Como lidar com a ansiedade de ser mãe de primeira viagem?

Como lidar com a ansiedade de ser mãe de primeira viagem?

Temos futuras mamães ansiosas por aqui?

Se esse for o seu caso, vem ler este texto que eu vou te ajudar a compreender e lidar melhor com esse momento, além de te ajudar também a entender em que momentos a ansiedade pode ser benéfica e quando ela pode ser prejudicial – para você e seu bebê. 

Por que sentimentos ansiedade?

A ansiedade (assim como todos os outros sentimentos, sejam bons ou ruins) quer nos comunicar alguma coisa. Na maioria das vezes, ela quer nos comunicar que algo diferente está acontecendo, ou algo que desconhecemos ou que é novo para nós.

Então, nosso corpo reage a essa situação, causando a ansiedade. 

E cada pessoa sente a ansiedade de um jeito diferente, sabia? Algumas pessoas sentem mais a ansiedade na barriga, por exemplo. Outros sentem no coração (como eu!). Outros ainda podem sentir nas mãos, nos pés e de tantas outras formas. 

Mas, e se eu te contar que a ansiedade nem sempre é ruim, você acreditaria? Além disso, existem outros motivos para ela aparecer. Deixa eu te explicar melhor!

A ansiedade nem sempre é a vilã!

Quero começar essa explicação dando um exemplo do que acontece comigo: antes dos meus atendimentos, ou antes de dar uma palestra, eu sempre sinto um pouco de ansiedade. E por quê? Por que aquilo é importante para mim. Eu me importo em fazer um bom atendimento, em dar uma boa palestra, em ser uma boa psicóloga. 

Então, às vezes, quando sentimos ansiedade, é ela tentando nos dizer: “Ei, isso é importante para você”. 

Se pensarmos então que a gestação é a espera por um bebê, como não sentir ansiedade? Seria impossível! Ainda mais quando é o primeiro bebê.

Certamente você pensa sobre ele, imagina como ele será, como será o rostinho dele, o cabelo, a voz… pensa em como quer o quartinho dele, em comprar as roupinhas, em deixar tudo pronto para a chegada dele. Então, se ao pensar em tudo isso, você sente uma certa ansiedade, é porque isso é importante para você! E isso é incrível, não é mesmo?

É normal que você fique pensando como serão os primeiros dias com ele, as primeiras trocas de fralda, a primeira amamentação, as primeiras noites do sono… afinal, são muitas “primeiras” coisas, certo? É compreensível que a ansiedade venha!

E o que fazer com essa ansiedade?

Agora que você entendeu que sentir um pouco de ansiedade é normal, você pode estar pensando: “Tá, mas o que eu faço com essa ansiedade que eu sinto?”.

E eu vou te falar uma coisa que pode parecer estranho, mas a resposta é: nada! Na verdade, você irá acolher essa ansiedade e respeitar ela. Parece estranho, não é? Mas é isso mesmo. A gente precisa respeitar os sentimentos “ruins” também. Se ficarmos o tempo todo tentando mandar eles embora, eles ficarão conosco ainda mais.

Mas, o que talvez possa estar acontecendo, é que você sente que essa ansiedade está te incomodando e você quer saber até onde é normal sentir ela, certo? Então vamos entender.

Como saber quando a ansiedade está alta demais?

Bom, falamos um pouco sobre a ansiedade “normal”, digamos assim. Mas agora vamos entender mais sobre quando ela está em um nível acima do que seria esperado e quais são as consequências disso.

  • Você sente que isso tem atrapalhado as suas atividades do dia a dia: Um sinal de alerta é quando você sente dificuldade em trabalhar e realizar outras tarefas do cotidiano por conta dessa ansiedade. 
  • Sua rotina de sono e alimentação mudaram: Sabemos que durante a gestação podem ocorrer mudanças no apetite e até mesmo no sono, mas, se essas mudanças foram muito significativas, talvez seja preciso observar o que está acontecendo.
  • Você tem o sentimento constante de que não será uma boa mãe: É claro que todas as futuras mães têm dúvidas se elas serão boas mães ou não. Porém, se esse pensamento está constantemente com você, talvez seja um sinal de que sua ansiedade esteja muito alta.
  • Você se sente agitada e sente que algo ruim pode acontecer a qualquer momento: Esse é mais um sinal de alerta, você sente que está se sentindo agitada na maior parte do tempo e sente que algo ruim pode acontecer a qualquer hora.

É claro que esses são apenas alguns dos sinais de que sua ansiedade pode estar muito alta, mas se você percebeu que você está apresentando alguns deles, talvez seja o momento de buscar ajuda de um profissional especializado da psicologia. 

Entenda como a ansiedade pode influenciar sua gestação (e seu bebê)

Como dito anteriormente, a ansiedade nem sempre é a vilã, e às vezes ela só está querendo comunicar algo para nós. Porém, quando ela está em altos níveis, ela pode, sim, ser prejudicial, ainda mais durante a gestação.

Alta ansiedade quer dizer altos níveis de cortisol: quando estamos muito ansiosas, nosso corpo libera um hormônio chamado cortisol. Quando ele está presente em grandes quantidades no organismo, ele se torna tóxico e acaba sendo transmitido para o bebê em formação. E no que isso pode acarretar?

  • Nascimento prematuro;
  • Baixo peso;
  • Complicações obstétricas no momento do parto;
  • Redução no tamanho do hipocampo (área do cérebro responsável pela memória) do bebê;
  • Bebê que chora mais e é mais irritadiço;
  • Entre outras alterações cognitivas

Dicas para lidar com a ansiedade

Vamos agora à algumas dicas bem práticas para você lidar com a ansiedade na gestação:

Alimente-se corretamente e faça atividades físicas adequadas

Sei que pode parecer um clichê falar sobre boa alimentação e exercícios, mas eles são comprovadamente eficazes na redução da ansiedade. Então, já comece a colocar isso em prática.

Converse com seu bebê e conte para ele como está sendo esperar por ele 

Os bebês começam a ouvir sons na barriga por volta dos 4 meses, então converse à vontade com ele! Assim, ele vai te conhecendo, e você pode ir contando para ele quando está bem, ou quando não está tão bem assim.

Pratique Mindfulness (Atenção Plena) 

Uma palavra difícil, mas que quer dizer você intencionalmente voltar sua atenção ao momento presente. E como fazer isso? Feche os olhos por alguns minutos e repare sua respiração. Preste atenção no seu corpo. O que você consegue ouvir? O que você está sentindo? Viva um dia de cada vez e esteja presente ao máximo em cada momento, em vez de apenas pensar no amanhã.

Faça coisas de que você gosta e esteja com quem te faz bem

Fazer o que gostamos é uma ótima opção sempre! Assista a um filme, leia um livro, chame uma amiga para dar uma volta, vá à praia… enfim, faça aquilo que te faz bem com quem te faz bem!

E por último, mas não menos importante: Busque ajuda psicológica

Através da terapia é possível criar novas formas de lidar e entender a ansiedade, trazendo assim muito mais bem-estar para sua gestação. E nada mais prático do que buscar um atendimento on-line, evitando assim preocupações como trânsito, gastos extras e tempo de deslocamento.

Ah, se possível, busque um profissional que é especialista em gestação e maternidade!

Cuide de você em primeiro lugar na sua gestação. Você não está sozinha!

Lembre-se: para que seu bebê fique bem, você precisa estar bem.

Referências

  1. GERHARDT, Sue. Por que o amor é importante: como o afeto molda o cérebro do bebê. Artmed, 2007.
  2. MALDONADO, Maria Teresa. Psicologia da gravidez: gestando pessoas para uma sociedade melhor. Ideias&Letras, 2017.
  3. SCHIAVO, Rafaela. Gestação e saúde: guia básico para profissionais da saúde. Instituto MaterOnline, 2019.
Jessica Helena Fachini Gaie
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