Todos nós em algum momento da vida nos apaixonamos. A paixão é similar a uma demência temporária. As conexões no cérebro agem da mesma maneira que o efeito de uma droga, como por exemplo, a cocaína.
É difícil para a pessoa apaixonada compreender o que sente, e o comportamento irracional que este sentimento a leva a cometer. Por muitas vezes ocorre a frustração, pois em meio a um turbilhão de emoções ela age com impulsividade e dessa forma pode deixar escapar seu objeto de paixão. E é aí que o momento de lidar com o livre arbítrio do outro se torna mais difícil.
Algumas atitudes que podem ajudar a diminuir a dor da perda
Algumas atitudes racionais podem ajudar a diminuir a dor da perda do outro e trazer mais leveza para a vida da pessoa apaixonada. Por exemplo:
#1 – Reconheça que agiu por impulso
Nada melhor do que reconhecer e identificar o que levou um relacionamento a desmoronar. Se a pessoa apaixonada observar que teve comportamentos impulsivos, ela é capaz de entender suas consequências e agir com maturidade, sinalizando este erro ao seu companheiro.
#2 – Não force um relacionamento
De acordo com a intensidade da paixão, ocorre uma cobrança extrema pela atenção e carinho do outro. Mas é preciso compreender que mesmo que isto lhe cause muita dor, o outro não tem os mesmos sentimentos que você e dentro da sua individualidade ele pode retribuir ou não aos seus sentimentos. Compreendendo isso, você pode deixar ele decidir se quer se manter ao seu lado ou não.
#3 – Siga em frente
Este é o momento mais difícil para a pessoa apaixonada. Como ela pode acreditar que vai ser feliz sem a pessoa que ela deseja ter ao lado o tempo todo?
Ela pensa, repensa, se sente confusa. Por alguns momentos acredita que é hora de partir, em outros têm esperança da pessoa amada voltar e permanecer em sua vida.
A boa notícia é que por mais que este sentimento torturante enlouqueça a pessoa apaixonada, em algum momento ele vai passar e dar lugar a uma lembrança que já não lhe causará mais uma dor emocional.
#4 – Uma reconciliação futura é possível
Quando uma pessoa passa por todas essas circunstâncias já citadas, ela entendeu que mesmo apaixonada pode dar espaço e liberdade para o seu ex-companheiro(a) pensar sobre a experiência do relacionamento entre os dois. Essa maturidade emocional é muito benéfica pra ambas as partes.
À medida que o tempo passa, os dois irão rever com racionalidade tudo que foi vivido de bom na relação. Se ainda existir sentimento, atração sexual e respeito mútuo, é possível retomar o relacionamento.
#5 – Aceite o momento de infelicidade e luto
Relatos desses sentimentos são frequentes nessas situações. Principalmente se o objeto de amor não for reconquistado.
A perda do interesse pelo mundo externo e o afastamento de atividades que não estejam ligadas à pensamentos sobre ele causam uma sensação profunda de luto e impotência. Aceitar este momento e vivenciá-lo conscientemente é preponderante para sair deste ciclo momentâneo.
#6 – Reconheça que o relacionamento trouxe aprendizado
Todas as relações são trocas. Em alguns, ensinamos mais, e outros trazem mais ensinamentos do que proporcionamos.
Podemos desenvolver até mesmo o autoconhecimento através do que vivenciamos nas relações. Passamos a nos questionar e se interessar mais pelo entendimento de nossas falhas e a busca de nossa própria evolução.
Somos movidos pelo que é proibido e impossível. É preciso aceitar que em um dado momento, iremos compreender que a perda é uma condição permanente da vida humana.
#7 – Dê mais atenção a você mesmo
Você já fez de tudo pra tentar manter o relacionamento, mas as tentativas foram sem sucesso.
Agora chegou a hora de olhar pra você…
Verificar suas necessidades pessoais, preferências, desejos, sonhos, hobbies.
Aproveite este tempo para cuidar do que é mais importante em sua vida: a sua saúde física e mental.
Procure:
- Praticar exercícios;
- Meditar;
- Ouvir músicas da sua preferência;
- Estar em companhia de pessoas de que você gosta;
- Ter contato com a natureza;
- Fazer afirmações positivas.
Tudo isso pode ajudar a superar esse momento difícil e passar com mais tranquilidade e leveza para uma nova fase de sua vida.
#8 – Esqueça o ciúme
Provavelmente você passa o tempo pensando no que a pessoa amada está fazendo. Com quem conversa, se já está interessado em outra pessoa ou até mesmo se já está se relacionando afetivamente ou apenas sexualmente com alguém.
Por conta disso você sente um intenso ciúme. Na verdade, isso só vai lhe causar sofrimento ainda maior. Esses pensamentos são torturantes e irão dificultar ainda mais o alcance de seu bem-estar.
As possibilidades são muitas…
A pessoa pode sim ter seguido em frente e estar se envolvendo com outro alguém. Mas isso não significa que já foi esquecido e superado tudo que viveu com você. Também pode estar conversando com várias pessoas, mas não sentir nenhum interesse nessas pessoas. Ou até mesmo pode preferir ficar um tempo só, sem se envolver com ninguém.
O que precisa ficar claro é que nunca podemos adivinhar o que o outro pensa e faz. Cada um tem sua individualidade e jeito próprio de lidar com suas perdas e frustrações.
Um ciclo se encerrou entre vocês. E isso não significa que um novo não pode se iniciar novamente, nem que nunca mais irão se falar e gostar um do outro.
Maturidade emocional é algo que poucas pessoas conseguem ter diante dessas situações. Mas é ela que proporciona segurança, autoestima e aceitação nos momentos de separação conjugal.
#9 – Não investigue a vida do outro
Outra coisa importante que muita gente faz e não é nada saudável é ficar investigando a vida da pessoa nas redes sociais. Muitas vezes o que a pessoa publica pode causar uma impressão que na verdade não é real. Isso pode causar muita dor emocional, que poderá machucá-lo, sem que a pessoa sequer imagine.
A esperança em retomar o relacionamento, caso a pessoa interaja com você na internet, também pode causar uma falsa impressão de que ela ainda está na sua. Então é primordial tomar muito cuidado tanto com as expectativas quanto com as frustrações.
Se for necessário para que se sinta melhor, corte totalmente o contato com a pessoa.
Assim você será capaz de pensar mais em você e se distrair com o que te faz bem.
Referências Bibliográficas:
FREUD, S. Luto e Melancolia. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1974, pp.269-292.
VIORST, J. Perdas Necessárias. São Paulo: Melhoramentos, 1988.
- Como aceitar o livre arbítrio do outro quando uma relação termina? - 9 de setembro de 2020