Como falar sobre suicídio nas escolas?

Como falar sobre suicídio nas escolas?

Falar sobre suicídio incentiva a sua prática? 

O índice de suicídio entre jovens vem aumentando. É urgente falar sobre o assunto e fazer campanhas de prevenção e posvenção nas instituições de ensino, eliminando mitos e preconceitos em torno do tema. 

Índices 

Segundo dados do ministério de saúde, o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre adolescentes e jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, perdendo apenas para acidentes de trânsito. Dois adolescentes por dia, em média, tiram suas vidas, e para cada suicídio tem pelo menos 25 tentativas. 

O que está acontecendo com nossos jovens

Vivemos uma modernidade instantânea, a era dos likes, deslikes e cancelamentos na internet, além de fake news e o “vazamento” de imagens íntimas. Sabemos que os adolescentes têm maior necessidade de pertencimento à grupos.

Todos temos necessidade de pertencimento, porém, na adolescência essa necessidade deve ser entendida e respeitada, e ter muita atenção pois são pessoas em formação, estão formando suas identidades, estão se encontrando, e podem tentar “se encaixar” para agradar. Percebemos também um afastamento de pais e mães, uma dificuldade de diálogo, e de manter uma parceria com a escola, terceirizando certos cuidados, acabando por não perceberem o sofrimento dos próprios filhos. Então, é importante ressaltar que para pensar em qualquer abordagem com a escola sobre suicídio, é preciso envolvimento com família e comunidade. 

Com a chegada e o avanço da pandemia, a saúde mental dos jovens e adolescentes está sendo mais afetada. O “lado bom” é que estamos dando mais atenção ao assunto neste momento. Nossos olhares estão mais voltados para essa questão. Pois é preciso pensar o que está relacionado aos sofrimentos mentais 

Causas 

As doenças mentais são as principais causas, estando associadas principalmente à depressão. Transtorno bipolar também é considerado.

  • Isolamento,
  • Pouca ou nenhuma atividade física,
  • Má alimentação,
  • Casos de obesidade infantil,
  • Consumismo infantil,
  • Necessidade de pertencimento,
  • Desestrutura familiar,
  • Casos de suicídio na família,

São todas questões que podem acarretar a depressão e outros transtornos, e podem estar interligadas, sendo uma ou umas das causa do suicídio. E outra questão forte que impacta como causa de suicídio é o racismo no Brasil, ou minorias invisibilizadas, como as populações indígenas e LGBTQIA+. 

Jovem negro, entre 10 e 29 anos de idade. Esse é o perfil das pessoas que mais cometem suicídio no Brasil nos últimos quatro anos (Estadão, 2020). 

Abuso infantil é um outro fator que pode gerar perda do ânimo de viver e ideação suicida. 

“O índice de crianças e jovens que já pensaram em suicídio nos chamou muito a atenção. É muito grave. Ele reforça a existência de uma situação de exploração e abuso, que provoca angústia e o sentimento de ‘falta de sentido para viver’, por isso precisa ser aprofundado”, disse a coordenadora de programas da Childhood, Anna Flora Werneck. (OAB-RJ – Jusbrasil) 

Como abordar o assunto 

Precisamos combater os estigmas e preconceitos, desmistificando as causas do suicídio ou as características de quem tira a própria vida. Como, por exemplo, que quem se suicida ou é covarde ou o contrário, é corajoso por tal feito, ou uma pessoa egoísta que não pensa em ninguém que o ama. Precisamos entender que quem desistiu de viver estava sofrendo, é um problema de saúde pública de ordem mental, e é um drama social, no qual todos devemos nos envolver e nos responsabilizar. Pois nossos jovens estão morrendo.

Medidas de prevenção nas escolas 

É muito importante que as escolas se envolvam na prevenção do suicídio, tanto em ações internas, promovendo o bom relacionamento entre os jovens e entre os jovens e professores, mas também se articulando com outros setores como família e sociedade.

Todos juntos promovendo saúde e bem-estar físico e mental. E se a escola fizer um trabalho mas em casa não tiver o mínimo de estrutura, temos um fator de risco, pois uma família que não dá atenção à vida escolar dos filhos, não acompanha seu rendimento escolar, não participa ativamente, se esse jovem, não tem atenção, respeito, carinho, empatia, e exemplo, só o trabalho da escola não irá suprir tantas faltas, por isso é importante uma rede de apoio, familiares acolhedores, e pra isso também é importante entender que se a família não está conseguindo, ela também precisa de ajuda, muitas vezes é uma família que precisa levar para terapia, um pai, uma mãe, podem ter questões que estão impactando negativamente nos filhos, e na família como um tudo. 

Algumas ações importantes são: 

  • Promover cartilhas sobre a saúde mental dos jovens; 
  • Combater preconceitos dentro das escolas e na comunidade; 
  • Promover a inclusão; 
  • Promover debates e palestras com profissionais da área de saúde; 
  • Envolver os jovens em atividades de divulgação, como colocarem cartazes na escola – Envolver os familiares, promovendo palestras, convocando-os a participar. 

O que é posvenção? 

São ações para com os enlutados pós suicídio de alguém querido, para promover saúde e bem-estar para passarem por esse momento. Ou seja, seguindo a mesma lógica de se articular com famílias e comunidade, promovendo campanhas, palestras, cartilhas.

Exercitar sempre a empatia, pois nunca poderemos nos colocar totalmente no lugar de quem viveu uma perda mas se exercitarmos um olhar empático vai facilitar essa compreensão, para tentar entender a dificuldade do outro de seguir em frente e fazer coisas que até fazia antes mas está sem ânimo, e assim aprender a respeitar o tempo de cada um, ou ter um olhar refinado para identificar que aquela pessoa precisa de um acompanhamento psicológico para ajudar a passar por esse luto e seguir em frente.

Christiana F da S Chagas
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