Por que ficamos ansiosos ao fazer uma grande mudança na vida?

Por que ficamos ansiosos ao fazer uma grande mudança na vida?

Estamos cientes de que grandes mudanças costumam elevar os níveis de ansiedade e preocupação de forma transitória. Por isso, é importante direcionar nossos esforços na busca por alternativas e apoio. Quando escolhemos fazer uma grande mudança (cirurgia, emprego, casamento, cidade, país, etc.), estamos diante de uma decisão que nos convoca a ter maior grau de certeza de quais são as nossas prioridades. 

Ter clareza de nossas prioridades nos traz uma base segura para tomarmos decisões que impactam a nossa estrutura de vida. Para tomar uma decisão madura, é importante explorar todas as possibilidades existentes e mapear possíveis caminhos.

Nesse sentido, aceitar ou não uma mudança depende dos recursos físicos, financeiros, emocionais e sociais existentes naquele momento, assim como depende das oportunidades que surgem. Nesse caminho, a psicologia pode lhe auxiliar a buscar uma opção que una as suas reais possibilidades às suas necessidades. 

Quando níveis persistentes e elevados de angústia e sofrimento se manifestam e prejudicam a nossa vida, devemos ficar atentos para o risco de início de um processo de adoecimento psicológico. Portanto, cabe a você procurar apoio para pensar alternativas viáveis diante dos recursos disponíveis – o que favorece a manutenção de sua saúde. 

Quais são os sinais da ansiedade?

Para aprender a lidar com a ansiedade, o primeiro passo é saber reconhecê-la. É imprescindível reconhecer seus primeiros sinais para agir quando ela ainda estiver começando. A ansiedade é uma reação fisiológica do organismo, responsável pela sua adaptação a alguma situação nova e atual. Como a ansiedade tem uma conotação global ao organismo, ela proporcionará alterações físicas e emocionais. 

Psicologicamente, a ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de apreensão, uma sensação ruim de que algo está para acontecer ou um constante estado de alerta. A ansiedade é responsável por uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos.                                                                                       

Confira abaixo alguns sinais e sintomas da ansiedade:

  • Tremores,
  • Sensação de fraqueza,
  • Tensão ou dor muscular,
  • Inquietação,
  • Cansaço fácil,
  • Dificuldade de relaxar,
  • Falta de ar ou sensação de fôlego curto,
  • Palpitações,
  • Suor excessivo,
  • Mãos frias e úmidas,
  • Boca seca,
  • Vertigens,
  • Tonturas,
  • Náuseas,
  • Diarreia,
  • Rubor,
  • Calafrios,
  • Necessidade de urinar muitas vezes seguidas,
  • Sensação de estar com um “nó” na garganta,
  • Impaciência,
  • Irritabilidade,
  • Sensação de que tudo precisa ser feito com urgência,
  • Dificuldade de concentração ou memorização,
  • Dificuldade em adormecer e/ou manter o sono.

Para que serve a ansiedade?

Em nossa evolução enquanto espécie, o mecanismo da ansiedade é considerado um importante aliado diante dos perigos da luta pela sobrevivência. Esse mecanismo costuma ser ativado diante de ameaças de animais ferozes, guerras, catástrofes climáticas, luta pela dominação de um território, entre outras situações. No ser humano moderno, este mecanismo continuou existindo e pode atuar diante de ameaças menos concretas.

Na atualidade, outros perigos ocupam o lugar daqueles que estressavam nossos ancestrais. Tememos a competitividade profissional, a sobrevivência econômica, as perspectivas futuras e uma infinidade de ameaças cada vez mais complexas e abstratas.

Nossos ancestrais tinham consciência daquilo que representava um perigo, podendo localizar a ameaça no tempo e no espaço. Por exemplo, o coração palpitava, a respiração ofegava e a pele transpirava diante do ataque de uma tribo rival. As ameaças eram externas e concretas. Nesse contexto, a ansiedade manifestava-se de forma pontual e reduzia-se logo após o término da situação de perigo.

Apesar de o tipo de ameaça ter se modificado com o passar do tempo, o potencial agressivo não diminuiu. Atualmente, nosso coração bate mais forte diante da ofensa feita por um filho, da ordem agressiva proferida por um chefe, dos muitos compromissos econômicos cotidianos e das diversas dificuldades de convivência em sociedade.

Portanto, as manifestações de ansiedade podem ocorrer diariamente – o que aumenta o risco de cronificação dessa angústia.

A ansiedade possui um lado bom?

A ansiedade costuma favorecer a adaptação do indivíduo ao meio, ampliando sua performance diante de situações desafiadoras e ameaçadoras. Entretanto, a ansiedade promove esse aumento de performance até um determinado nível de eficiência.

Após esse ponto extremo de adaptação, a ansiedade terá o efeito contrário, ou seja, provocará o esgotamento da capacidade adaptativa. Ultrapassando esse ponto crítico, o excesso de ansiedade costuma prejudicar e limitar o desempenho do indivíduo nas atividades em que está envolvido.

Diante de uma grande mudança de vida, é aceitável que o nível de ansiedade fique um pouco mais elevado que o padrão habitual. A ansiedade funciona como um motor que aumenta nosso nível de energia para que possamos superar grandes desafios e nos adaptar a mudanças bruscas. No entanto, se nossa energia for mal direcionada, toda essa disposição poderá transformar-se em um ritmo acelerado de pensamentos que dificultam a tomada de decisão.

O que fazer?

Primeiramente, precisamos reconhecer que a ansiedade é um importante mecanismo para adaptação e luta pela sobrevivência. Entretanto, níveis elevados e/ou crônicos de ansiedade podem ser extremamente prejudiciais ao bom desempenho diante dos desafios da vida.

Portanto, compreender a função da ansiedade em nossas vidas é um passo essencial para o monitoramento de seus níveis e de suas possíveis repercussões a fim de que nossa capacidade adaptativa seja mantida ou restaurada quando necessário.

Fazer uma grande mudança pode despertar o nosso medo – o que costuma intensificar os sintomas de ansiedade. Para além do medo de errar ou de se arrepender, talvez o mais importante seja se responsabilizar pelo próximo passo. Qual é o próximo pequeno passo que você pode dar para seguir na direção da mudança que você deseja? 

Esse próximo passo deve ser algo que você é capaz de fazer nos próximos 5 minutos. Por exemplo, leia mais sobre o assunto na internet. Outra opção seria mandar uma mensagem para alguma pessoa querida que lhe ajudaria. É importante fazer algo que esteja ao seu alcance no curto prazo. E não deixe para depois. 

As grandes mudanças são feitas de pequenos passos que damos na mesma direção de forma contínua. Comece hoje. Comece agora. Faça um pouco do que você precisa a cada dia. Lidar com as grandes mudanças da vida é muito mais viável quando temos apoio psicológico. Você já experimentou fazer uma consulta para ver como se sente? 

Gabriela Ballardin Geara
Últimos posts por Gabriela Ballardin Geara (exibir todos)
Deixe seu comentário aqui
Assine nossa newsletter

Outros posts que você também pode gostar

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos melhores conteúdos sobre bem-estar, saúde e qualidade de vida

Saúde mental, bem-estar e inovação que seu colaborador precisa

Através do nosso programa de saúde mental, as empresas reduzem perdas com afastamento do trabalho por demandas emocionais.