A importância de falar sobre violências e diversidades no seu âmbito social

A importância de falar sobre violências e diversidades no seu âmbito social
A importância de falar sobre violências e diversidades no seu âmbito social

O que é violência?

A violência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é quando o individuo faz uso de força física de forma ameaçadora contra si próprio ou quando envolve outros individuo(s) que pode resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Este pode ser de cunho verbal, físico ou psicológico.

Nos dias atuais a violência está presente em todos os segmentos da sociedade, apresentando-se de diversas formas e com isso gerando impactos e consequências sociais. 

A violência no contexto do âmbito social acontece em qualquer classe, essencialmente nas mais marginalizadas ou minoritárias, como: homicídio, feminicídio, agressão contra a mulher, violência contra criança e/ou adolescente, abuso sexual, físico, psicológico entre outros.

Violência deriva do latim “violentia”, que significa “veemência, impetuosidade”, portanto sua origem está relacionada com o termo “violação”. E se tratando de direitos humanos, a violência pode envolver muitos atos de violação dos direitos, seja na sociedade, nas famílias, na escola, no trabalho, na rua, entre outros. Nota-se ser importante neste ponto levar em consideração as particularidades de cada sociedade, como sua cultura, valores, ideologias, crenças e histórias.

Em meio à pandemia esse quadro se agravou na prática de violência doméstica, ou seja, tornou-se um quadro de sobrevivência, pois muitas mulheres ou crianças não puderam recorrer ao externo como antes. Nesse contexto surgiram diversas mobilizações, como sinais de pedido de socorro com as mãos (gestual ou X em vermelho na palma) para mulheres que sofrem de agressão seja físico ou psicológico. 

Percebe-se também que há atualmente uma questão de um mundo globalizado e tecnológico, que tornou cada vez mais notável essa presença de rapidez de informações. A tecnologia por sua vez, também pode ser considerada como um fator gerador da violência social, como em redes sociais ou mídias televisivas, impondo assim estereótipos e normas de convivência em prol de um suposto status. Status define classes e posições sociais e, consequentemente, também gera exclusões. 

Mas e a diversidade?

No contexto social, a diversidade significa uma convivência de indivíduos diferentes em sua etnia, raça, orientação sexual, cultura, crenças, valores, entre outros em um mesmo espaço de convívio e trocas relacionais.

E então, será que ela existe num contexto social? Será que é válido pensar que existe uma exclusão na sociedade?

A resposta é afirmativa, infelizmente, pois os considerados diferentes são uma minoria na sociedade, e estes são afetados com diversos tipos de violência. Existem estruturas ou atitudes sociais que impedem ou dificultam determinados indivíduos a terem liberdade de expressão, seja este por um estereótipo social ou por preconceitos provindos da sociedade.

O termo diversidade refere-se àquilo que é diverso, mas quando aplicado à sociedade, nem tudo é visto como aceito. Logo, toda sociedade possui um conjunto de normas predeterminadas na qual é construída historicamente pelos grupos dominantes.

Essas regras/normas moldam a forma como os indivíduos devem se portar para que sejam vistos como “normais”. Nesse sentido tudo aquilo que está dentro dessa norma é considerado “aceitável” e o que foge é o “diferente”. Logo existe uma cobrança e pressão da sociedade frente a esse consciente estruturado de padrão normativo. As minorias por sua vez são os grupos que geralmente sofrem essas opressões contra suas diferenças.

E é aí que entra a importância de se discutir a diversidade e a violência no âmbito social, pois é possível compreender como as pessoas são tratadas de formas totalmente diferentes na sociedade ou repreendidas por estas. Refletir sobre essa questão faz querer questionar medidas de prevenção de violências e de exclusão, lembrando que somos todos seres únicos, todos somos imperfeitos em alguma questão e cabe a nós humanos diante de uma sociedade injusta procurar fazer nossa parte e promover uma sociedade mais empática e com direitos iguais.

Você sabe a diferença entre equidade e igualdade?

Igualdade é dar às pessoas as mesmas oportunidades, tratando todos de maneira igual. Já equidade é adaptar às oportunidades. Deixando elas justas, ou seja, tratar de forma justa os diferentes.

Vamos assim imaginar as pessoas que possuem alguma restrição física, como algum tipo de deficiência. Estas precisam de acessibilidade, então seria viável uma rampa de acesso em determinados lugares, por exemplo.

Uma situação hipotética é um show ou jogo com plateia, imagina-se um rapaz anão e outro alto em um mesmo degrau, estes não ficariam nivelado, já com degrau apropriado e justo a cada tamanho respectivo seria uma prática equitativa. Porém a realidade muita das vezes em sua maioria não realiza nenhum dos dois atos citados. Mas podemos fazer a nossa parte em promover atitudes empáticas e inclusivas.

Nesse momento faz sentido levantar a reflexão sobre como a pandemia afetou os surdos, você já pensou nisso?

Os surdos por sua vez, ficaram excluídos nesse momento, pois o uso de máscaras impediu sua facilidade de comunicação com ouvintes através da leitura labial. Mas qual a alternativa é possível se pensar?

Ter uma prática equitativa como, por exemplo, seria promover o uso de máscara com viseira transparente para facilitar na comunicação com estes em determinados setores de atendimento. 

Percebe-se que cada vez mais vem se buscando uma aproximação da Psicologia com o campo dos direitos humanos e com as principais problemáticas que a sociedade carrega, no intuito assim vale-se pensar em práticas de políticas públicas.

Você sabe o que é deficiência?

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos ao longo prazo, seja este de natureza física, intelectual ou sensorial caracterizado pelo não funcionamento total ou parcial de algum dos cinco sentidos (visual, auditivo, tato, olfato ou paladar), os quais, em interação com determinada situações apresentam algum tipo de limitação e isto pode obstruir sua participação plena efetiva na sociedade em consideração às condições de igualdade com as demais pessoas da sociedade.

A pessoa nessa condição nasceu assim ou adquiriu ao longo da vida, nesse sentido vale pensar que pode-se ser ou acontecer com qualquer individuo que reside no planeta Terra.

Sobre os direitos das pessoas com deficiência, vale-se ressaltar tais artigos:

“Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015).

 “Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico” (Brasil, 2015).

Ao entender essas diferenças e as dificuldades que elas trazem para a vida daqueles que pertencem aos grupos que não se enquadram nas normas sociais, isto é, grupos minoritários, é possível refletir sobre ações que ajudem a tornar a sociedade mais justa e igualitária com práticas equitativas.

Na história os não considerados normais pela sociedade antigamente tinham futuros, por via de regra, três caminhos: rejeição, eliminação ou internados em manicômios que antigamente possuía tratamentos desumanos. Nesse âmbito vale ressaltar que havia pessoas que não se enquadravam no padrão por questões de um comportamento não esperado e eram internados, segundo algumas pesquisas 90% eram pessoas sem qualquer transtorno mental comprovado.  

Ressalta-se que a falta de inclusão e de representatividade ocasiona numa piora a saúde mental de uma população ou grupo, ou seja, pessoas que sofrem por terem seus espaços negados ou oportunidades, por não se adequarem a um certo “padrão” de normalidade, como por sua aparência, orientação sexual, racial, serem pessoas com deficiências, as mesmas procuram e tentam se encaixar e se adaptar, mas em sua maioria não conseguem e isso acaba afetando sua saúde mental.

“Pensando na saúde mental vale ressaltar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que saúde mental é um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua comunidade, também afirma que não há saúde sem a saúde mental” (EISNTEIN, 2021).

Aceitando a individualidade do outro, podemos ajudar a quebrar padrões, derrubar o preconceito e a discriminação. Além de ajudar as pessoas a terem maior consciência e aceitação de sua própria condição enquanto individual carregado de individualidades em um mundo diversificado.

Então, vamos procurar agir em prol de uma equidade? 

Agir com empatia?

E usar as redes de informações/sociais para promover essa luta? 

Afirmar que somos todos seres únicos e devemos nos aceitar como tal?

Vamos promover uma saúde mental para todos?

Aguardo você nessa luta!

Referências

  1. BRASIL, Planalto. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>.
  2. ALEIXO, A. ALEIXO, R. MOURA, R. A violência social e seus impactos: uma abordagem a cerca dos homicídios no Brasil. Revista Âmbito Juridico, 2014. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-130/a-violencia-social-e-seus-impactos-uma-abordagem-a-cerca-dos-homicidios-no-brasil/amp/>.
  3. EISNTEIN, H. Aceitação da diversidade melhora a saúde mental. Vida Saúdavel, 2021. Disponível em: <https://vidasaudavel.einstein.br/aceitacao-da-diversidade-melhora-a-saude-mental/>. 
Juliana Maria Rio Branco Tamas
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