A pluralidade do masculino na Psicologia 

A pluralidade do masculino na Psicologia 

Somos estimulados culturalmente a associar que certos produtos, serviços e interesses são intrinsecamente característicos a um gênero — e desde muito cedo.

As mudanças culturais e as outras formas de ser do masculino na sociedade

A máxima onde “o menino veste azul e a menina veste rosa” é um bom exemplo disso, assim como a divisão entre brincadeiras “certas” para cada sexo. A verdade é que as mudanças culturais que as novas gerações vêm promovendo estão abalando algumas convicções, de modo a tornar necessário repensar no modo como estabelecemos e consolidamos nossas crenças.

O mundo afeta nossa maneira de estar-consigo, estremece nossas convicções e somos naturalmente impelidos a buscar meios de nos sentirmos confortáveis sob as novas circunstâncias, de modo que o patriarcalismo vem sofrendo grandes impactos.

O masculino na sociedade, traduzido outrora através de modos rígidos sobre as funções sociais das pessoas, está desenvolvendo outras formas de ser e estar na sociedade. Há desafios de toda ordem, traduzidos como resistência perante a inovação e ameaça de mudança, causando impacto no nosso mundo interno, um lugar controlado, seguro, onde sabemos como ser e como tudo deve ser.

A mudança ameaça este lugar, que precisa se reinventar para encarar a pungente — e urgente — metamorfose. 

Estamos falando aqui do impacto no nosso masculino interior. Se o analisarmos com maior cuidado podemos perceber que muitas vezes encontramos uma instância rígida, controladora e até mesmo raivosa dentro de nós, que é fruto de toda insegurança quanto ao seu lugar diante da mutabilidade das relações.

Esse temor pode gerar uma reatividade que se expressa através de forte rejeição ao novo, aumento da necessidade de controle, ansiedade e estresse elevados, bem como a desvalorização a novas ideias e particularidades das pessoas.

Cria-se uma bolha alheia aos movimentos que a sociedade faz e surda para o grito que esta emana. É sempre trabalhoso cuidar desta bolha, visto que ela está sob ameaça de estourar diante de qualquer tensão, e colocar os indivíduos que protegia em contato intenso, imediato e impactante com o mundo sobre o qual pairavam de forma pretensamente inabalável. 

A maneira através da qual podemos não ser reféns da mudança é realizando uma descoberta pessoal que possa acompanhar o momento histórico e cultural pelo qual estamos passando.

O aspecto masculino da personalidade não irá desaparecer, mas encontrará um modo criativo de acompanhar as mudanças e oferecer suas contribuições tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.

Para isso, ele terá de superar a ameaça da extinção e da perda de poder, de modo a amadurecer suas potencialidades e oferecê-las ao ego da pessoa que o porta. E nisto o lado feminino pode contribuir de maneira vasta e intensa — desde que tenha seu devido espaço de desenvolvimento e participação no empreendimento desta conscientização.

O novo masculino e a psicoterapia de orientação junguiana

O objetivo de uma psicoterapia de orientação junguiana é promover a conscientização destes processos rumo à individuação, onde cada um desenvolve e porta o si-mesmo autêntico e não mais necessita defender-se diante da mudança do mundo — podendo ainda incentivá-la e amadurecer nesse processo.

E você, já conversou com o seu masculino hoje?  

Jonathan Sousa Melo
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