O que são habilidades sociais?

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O que são habilidades sociais?

Nossa, tem alguém me observando, e agora?!

Com o passar dos anos, os agrupamentos humanos foram se formando, a população aumentando e novas práticas foram sendo absorvidas nesses contextos ao longo do tempo.

Acompanhando isso, com novas práticas, também são agregadas novas exigências, como a maneira de se comportar em público, falar, comer, sentar-se e até mesmo de vestir-se.

Já reparou o quanto a vida em sociedade “direciona” o nosso modo de ser e agir?

Já teve a sensação de errar algo só por estar fazendo na frente de outra pessoa?

Já se sentiu julgado? 

Qual foi seu comportamento?

Isso parece acontecer bem frequente em nosso cotidiano. E ainda podemos ser colocados diante de situações que não sabemos direito como reagir e acabar cedendo por alguma pressão.

Já viu quem quebra uma dieta por ir para a casa de outras pessoas ou para um lugar muito movimentado?
E quem perde as “estribeiras” por ter bebido demais num grupo?

Em casos mais extremos, em noticiários podemos ver pessoas que cometeram até crimes por influências de outras pessoas.

O que une todos esses exemplos?

Todas essas situações envolvem algo chamado HABILIDADES SOCIAIS.

O que são habilidades sociais?

São as habilidades sociais que norteiam nossas tomadas de decisão em um grupo, na academia, no trabalho, com as amizades e nos estudos. Você sabia?!

Essas habilidades são muito importantes em muitas situações relevantes em nossas vidas, o bom uso e treino delas podem otimizar algumas empreitadas que podemos precisar na vida.

Podendo ser citados como exemplo:

  1. Saber se posicionar quando não gosta da maneira que te tratam;
  2. Ser assertivo na forma de falar para o parceiro(a) como se sente no relacionamento;
  3. Maneiras de se pedir uma revisão salarial;
  4. Como pedir um feedback para um superior;
  5. Buscar maneiras de ser aprovado na apresentação do TCC;
  6. Ser alguém com uma boa desenvoltura em uma entrevista de trabalho;
  7. Apresentar um pitch de negócios; 
  8. Etc.

Já parou para pensar em quanto se pode potencializar os resultados se você aprender a usá-las?

E acredite, é possível, sim!

Depois desses exemplos, parece que pessoas tímidas e reservadas foram desfavorecidas nessas novas exigências, não parece?!

Calma, nem tudo está perdido!

O treino de habilidades sociais é para todos!

Além de tudo isso, as habilidades sociais podem ser treinadas de forma geral ou específica, adaptando-se a uma necessidade particular da pessoa.

Quando se tratar de uma questão específica, ela pode ser a primeira de muitas, já que muitos se sentem motivados e mantém essa progressão em outras áreas de suas vidas.

O treino de habilidades sociais (THS) faz parte de uma gama imensa de técnicas trabalhadas pela Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

Quero dar um exemplo prático de como ele pode ser usado para tal objetivo. Será criada uma personagem fictícia que possui um comportamento relativo a compras que ela quer mudar, dificuldade de expressar sentimentos e ser assertiva em suas decisões e, devido a isso, também tem passado algumas dificuldades financeiras.

Ela procura um psicólogo para que este possa auxiliá-la nesse processo de mudança de hábitos.

Na prática

(IMPORTANTE: Lembrando que abaixo será citado uma possibilidade de atuação, não a única, pois cada pessoa tem sua individualidade e trajetória de vida, que será respeitada e o acompanhamento será de forma personalizada!)

Seria feito um levantamento das rotinas da paciente, histórico psiquiátrico e médico, se tiver, e tudo o que compõem as atividades que normalmente ela faz.

Seriam também levantadas algumas atividades de que ela gosta, que faz, não gosta e não faz.

Traçaríamos também um paralelo entre tudo de que ela gosta e a relação com as compras e padrão de consumo.

Por se tratar de um caso hipotético, trabalharemos com a possibilidade de ela ter poucas atividades sociais e que proporcionem algum prazer além das compras. 

Os vendedores treinados, propagandas bem boladas e a dificuldade dela em dizer não possivelmente implicarão em vários gastos não necessários e não programados, alimentando o ciclo vicioso da compulsão e também do endividamento.

É incrível como tanta coisa se conectam em nossas vidas, por isso o processo terapêutico pode auxiliar tanto, promovendo autoconhecimento, autonomia, liberdade e empoderamento!

Possibilidade de atuação

Implantar na rotina dela atividades que tragam alívio, diminuam sua ansiedade e gerem prazer. De preferência que não precise comprar nada para iniciar.

Podem ser atividades físicas, alongamento, organizar sua casa, fazer novas amizades, aprender um novo idioma ou hobby.

  • Treinar o “não”: afinal, ser assertivo é dizer sim e não nas horas oportunas, de acordo com seus intuitos e resultados que almeja.
  • Explorar maneiras de expor seus sentimentos: à medida que ela for aprendendo a lidar com suas angústias ela vai conseguindo se posicionar sobre algo que ela não quer em um determinado momento. Essas situações podem ser de um relacionamento que tem feito ela se sentir inferior, uma alimentação que pode ser usada para “descontar” seu estresse, uma situação no trabalho que a tem atrapalho, etc.
  • Proporcionar reflexão contínua sobre suas atitudes: para não deixar que ela só pense no que tem feito nos momentos em que está se sentindo mal ou impotente, isso poderá aumentar a baixa autoestima, promover autossabotagem e desmotivar as tentativas durante o processo terapêutico.
  • Amparar em momentos de recaída comportamental ou sentimental: afinal, sabemos que errar faz parte de todo e qualquer aprendizado, mas, infelizmente, muitos desistem por se sentirem sozinhos, incapazes ou fracos.
  • Lembrar das conquistas alcançadas durante o processo: tem a capacidade de nos deixar motivados, consistentes e disciplinados. Por isso é tão importante em todos os casos, principalmente num como este.
  • Uma reavaliação frequente sobre os objetivos, avanços e desafios a serem conquistados. Tão importante quanto lembrar do que foi feito é, lembrar do que fez você começar e o que tem a ser feito, podendo inclusive facilitar em quem busca um modo de vida mais leve.

O que é a Terapia Cognitiva Comportamental?

Ela é uma das imensas possibilidades de atuação da psicologia. Sendo uma junção de duas grandes áreas que são o cognitivismo e o comportamentalismo.

Em resumo, ela trabalha de forma continuada e estruturada com a forma com que a pessoa se comporta diante do que ela interpreta de si mesma, do outro e do mundo.

Ela também entende que muitas características e questões que as pessoas tanto desejam em suas vidas são treináveis e alcançáveis, aplicando com disciplina e prática a técnica combinada.

A TCC é a abordagem terapêutica mais indicada para tratamento de:

  • Transtornos de ansiedade;
  • Transtornos alimentares;
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC);
  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
  • Fobia Especificas (Medo de dirigir, medo de avião, medo de elevador);
  • Dificuldades em relacionamentos interpessoais.

Dentro dessas e outras temáticas, um psicólogo dessa abordagem pode te auxiliar profissionalmente em sua busca por manter e estabelecer rotinas, e assim maximizar seus relacionamentos, exercícios, investimentos e estudos.

Referências

  1. PETERSEN, Circe Salsides. Evidências de efetividade e procedimentos básicos para Terapia Cognitivo-Comportamental para crianças com transtornos de ansiedade. Rev. bras. psicoter. 2011;13(1):39-50
  2. WAGNER, Marcia Fortes; OLIVEIRA, Margareth da Silva. Habilidades sociais e abuso de drogas em adolescentes. Psicol. clin.,  Rio de Janeiro ,  v. 19, n. 2, p. 101-116, dez.  2007 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652007000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  09  set.  2021.
Tulio Caldeira de Arvelos
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