Saúde mental no pós-parto: por que a saúde das mães fica abalada?

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Saúde mental no pós-parto: por que a saúde das mães fica abalada?

O pós-parto pode ser uma época emocionalmente desafiadora para muitas mulheres, já que elas enfrentam uma série de mudanças físicas e hormonais, além da responsabilidade de cuidar de um recém-nascido.

É comum que as novas mães se sintam sobrecarregadas e estressadas, mas para algumas, esses sentimentos podem evoluir para problemas mais graves de saúde mental.

Conversamos com Jhennifer Lubanco, psicóloga da Psicologia Viva, para entender melhor o assunto.

Leia abaixo!

Por que a saúde das mães fica abalada após o parto?

O pós-parto é período que começa com o nascimento do bebê e se estende até o  3º mês pós-parto. A psicóloga esclarece que é o período onde ocorre uma identificação da mulher com seu bebê, de forma intensa, emocionalmente e fisicamente, onde o corpo que gerou vai voltando à normalidade, assim como os hormônios.

“Cada mulher tem seu tempo fisiológico e psicológico de adaptação. Além das grandes mudanças hormonais, neurobiológicas, psíquicas e emocionais, que começam para muitas na tentativa de engravidar ou na gestação, o pós parto pode ser muito exaustivo”, afirma a profissional.

Dessa forma, vivendo essa rotina de cansaço extremo, o isolamento dos primeiros dias, as inseguranças, possíveis dificuldades no processo de aleitamento e, as oscilações hormonais associadas às emoções vivenciadas pelas novas experiências da maternidade, a mulher se torna mais suscetível a desenvolver alguns transtornos psiquiátricos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 20%das gestantes no mundo sofrem com transtornos mentais após o nascimento do bebê.

Entenda os transtornos mais comuns

Baby blues

É o mais comum durante o puerpério. Ele é caracterizado por um curto período de oscilações emocionais, com sintomas de tristeza, medo de não dar contadas demandas do bebê, culpa, episódios de choro.

Nessa caso, é comum que a mulher fique mais melancólica, porém, há períodos de alegria e de interesse em atender as demandas do bebê.

O baby blues geralmente ocorre entre o segundo e o quinto dias após o parto, podendo estender-se até 20 dias, indo embora naturalmente. Acomete cerca de 50 a 80% das mulheres, embora seja subnotificado, já que podeser
confundido com dificuldades com a nova rotina.

Depressão pós-parto

A profissional esclarece que os sintomas da depressão pós-parto se assemelham ao período do baby blues, tais como melancolia, insegurança e medos de que algo aconteça como recém-nascido. Neste caso, a melancolia é permanente e os sintomas impedem que a mãe tenha interesse em atender as demandas do bebê e as suas. A depressão pós-parto acomete cerca de 1 a cada 4 mulheres no Brasil.

Psicose puerperal

Ela se difere dos outros transtornos por ser um transtorno de humor psicótico e severo que pode acometer mulheres no fim da gravidez ou no puerpério.

Mas o que acontece? Neste caso, a puérpera apresenta quadros de delírios ou alucinações, agitação e confusão mental. Ela ainda pode não reconhecer seu bebê como filho ou como um bebê.

“Esse transtorno é considerado uma emergência médica e pode levar ao suicídio e/ou ao infanticídio. Alguns estudos apontam que a incidência dessa psicose seja de 1 caso em cada 1.000 partos”.

Sinais de que algo está errado

A chegada de um novo bebê traz muitas mudanças na vida de uma mãe. Além da alegria e do amor incondicional que vem com a maternidade, também é comum experimentar algumas mudanças emocionais.

Os principais sinais de problemas de saúde mental no pós-parto incluem:

  1. Sentimentos intensos de tristeza, ansiedade ou irritabilidade, que duram mais de duas semanas.
  2. Choro frequente sem motivo aparente.
  3. Mudanças extremas de humor, como sentir-se extremamente feliz um minuto e profundamente triste ou irritado no próximo.
  4. Sentimentos de culpa, inutilidade ou desesperança.
  5. Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
  6. Dificuldade em dormir, mesmo quando o bebê está dormindo.
  7. Perda de apetite ou comer compulsivamente.
  8. Sentimentos de medo ou pânico, especialmente em relação ao bem-estar do bebê.
  9. Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

Como a terapia pode auxiliar?

A psicoterapia oferece esse espaço sem julgamentos, onde a mulher poderá falar sobre seus medos, inseguranças, desejos e não desejos, além de lidar com a ambivalência própria do período perinatal.

“Ter um espaço e um tempo dedicado a esse acolhimento e reflexões, ajuda na diminuição dos sintomas e faz com que a mulher passe por essa fase de uma forma mais leve”.

Dra. Jhennifer ainda enfatiza que a psicoterapia também pode ajudar a mulher refletir sobre sua nova função parental, ampliando seu repertório emocional e promovendo mais qualidade de vida.

5 dicas para as novas mães cuidarem da saúde mental, após a chegada do bebê.

Pedimos para a psicóloga indicar alguns cuidados com a saúde mental. Veja só:

-Se prepare emocionalmente

Com a chegada do bebê, nos preocupamos com o enxoval, o quarto, a casa, mudança de carro, revisão das finanças, mas não nos preocupamos com o emocional. Se possível faça o pré-natal psicológico ou acompanhamento psicoterapêutico, principalmente se já houver histórico de transtornos psicológicos.

-Não se isole

Converse com outras mães, outras pessoas que vivem experiências semelhantes, gerar identificação com outras pessoas nessa fase faz com que as mulheres passem por essa fase de uma forma mais leve, compartilhando os desafios dessa nova rotina.

-Aceite ou peça ajuda

Pode ser cansativo atender todas as demandas de um bebê, e pedir ajuda nos momentos de cansaço ou exaustão pode ser muito importante. Investir na relação pai-bebê, com as demandas de colocar para dormir, trocar, e dar
banho. Caso tenha uma rede de apoio, não existe em solicitá-la para atender as outras demandas como limpeza, alimentação ou ficar com o bebê para descansar. E se necessário peça a ajuda de um profissional.

– Evite a comparação

Hoje, com o mundo perfeito das redes sociais, muitas mulheres entram em sofrimento, pois não esperavam passar por dificuldades que outras mulheres não passaram. Comparar sua gestação, via de parto, pós- parto comas das
outras mulheres só fará com que você não leve em consideração a sua história, a sua experiência e a sua maneira de maternar. A maternidade é atravessada por muitos aspectos, e cada mulher é afetada de uma forma!

– Exercite-se

Assim que tiver liberada por orientações médicas, encontre dentro da sua rotina uma maneira de se exercitar, seja uma caminhada com seu bebê no carrinho ao ar livre e até um prática de exercício na sua casa.

Conte com a Psicologia para te auxiliar nessa nova fase! Clique aqui e saiba mais informações.

Fonte: Jhennifer Lubanco, psicóloga da Psicologia Viva.
A profissional é especialista em acompanhamento psicológico na gravidez, ansiedade, temas de casal, conflitos amorosos e outros assuntos.

Para marcar uma consulta, acesse o link: https://perfil.psicologiaviva.com.br/JhenniferCamposLubanco

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