O luto é uma experiência universal que todos nós passamos em algum momento da vida. É um processo natural e normal de adaptação à perda de alguém ou algo significativo em nossas vidas.
Pode ser uma pessoa querida que morreu, um animal de estimação, a perda de um emprego, uma casa, um relacionamento ou mesmo uma mudança para uma nova cidade ou país.
Conversamos com a psicóloga Laura Regina de Fraga, psicóloga da Psicologia Viva, para entendermos melhor o assunto!
O que é luto?
O luto é uma resposta emocional e física ao trauma da perda. É uma jornada única e pessoal, que pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de uma série de fatores.
Segundo a profissional, o luto é uma reação normal e saudável ao sofrimento, e pode incluir sentimentos de tristeza, raiva, culpa, solidão e desesperança.
Ela lembra que pode ser diferente para cada pessoa e pode durar por semanas, meses ou anos. “É importante permitir-se sentir e expressar as emoções, buscar apoio de amigos e familiares, e procurar ajuda profissional se necessário”, orienta.
Limita-se à morte de alguém?
A resposta é não. O luto é qualquer perda significativa, como o fim de um relacionamento, mudanças na vida, perda de um emprego ou de um animal de estimação.
Nestes casos, o processo pode ser semelhante ao que ocorre após a morte de uma pessoa, incluindo o sofrimento emocional, o desejo de lidar com a perda e a necessidade de encontrar maneiras de continuar em frente.
“É importante lembrar que o luto é uma reação normal e saudável a qualquer tipo de perda e que ajuda pode estar disponível para ajudar a lidar com as emoções e o sofrimento”, diz.
Como lidar?
Veja as dicas da psicóloga:
- Permita-se sentir as emoções: é normal sentir tristeza, raiva, culpa, solidão e outras emoções. É importante permitir-se sentir essas emoções em vez de reprimi-las ou negá-las.
- Busque apoio: converse com amigos, familiares ou um terapeuta sobre suas emoções e sentimentos. Compartilhar sua dor pode ajudá-lo a processá-la e a sentir-se menos sozinho.
- Mantenha sua rotina: mantenha sua rotina normal tanto quanto possível, incluindo suas atividades diárias, trabalho ou escola. Isso pode ajudar a mantê-lo ocupado e a sentir-se mais estabilizado emocionalmente.
- Encontre maneiras de honrar a memória da pessoa ou coisa perdida: isso pode incluir guardar objetos valiosos, participar de atividades que vocês costumavam fazer juntos ou simplesmente conversar sobre as boas lembranças.
- Cuide de si mesmo: alimente-se bem, durma o suficiente, faça exercícios e pratique atividades que o ajudem a relaxar. Cuidar de si mesmo pode ajudá-lo a lidar melhor com o luto e a se recuperar mais rapidamente.
“Lembre-se esse é um processo único e pode levar tempo, mas com apoio e cuidado de si mesmo, você pode superar a perda e encontrar a cura”.
Quais os principais sinais do luto?
Os sintomas emocionais incluem:
Tristeza intensa: Sentir-se profundamente triste ou vazio é um sintoma comum.
Raiva: É normal sentir raiva ou frustração, especialmente quando a perda é inesperada ou injusta.
Culpa: É comum sentir culpa por coisas que poderiam ter sido feitas de maneira diferente ou por coisas que foram ditas ou não ditas.
Ansiedade e estresse: O luto pode causar ansiedade, preocupação ou estresse, especialmente se a perda é inesperada ou traumática.
Solidão: Sentir-se sozinho ou desconectado de outras pessoas é muito comum.
Fadiga: É normal sentir-se fisicamente exausto devido ao estresse emocional.
Alterações de apetite e sono: Alterações no apetite ou no sono são comuns.
Dificuldade em concentrar-se: Essa fase afetar a capacidade de concentrar-se ou tomar decisões.
Outros sintomas incluem:
Sintomas Físicos: respiração curta; falta de ar, dor física, tensão muscular, alteração no sono, alteração no apetite, alterações no peso, boca seca, dor de cabeça e palpitações cardíacas.
Sociais: isolamento, dificuldades de interagir, perda de interesse pelo mundo externo, perda da identidade, afastamento, perda da habilidade de se relacionar socialmente.
Espirituais: perda de fé, aproximação ou raiva de Deus, entre outros.
Comportamentais: busca da pessoa morta, falta de concentração, desorientação, solidão, choro, apatia e esquecimento.
Quais as do luto fases?
Segundo Dra. Laura, as fases do luto são componentes essenciais do processo de aceitação das perdas.
“É um tanto peculiar que nós, como seres humanos, temos consciência da finitude da nossa existência, mas não é costumeiro estar pronto para ela”.
Ela ainda acrescenta que “as cinco fases do luto não são vividas linearmente, como se costuma acreditar. Cada indivíduo enlutado passa por essa experiência de modo singular, de acordo com as suas competências emocionais e história de vida”.
São elas:
1. Negação: Normalmente, a reação imediata ao ouvir a notícia da morte de alguém amado é rejeitá-la. A pessoa enlutada não acredita nem quer tentar acreditar na possibilidade de ter perdido um ente querido, então, rejeita a própria realidade.
2. Raiva: Sentimentos de raiva, angústia, desespero, medo, culpa e frustração se manifestam constantemente. Este turbilhão domina a mente da pessoa enlutada, fazendo-a ter condutas ríspidas e desagradáveis.
3. Barganha ou Negociação: Esta fase se constitui por negociações. A pessoa enlutada negocia consigo mesma ou com a entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Diversos pensamentos de “e se eu tivesse feito isso” ou de “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” rondam a mente da pessoa.
4. Depressão: Uma das fases mais intensas é a depressão. A pessoa é acometida por um grande sofrimento, o qual pode se prolongar por semanas ou meses. Ela se apega à dor causada pela partida do ente querido, usando-a como combustível para permanecer em estado depressivo. Assim, a pessoa enlutada chora copiosamente, repensa as suas decisões e experiências de vida, se isola de familiares e amigos, tem crises de saudade e não consegue retomar à vida normal da mesma maneira que antes.
5. Aceitação: É neste momento que a pessoa enlutada compreende a sua nova realidade, constituída pela ausência de quem partiu. Os sentimentos e angústias já foram ‘externalizados’, resultando em uma sensação de paz interior.
Se você está passando por essa fase e gostaria de falar com um profissional, conte com a Psicologia Viva neste momento tão difícil!
Fonte: Laura Regina Ribeiro Santiago de Fraga é psicóloga da Psicologia Viva.
A profissional é especialista em ansiedade, luto, depressão, estresse, transtorno de humor e transtorno bipolar, entre outros assuntos.
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