Você passou por um momento de extrema manipulação no relacionamento? Já teve que trocar de roupa, precisou parar de falar com os amigos e até mudou de emprego para agradar o outro? Bom, é bem provável que você tenha vivido um relacionamento abusivo.
Entrevistamos Milena Araújo, psicóloga da Psicologia Viva, para falar sobre o assunto . Veja as dicas para aprender a lidar com essas situações.
O que é relacionamento abusivo?
Um relacionamento abusivo é aquele em que uma pessoa busca controlar e manipular a outra, muitas vezes de forma sutil e gradual, até que a vítima comece a questionar sua própria sanidade e se sinta presa e impotente.
“Um relacionamento se torna abusivo quando você passa por cima das suas vontades, limites e seus ideias para agradar a outra pessoa”, afirma a psicóloga.
Um relacionamento abusivo pode ser de várias formas, como:
- abuso emocional,
- físico
- financeiro
Segundo a psicóloga, o outro tenta ter esse controle sobre o parceiro (a) usando um poder de manipulação e isso pode ocorrer em algumas situações: no controle de amizades, nas redes sociais, no ciúmes e até por vitimização.
7 sinais que indicam o controle abusivo
Veja as dicas da psicóloga para identificar sinais de um relacionamento abusivo:
- Controle com redes sociais: existe a necessidade de controlar tudo que o outro está fazendo. Com quem conversa, curtidas e quem seguiu ou deixou de seguir. Isso é um sinal bem claro de controle.
- Ameaças: não existe segurança nesse tipo de relacionamento.
- A pessoa se sente insegura o tempo inteiro, pois existem ameaças constantes de abandono. Isso se torna um abuso emocional.
- Perda de relacionamentos: a vítima se afasta de todos os amigos e família, pois o abusador manipula ao ponto de mostrar que só ele é relevante na vida da vítima.
- Ciúmes excessivo: se torna problemático, pois o individuo começa a controlar os passos do outro desconfiando de qualquer atitude.
- Agressividade verbal: xingamentos e falta de respeito com o outro.
- Ameaças de agressividade física: na maioria das vezes, um abuso começa de forma despercebida como ameaças, mas isso pode gerar agressão física. Não espere pelo pior .
- Críticas na maior parte do tempo: o abusador se sente bem quando coloca o outro para baixo e por isso tem uma necessidade de criticar o outro o tempo todo. A crítica pode ser pelo modo de falar, se comportar e até vestir. Ele insiste em dizer que tudo que acontece é culpa sua. O abusador não assume responsabilidade.
Quais as consequências na saúde mental?
A profissional alerta que são muitas consequências na saúde mental. “A vítima é invalidada o tempo inteiro e isso faz com que ela duvide das suas capacidades”, afirma.
Infelizmente, muitas vezes as pessoas que estão em um relacionamento abusivo não percebem isso. Elas podem acreditar que o comportamento do parceiro é normal ou que o problema está nelas mesmas.
Por isso, é importante que amigos e familiares fiquem atentos aos sinais de abuso e ofereçam suporte e ajuda à vítima.
O abuso prolongado pode levar a problemas como:
- ansiedade,
- depressão,
- transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros transtornos relacionados ao estresse.
A vítima de um relacionamento abusivo pode sentir-se isolada e desesperada, com pouca ou nenhuma saída, o que pode levar a sentimentos de desesperança e impotência.
A autoestima e autoconfiança da pessoa podem ser seriamente afetadas pelo abuso emocional e psicológico, o que pode levar a problemas como baixa autoestima e autoimagem negativa.
Como sair dessa?
Sair de um relacionamento abusivo pode ser uma decisão difícil e assustadora, mas é fundamental para a segurança e o bem-estar emocional da pessoa.
Reconhecer que está em um relacionamento abusivo pode ser a primeira etapa. Pode ser difícil aceitar que um parceiro que você ama e confia esteja abusando de você, mas é importante enfrentar a realidade.
“A vítima acaba se acostumando com a situação e se isola dos amigos e familiares. Na maioria das vezes, ela não enxerga isso com um abuso. Se você identificou alguns desses sinais, peça ajuda a uma pessoa de confiança e conte o que está acontecendo. Você não merece passar por isso sozinha (o)”.
Peça ajuda profissional
Busque ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou terapeuta. Eles podem ajudá-lo a lidar com os traumas emocionais do relacionamento e a desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis.
“O papel na terapia vai ser de recuperar a autoestima do paciente e trabalhar sua segurança e senso de merecimento. Fundamental mostrar para a vítima que ela não está sozinha nesse processo e que uma rede de apoio vai ajudar muito”.
Conte com a Psicologia Viva nesse processo!
Fonte: Milena Araújo, psicóloga da Psicologia Viva.
A psicóloga é especialista em temas como fobias, ansiedade, compulsões e temas de casal, entre outros.
Para marcar uma consulta, acesse: https://perfil.psicologiaviva.com.br/milenaaraujo
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