Você já reparou ter se sentido mais ansioso durante a noite? Sentiu palpitações, pensamentos acelerados e excesso de preocupação? Isso tem um nome: é a ansiedade noturna.
Esse é um fenômeno em que a pessoa experimenta sentimentos de ansiedade, estresse e preocupação que são intensificados durante a noite, muitas vezes afetando o sono e a qualidade do descanso.
Veja mais detalhes sobre o assunto com informações de Ezequiel Lucio, psicólogo da Psicologia Viva.
O que é ansiedade noturna?
A ansiedade noturna é um termo usado para descrever um tipo de ansiedade que afeta especificamente o sono. Ela se manifesta como uma sensação intensa de preocupação e inquietação que ocorre principalmente durante a noite, tornando difícil adormecer e mantendo um sono tranquilo.
O psicólogo esclarece que a ansiedade é um recurso adaptativo que nosso organismo desenvolveu para lidar com situações interpretadas como perigosas.
“Ou seja, é natural, e desejável, que diante de situações reais de perigo nosso corpo se prepare para enfrentá-lo, ou fugir, ficando alerta, coração batendo mais rápido para enviar mais sangue para os músculos, respiração mais acelerada”, esclarece Dr. Ezequiel.
Mas a ansiedade noturna é a manifestação de sintomas ansiosos dificultando uma boa noite de sono.
“O modo ansioso é incompatível com o necessário para um sono de qualidade, afinal, ele no mínimo nos deixa alerta, despertos. Quando essa manifestação de sintomas passa a ser frequente é importante investigar as causas, que podem ser variadas”.
Quais os principais sintomas?
Os sintomas podem ser percebidos de maneira diferente por cada indivíduo. Mas, no geral, os sintomas são:
- Taquicardia, palpitações, calafrios, falta de ar e sensação de asfixia.
- Tremores, abalos, sensações de tontura e/ou desmaio.
- Inquietação.
- Irritabilidade.
- Tensão muscular.
Aprenda a diferenciar
Segundo o psicólogo Ezequiel Lucio, é importante fazer uma separação entre a ansiedade adaptativa e a ansiedade clínica.
Veja só: estar ansioso frente a eventos reais pode ser considerado o natural. “A ansiedade adaptativa tende a encerrar após a resolução da situação”.
Já a ansiedade clínica, aquela se estende por muito tempo, que muitas vezes não tem uma real situação ameaçadora, que traz prejuízos ao indivíduo, o impedindo de ter uma vida funcional, prazerosa, essa precisa ser tratada. E o surgimento da ansiedade clínica pode ter vários fatores, como genéticos e ambientais. Várias condições médicas podem trazer a ansiedade para a vida de uma pessoa.
O fator ambiental tem um peso muito grande para o desenvolvimento de todos os transtornos de ansiedade. E aqui o ambiente pode ser o trabalho, as relações, o estilo de vida, os hábitos.
Já, de acordo com o profissional, o surgimento da ansiedade noturna é facilitado pela falta de distrações, de afazeres, pela demanda do trabalho e das obrigações diárias, deixando de exigir atenção.
Assim, há mais tempo para que nossos pensamentos criem esses cenários que possam ativar a ansiedade e seus sintomas.
Como tratar a ansiedade noturna?
O tratamento irá depender da causa, mas é importante verificar quais fatores estão fazendo a ansiedade surgir e porquê nesse horário. Então, veja as dicas:
Nova rotina
A primeira etapa é ajustar a rotina, buscar dormir e acordar no mesmo horário. Parece incoerente, já que estamos falando de algo que dificulta o sono, porém, muitas vezes não sabemos quem veio primeiro, a ansiedade ou os hábitos que prejudicam o sono.
A higiene do sono ajuda a desacelerar e tem excelentes resultados para a melhora da qualidade do sono. Ainda falando de ajuste de rotina, usar agenda para planejar todo o dia pode ser muito benéfico.
“A ideia é diminuir o cansaço mental que a preocupação de ficar lembrando de todas as atividades do dia causa”.
Estabeleça um horário
Uma dica, é de forma proposital definir um horário para pensar no problema que vem causando a ansiedade. Que tal usar papel e caneta para escrever o que pode ser feito a respeito, e quais ações podem ser tomadas para resolver. Feito isso, é provável que o cérebro descanse.
Exercícios físicos podem ajudar
A atividade física é outro fator que diminui a probabilidade do surgimento da ansiedade. Aqui é importante pontuar que o ideal é que ela seja feita o mais distante possível do horário de dormir, um intervalo de pelo menos duas horas.
Atenção plena
Uma prática com excelentes resultados é o Mindfulness, ou atenção plena. Uma das suas finalidades é treinar nosso cérebro para estar presente no momento, evitando pensamentos ansiosos. É possível encontrar práticas guiadas de Mindfulness em plataformas de vídeo e áudio na internet.
Terapia
O profissional esclarece que a terapia cognitivo comportamental apresenta excelentes resultados no tratamento dos transtornos de ansiedade.
“A terapia pode auxiliar de algumas formas, uma delas é nos ajudar a entender como nossa forma de olhar para as situações podem nos impactar. Em muitos casos, é essa forma de interpretação o motivo do surgimento da ansiedade. O objetivo da terapia não é a extinção da ansiedade, isso nem é possível, afinal ela tem sua função, mas sim, auxiliar no desenvolvimento de recursos pessoais para lidar com a ansiedade, além de habilidades para resolução de problemas”.
Fonte: Ezequiel Lucio, psicólogo da Psicologia Viva.
O profissional é especialista em temas como ansiedade, conflitos familiares, estresse, medos e fobias, entre outros temas.
Para marcar uma consulta, acesse: https://perfil.psicologiaviva.com.br/ezequiellucio
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