que consome sua energia ou a sensação de inadequação em relação à vida que vive, podem ser fatores que estão causando o desânimo e a desmotivação.

Você já sabe: desânimo, descontentamento, tristeza, etc. são ingredientes perfeitos para evolução de doenças como a depressão, por exemplo.

Assim, seja para entender o que está acontecendo ou para resgatar suas preferências, buscar ajuda profissional correta poderá fazer toda a diferença.

Se você se sente constantemente desanimado ou sem energia

Todos passam por dias de preguiça extrema, de ceder à vontade de passar o dia inteiro deitado no sofá. Mas se esses dias tem se repetido com frequência, ou se você não encontra força de vontade para ceder à apatia, é essencial tomar a decisão de buscar ajuda para quebrar esse círculo vicioso.

Normalmente a apatia está relacionada com uma diminuição de estímulos afetivos, a pessoa perde a sua capacidade de dizer aquilo que a faz triste, alegre, irritada, etc. Apesar de saber da importância afetiva que determinada experiência deveria despertar, ela não consegue sentir nada. É uma espécie de “tanto faz como tanto fez” para tudo na vida.

Esta incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas experiências na vida está diretamente relacionada com alterações afetivas, o nosso “tempero” sentimental, àquilo que identifica os sabores e os dissabores da vida.

Saiba que a apatia é um estado afetivo próprio de quadros depressivos. Portanto, não demore a procurar ajuda de um especialista para que você volte a ter uma vida menos “obscura” e mais “colorida”.

Se você tem problemas nos seus relacionamentos

Os problemas nos relacionamentos começam efetivamente a trazer danos e prejuízos quando ultrapassam os limites do respeito e de uma boa convivência dentro de uma relação. E isto pode acontecer por duas vias: uma quando você ataca e a outra quando é atacado.

Características de impulsividade e/ou manipulação, agressividade e controle, por exemplo, são demonstrados de forma recorrente na relação, tanto por parte de quem sofre a agressão quanto de quem agride, são sinais de que você necessita do apoio de um psicólogo para ajudá-lo a construir relações mais saudáveis e respeitosas.

Uma vez estabelecido o conflito nos relacionamentos sociais, amorosos ou afetivos voluntariamente acaba ocorrendo o afastamento ou distanciamento entre as pessoas, e sentimentos de solidão, raiva, tristeza, etc. invadem seu espaço trazendo sofrimento e dor.

É muito comum iniciar um quadro de isolamento quando você não consegue controlar suas emoções, aos poucos você tende a se afastar pela falta de compreensão das pessoas e elas tendem a não procurar por você em função das suas atitudes impulsivas.

Seja com os amigos, colegas de trabalho ou familiares – se você sente que seus relacionamentos estão desgastados, se você não consegue se expressar ou reconhecer suas emoções, ou se os seus relacionamentos lhe trazem infelicidade, o acompanhamento de um psicólogo pode ajudar a resgatar o vínculo esquecido ou a encontrar dentro de si mesmo os motivos para a situação.

Você já pensou em procurar um psicólogo? Em que situação você acha que um profissional poderia lhe ajudar? Conte pra gente nos comentários!