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Psicólogo, Psiquiatra e Psicanalista: conheça o papel de cada um

Imagem: Rawpixel

Quando temos uma dor de estômago, procuramos o gastroenterologista; se a dor é no peito, acorremos ao cardiologista; se temos algum incômodo nos olhos, logo, a busca é pelo oftalmologista, mas, e quando temos uma dor que dói não se sabe exatamente onde, que deixa os pensamentos confusos e os sentimentos alterados, a quem recorrer?

Ao nos depararmos com problemas que afetam o lado emocional, buscamos sempre o tipo de profissional mais indicado para a cura. É nessa hora que, no caso dos males relacionados ao cérebro e ao inconsciente, a busca pelo profissional adequado acaba ficando um pouco confusa.

Entre os profissionais dessa área, temos os psicólogos, os psiquiatras e os psicanalistas. As funções atribuídas a cada um desses profissionais podem confundir — portanto, é importante saber qual é a área de cada um deles para, então, descobrir qual é o mais indicado para o que você precisa.

Neste artigo, vamos tratar das diferenças entre esses profissionais e no que cada um pode ajudar você. Vamos lá?

O psicólogo

Pela questão da subjetividade exposta anteriormente, muito se confunde a atuação do psicólogo com misticismo, transcendentalismo, práticas religiosas ou a ideia de uma ‘simples conversa’ com alguém. Sem falar na ideia popular de que psicólogo é ‘para quem é doido’.

Com formação no curso de Psicologia, este profissional é indicado para tratar problemas de comportamento ou desarranjos psicológicos de uma forma ampla dos pacientes. O psicólogo tem como ferramentas de tratamento a psicoterapia e a orientação psicológica.

O psicólogo é o profissional ideal tanto em casos de crises pontuais — como a perda do emprego, o término de um relacionamento difícil de superar, problemas com ansiedade ou depressão, traumas, crises de estresse, luto, entre outros, tanto no trabalho paralelo ao do psiquiatra no tratamento de distúrbios mentais.

Cada um desses tratamentos pode ser, dependendo de cada caso, realizado somente com o psicólogo ou, então, em conjunto com outros profissionais. Devemos destacar que a diferença mais marcante entre esses profissionais é a sua formação.

No caso do Psicólogo a formação se dá através do curso de nível superior na área de Humanas, subárea Psicologia, com duração de 5 (cinco) anos, o qual ainda se divide em ênfase clínica (trabalho em consultório) e ênfase organizacional (trabalho nas instituições, como clínicas de Psicologia, escolas públicas e particulares, hospitais, empresas, indústrias, clubes Esportivos, etc).

Após a conclusão do curso, com duração de 5 (cinco) anos, é ainda possível e recomendável que o profissional busque especialização em alguma área ainda mais específica como a Psicologia Forense, Trabalhista, Hospitalar, Esportiva etc.

Além disso, necessita ter habilitação junto ao Conselho Regional de Psicologia (CRP) para ter sua atuação legalizada.

Quanto ao objeto do seu trabalho, o Psicólogo atua no estudo da mente humana e seu funcionamento – saudável e patológico – bem como na análise do comportamento.

Ou seja, o psicólogo atua no estudo da mente humana, identificando os problemas relacionados ao comportamento.

Visa resolver estes problemas, lançando mão do desenvolvimento de capacidade de observação, análise e comparação, do equilíbrio emocional, primando pela comunicação e expressão acessível, para que o paciente possa adquirir qualidade nos relacionamentos familiares e sociais em geral, em prol de uma vida melhor.

Pode-se dizer que outra diferença entre o Psicólogo e os demais profissionais da área psíquica são as ferramentas ou estratégias de tratamento, sendo certo que a principal é a psicoterapia.

O Psicólogo atua ainda com a orientação e aconselhamento, que são modalidades de intervenções psicológicas.

Os objetivos são desenvolver meios e recursos psíquicos para que o indivíduo possa interagir com o mundo, de modo mais saudável possível, contribuindo para o restabelecimento do funcionamento psíquico quando necessário, mediante a facilitação da compreensão do sujeito sobre o mal que lhe acomete, para que possa ele mesmo lidar com suas dificuldades interpessoais e questões existenciais.

Tecnicamente, Psicologia refere-se à um campo das ciências humanas, enquanto que a psicoterapia se refere ao conhecimento desenvolvido por esta ciência e sua aplicabilidade.

Vale dizer que existem vários tipos, formas e métodos de psicoterapias cujas qualidades definem as diferentes escolas de pensamento da Psicologia.

Em resumo, quando se trata de atendimento em saúde, é preconizado pelos órgãos nacionais e internacionais reguladores do tema que haja um trabalho multidisciplinar, englobando diversas especialidades, para atender a um determinado diagnóstico.

Assim sendo, é indiferente o fato de procurar um Psiquiatra, um Psicólogo ou um Psicanalista, pois parte-se do princípio que o tratamento de qualquer transtorno mental descrito no DSM ou no CID seja tratado de maneira multidisciplinar.

A questão maior é adequar a nossa necessidade ao profissional adequado, considerando-se os fatores suscitados ao longo do texto sobre as especificidades e atuações de cada um, na área física, mental, ou pessoal.

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O psiquiatra

O psiquiatra é o profissional formado em Medicina com especialização em Psiquiatria. Habilitado para lidar com problemas de ordem mental, cabe ao psiquiatra a decisão de prosseguir o tratamento adequado ao paciente que vai procurá-lo, inclusive, se necessário, este profissional pode receitar o uso de medicamentos que interferem no funcionamento do cérebro através de suas substâncias químicas.

Assim sendo, o médico psiquiatra é aquele que, além do saber da Medicina geral, detém o título de médico especialista em Psiquiatria, para o que são necessários 9 (nove) anos de estudos teóricos e práticos específicos na área da saúde mental.

A psiquiatria trabalha o lado da doença propriamente dita, buscando soluções que podem ser através de medicamentos, psicoterapia e até ajudar na mudança de alguns hábitos que podem resolver simples problemas de determinados casos. O profissional dessa área é indicado em casos de doenças como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), depressão, bipolaridade, ansiedade, dependência química, transtornos de personalidade, entre outras patologias que inicialmente podem não parecer, mas estão ligadas à área mental.

O psiquiatra pode atuar juntamente com o psicólogo e com o psicoterapeuta — seja qual for o grau de gravidade do problema. O encaminhamento para o psiquiatra pode acontecer através da vontade do próprio paciente, ou por indicação do psicólogo ou psicanalista.

O Psiquiatra lida com os sofrimentos mentais de natureza orgânica ou funcional para fins de prevenção, tratamento ou reabilitação do sujeito acometido de manifestações psicológicas mais ou menos severas.

A distinção principal que se faz entre o Psicólogo e o Psiquiatra é a habilitação deste último para a prescrição de tratamento medicamentoso, eis que a psiquiatria trabalha o lado da doença propriamente dita, buscando soluções que podem ser através de medicamentos, psicoterapia e até ajudar na mudança de alguns hábitos que podem resolver simples problemas de determinados casos.

O trabalho do Psiquiatra é o alívio do sofrimento e a promoção do bem estar psíquicos.

Para tanto, atuam mediante a avaliação completa do sujeito, sob o aspecto biopsicossocial – que envolve o exame do estado mental e histórico clínico, testes e exames diversos, clínicos e/ou laboratoriais – com fins de diagnóstico, para posterior aplicação da prática terapêutica adequada, seja através de fármacos propriamente ditos ou terapêuticas diversas, o que inclui a psicoterapia.

O psicanalista

Formado em psicanálise, o psicanalista tem a função de equilibrar e tornar mais clara a relação do “eu” interior do paciente com seus questionamentos internos e com os problemas do mundo.

Esta linha teórica também pode ser usada por psicólogos e psiquiatras e cada profissional pode utilizá-la de acordo com os limites da ciência estudada em sua formação.

Baseada nos estudos do médico austríaco Sigmund Freud, a psicanálise busca o autoconhecimento — para, a partir daí, conseguir responder e lidar com as questões e fatos do mundo em sua volta.

O diferencial do Psicanalista está no seu recurso primordial de trabalho: a interpretação do conteúdo do inconsciente bem como dos seus efeitos nas ações, palavras e pensamentos do indivíduo, o que se faz pelo manejo de duas ferramentas principais: a fala e a escuta.

O Psicanalista, ao contrário do Psicólogo e do Psiquiatra, não tem a função de diagnosticar ou tratar qualquer doença, receitar qualquer tipo de medicação, ou sequer fazer qualquer tipo de orientação ou encaminhamento. Exceto nos casos em que esse profissional, além da formação em Psicanálise, tenha habilitação em alguma área da saúde.

O psicanalista tem a função de equilibrar e tornar mais clara a relação do “eu” interior do paciente com seus questionamentos internos e com os problemas do mundo. Esta linha teórica também pode ser usada por psicólogos e psiquiatras e cada profissional pode utilizá-la de acordo com os limites da ciência estudada em sua formação.

A busca por esse tipo de profissional parte, geralmente, de pessoas que questionam o comportamento humano através de pressões sociais, no trabalho e nos relacionamentos — e buscam compreender melhor a si mesmas para que, assim, possam entender como lidar com as frustrações de um mundo que não dá todas as respostas que esperam.

Entender o que cada profissional ligado à saúde mental tem como função é primordial para iniciar a busca pela melhora do seu problema. E lembre-se sempre de que problemas ligados à ordem mental e emocional não devem ser motivo de vergonha!

É sempre indicado procurar um profissional para melhorar a qualidade de vida e a maneira de enxergar a si mesmo e aos outros — seja através de um psicólogo, psiquiatra ou psicanalista.

E você, busca algum tipo de ajuda para ajudar a lidar com seus problemas internos? Tem uma história para nos contar? Deixe seu comentário e compartilhe suas dicas, dúvidas e experiências!