Insatisfação com o corpo, baixa autoestima, preocupação excessiva com o espelho. Você já sentiu algo assim? Em caso de sim, o ideal é procurar um profissional de saúde porque você pode estar com Transtorno de Imagem.
Também conhecido como dismorfia corporal, o transtorno é um distúrbio mental em que uma pessoa tem a preocupação excessiva com sua aparência física.
Essa preocupação pode levar a comportamentos compulsivos, como olhar-se no espelho constantemente, comparar-se com outras pessoas e tentar esconder ou corrigir supostas imperfeições.
Quer entender mais sobre o assunto? Conversamos com Daiane Primo, psicóloga da Psicologia Viva, para responder todas as perguntas sobre o Transtorno de Imagem. Confira!
O que é Transtorno de Imagem?
A psicóloga explica que a preocupação excessiva pode estar relacionada a qualquer parte do corpo, geralmente na região do rosto e pode ter o foco em uma ou mais partes.
Alguns exemplos: pelos, nariz, orelha, braço, manchas na pele, peso, entre outros.
“As pessoas com TDC costumam se sentir feias, deformadas e inadequadas e podem ter comportamentos repetitivos (ex: se olhar repetidamente no espelho; ajeitar alguma roupa ou cabelo para cobrir a suposta imperfeição; beliscar a pele, etc.) ou passa muito tempo pensando nessa imperfeição e se comparando com outras pessoas”, diz a profissional.
Dra Daiane ainda salienta que o Transtorno Dismórfico Corporal pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum na adolescência e na vida adulta.
Atente-se aos sinais
Quais os principais sinais?
- Perder tempo demais se preocupando com a falha na aparência (essa preocupação é insistente e difícil de controlar);
- Apresentar comportamentos repetitivos a fim de esconder a falha, como mexer no cabelo toda hora para esconder a orelha ou ficar retocando toda hora a maquiagem para esconder a acne da pele, ficar se observando nos reflexos a todo momento para ver se a falha está aparecendo, entre outros comportamentos;
- Se comparar demais com outras pessoas (ex: “como ela tem um nariz bonito, o meu não é assim, queria que o meu nariz fosse como o dela”;
- Essa preocupação excessiva causa sofrimento para a pessoa;
- A pessoa tem a sua vida pessoal, profissional e outras áreas da vida afetadas de forma negativa (ex: o indivíduo pode ter advertências por não ir trabalhar devido a ter vergonha de sair de casa ou não consegue nem procurar emprego porque não consegue sair de casa; um adolescente, por exemplo, pode não ir mais para a escola com medo de que fiquem reparando na falha, isso pode resultar em muitas faltas, notas baixas e até evasão escolar).
Pessoas com esse tipo de transtorno geralmente tem dificuldade de entender que existe algum problema e demoram para procurar ajuda. Ter um sofrimento recorrente não é normal, o ideal é procurar ajuda.
Cuidado com as redes sociais
A psicóloga explica que as redes sociais são como vitrines cheias de exposições, com fotos, filtros e tratamentos de imagens que mostram aparências irreais.
Quem tem TDC tem uma questão sobre a forma que se enxerga e que acredita que as pessoas vão enxergá-las dessa mesma forma.
Assim, a grande exposição das redes sociais e a pressão social por estar sempre bonito e “perfeito”, pode aumentar a preocupação de quem tem TDC que já é excessiva. “Também é um ambiente muito fértil para fazer comparações”, orienta.
7 perguntas para saber se você tem Transtorno de Imagem
1 – Quanto tempo, por dia, você perde ao ficar pensando e se preocupando com uma ou mais falhas da sua aparência física?
2 – As pessoas reparam nessa sua imperfeição ou consideram irrelevantes?
3 – A preocupação que você tem com a sua minha aparência física traz prejuízos para a sua vida social, profissional ou outras áreas importantes da sua vida?
4 – Fica se comparando sempre com outras pessoas?
5 – Evita sair de casa ou ir a lugares muito movimentados por vergonha das pessoas perceberem as suas falhas na aparência?
6 – Fica a todo momento tentando esconder o seu defeito (através de maquiagem, procedimentos estéticos, roupas, penteados, postura, etc.)?
7 – Acredita que a sua aparência é feia e que é deformado (a) e sem atrativo nenhum?
Lembre-se: o ideal é procurar uma ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra e obter informações profissionais.
“Com o tratamento medicamentoso e a psicoterapia é possível a remissão dos sintomas do TDC”, afirma a profissional.
Conte com a orientação da Psicologia Viva!
Referências:
American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Daiane Gonçalves Primo é psicóloga da Psicologia Viva com formação em Psicologia pela UNOPAR e especialização em Psicopedagogia pela UNIFIL.
Para marcar uma consulta, acesse: https://perfil.psicologiaviva.com.br/daianeprimo
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