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Entenda a paralisia do sono! Já aconteceu com você?

Paralisia do sono

young man in bed with eyes opened suffering insomnia and sleep disorder thinking about his problem

Você já sentiu a estranha sensação de acordar e não conseguir se mexer? A paralisia do sono, na verdade, é um transtorno que consiste na impossibilidade da pessoa se mover ou falar no momento em que passa do sono para a vigília.

Trata-se de um fato bastante comum que gera uma sensação angustiante para quem a possui. Às vezes, pode ser acompanhada de alucinações. Mas o que parece se tratar de um grande pesadelo, na verdade pode estar ocultando sintomas de outros problemas mais profundos.

O que é a paralisia do sono e quais são as suas causas e consequências? Entenda sobre esse problema no nosso artigo do dia!

O que é a paralisia do sono?

A paralisia do sono acontece quando a atividade cerebral e corporal se descoordenam e é então que a consciência é recuperada antes da mobilidade corporal. Isso é a paralisia do sono: quando o cérebro acorda antes do corpo.

Como a paralisia do sono é um fenômeno do despertar incompleto da pessoa, que surge das transições entre o chamado “estado de sono” e de “vigília”, ela faz parte do grupo das parasomnias, de acordo com a Classificação Internacional de Transtornos do Sono, que afeta um a cada 1.000 habitantes. Parasomnias é o grupo de desordens do sono que são caracterizadas pelo movimento incomum e sonhos no momento em que uma pessoa se encontra entre as fases diferentes de sono ou acordar de um sono.

A pessoa que se encontra sob a paralisia do sono está cognitivamente acordada, porém, ela experimenta sensações e emoções de paralisação de grande parte da musculatura voluntária, menos dos olhos e do diafragma. Também pode ocorrer a paralisia da laringe, na qual a pessoa se vê impossibilitada no momento da fala, enquanto se produz este transtorno do sono.

Quanto tempo dura a paralisia do sono?

O tempo que dura a paralisia do sono tende a ser variável. Em geral, possui duração não prolongada, que pode ocorrer entre 20 segundos até dois minutos.

Mas existe algo por trás da paralisia do sono? Sim, a paralisia do sono pode ser tanto um sintoma isolado quanto fruto de um contexto acompanhado de outros sintomas.

Um desses outros sintomas que pode acompanhar a paralisia do sono é a alucinação, que pode ser auditiva, visual ou até tátil, sendo as mais comuns as de tipo sensitivo e visual. Muitas dessas alucinações são consideradas popularmente como “experiências paranormais”, mas são desacreditadas pelos cientistas neurólogos e psicólogos.

Quais as causas da paralisia do sono?

Por que a paralisia do sono ocorre? As causas podem variar como:

Associação com outra patologia

Entre as mais comuns está a narcolepsia, doença em que a pessoa tem dificuldade para se manter acordada durante o dia. Entre outros sintomas da narcolepsia, com muita frequência podem ser verificados ataques de catalepsia e paralisação muscular.

Privação de sono aguda

Causa isolada que pode afetar pessoas sem histórico de paralisias.

Genética

É a causa de tipo hereditário, mas sendo uma das menos frequentes, que surgem quando membros da família já padeceram ou padecem de algum tipo de paralisia do sono.

Estilo de vida

O estresse e a ansiedade crônica podem desencadear também o problema da paralisia do sono.

Hormonal

Há estudiosos que podem indicar a falta de hormônios (como a melatonina e o triptofano) como causas possíveis para a paralisia do sono também.

Como tratar a paralisia do sono?

Para dar continuidade no diagnóstico da paralisia do sono, em primeiro lugar, o médico deverá descartar que o paciente tenha algum tipo de narcolepsia. Após esta análise, é realizada uma investigação sobre a qualidade do sono para identificar se há um déficit de sono, bem como o tipo específico de paralisia.

Caso a paralisia do sono se manifeste como um sintoma isolado, não haverá maiores problemas e até se pode descartar a possibilidade de tratamento. Mas caso a paralisia do sono persista durante mais de três ou quatro semanas contínuas ou se estiver atrapalhando a qualidade de vida da pessoa, ela terá de procurar ajuda profissional para iniciar um tratamento.

Uma das formas que podem ajudar durante o tratamento da paralisia do sono é a manutenção de horários para dormir, respeitando os turnos. Dormir pelo menos 7 horas, evitando exercer atividades noturnas estimulantes, como trabalho, jantar, uso de aparelhos eletrônicos e exercícios físicos. No momento da paralisia, a pessoa deverá manter a calma, já que não ocorrerá nenhum outro tipo de perigo e a sensação angustiante passará sem maiores consequências.

Quais os medicamentos usados para tratar a paralisia do sono?

Em relação aos fármacos, como os antidepressivos e calmantes, existem medicamentos que são usados para tratar a paralisia do sono. No entanto, devem ser tomados somente sob prescrição médica, até por que, a própria utilização desses remédios podem dar lugar à paralisia do sono, em casos de interrupção.

Não existem danos físicos conhecidos que a paralisia do sono possa causar. Como a duração deste fenômeno costuma ser breve, não implica no prejuízo de nenhum tecido muscular nem problemas nas funções vitais, como a respiração e o sistema cardiovascular, por exemplo.

Mas, para quem está sob o efeito angustiante, não exclui as sensações extremamente desagradáveis que podem influenciar negativamente o seu dia a dia. Apesar dessas sensações desagradáveis, de asfixia e paralisação momentânea do corpo, bem como de estados alucinatórios, deve-se compreender que se trata de uma fase de transição entre o sono e a vigília, mas sem muitos perigos.

Quais os efeitos da paralisia do sono na vida da pessoa?

Os únicos efeitos negativos da paralisia do sono seriam o medo de ir dormir novamente (pelas sensações experimentadas negativamente). Para os casos de persistência destes sintomas, é importante realizar uma visita ao médico, que indicará o melhor tratamento para o seu caso e a forma de preveni-lo.

Já sofreu ou tem alguém conhecido que está passando por este problema desagradável? Não hesite em buscar ajuda profissional, deixe um comentário e ajude a compartilhar a importância deste fenômeno!


Referências

Neves, G. S. M. L., P. J. O. M. Macêdo, and Marleide da Mota Gomes. “Transtornos do sono: atualização (1/2).” Bras Neurol 53.3 (2017): 19-30.

Ramos, Daniela Figueiredo, et al. “PARALISIA DO SONO RECORRENTE-MEDO DE DORMIR.” Revista Paulista de Pediatria 38 (2020).