O que é LGBTfobia e como ela impacta a saúde mental

LGBTfobia e saúde mental
O que é LGBTfobia e como ela impacta a saúde mental

Você sabe o que é LGBTfobia? Antes de você entender o termo, é preciso entender o quanto esse assunto é sério. Isso porque, todos os anos, centenas de pessoas morrem por conta da sua sexualidade.

Para se ter uma ideia, no ano passado, em 2021, o Brasil teve 316 mortes violentas de pessoas gays, lésbicas, travestis, transexuais e pessoas intersexo. Segundo dados da Agência Brasil, esse número significa um aumento em 33,3% em relação ao ano anterior.

Ainda de acordo com dados do relatório, os grupos que mais tiveram mortes foram os de homens gays, mulheres travestis e trans. Abaixo, você entende melhor o assunto e como a LGBTfobia impacta a saúde mental. Veja só!

O que é LGBTfobia?

Antes de explicarmos o que é LGBTfobia, é importante você entender o que a sigla significa. “ LGBTIA+ é uma terminologia se refere a pessoas pertencentes de grupos minoritários das diversidades sexuais e de gênero. São eles: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, pessoas intersexo e não-binárias, entre outros”, explica Lucas Machado, psicólogo da Psicologia Viva.

Dessa forma, a LGBTfobia é a forma de agressão e preconceito que pessoas aos grupos minoritários das diversidades sexuais e de gênero sentem diariamente.

“A LGBTfobia corresponde a um tipo de discriminação que impacta na saúde mental dessas pessoas”, esclarece o profissional.

Mas de que forma a LGBTfobia impacta a saúde mental?

Comportamentos estigmatizados, preconceito na família, dificuldades em conseguir um emprego e até questionamentos de profissionais da saúde – tudo isso pode afetar a saúde mental de pessoas LGBTQIA+.

“Existem estudos que apontam que essa comunidade é mais vulnerável a desenvolver transtorno de estresse no ambiente de trabalho, comportamentos de automutilação, quadros de ansiedade e comportamentos depressivos. Esses sintomas são mais propensos a serem desenvolvidos por pessoas dessa comunidade”, explica o profissional.

Lucas também reforça sobre o papel da família e a importância do diálogo aberto sobre sexualidade desde a infância. Ele reforça que as crianças são curiosas e, por isso, percebem as diferenças anatômicas entre homens e mulheres nas brincadeiras

“Mas isso não quer dizer que a criança tenha um olhar erótico, como os adultos costumam dizer. É um olhar educativo. E a família também deve ter conversas de acolhimento para pessoas que rompem com o esperado da heteronormatividade”, orienta.

Minority Stress – já ouviu falar

O termo “minority stress”, cuja tradução é estresse de minorias, pode explicar essas dificuldades. Isso porque a teoria diz que pessoas que sofrem, de forma crônica, preconceito, rejeição e violência têm mais chances de desenvolverem problemas de saúde física e mental do que as outras pessoas.

Como o psicólogo explicou, esses fatores podem, sim, desencadear problemas de ansiedade e depressão. Veja só a lista com os principais sintomas:

  • Compulsão alimentar,
  • Insônia,
  • Inquietação constante,
  • Dificuldade de concentração,
  • Fadiga,
  • Tremores,
  • Cansaço,
  • Sensação de falta de ar ou asfixia,
  • Batimento cardíaco acelerado,
  • Suor excessivo,
  • Boca seca,
  • Tristeza profunda,
  • Evitar o contato social,
  • Pessimismo,
  • Perda do sentido da vida.

Como o processo terapêutico pode auxiliar essa população?

Poder desabafar, ser ouvido e estar em um ambiente acolhedor e livre é que essa população mais precisa e deseja. Por isso, o processo terapêutico é fundamental para que memórias sejam ressignificadas e a história pessoal seja resgatada.

“O processo psicoterapêutico pode ser muito proveitoso porque essas pessoas podem vir a entender que cada pessoa tem um tempo, que é único e particular. Algumas situações que ela passou podem trazer acertas angustias, e que podem ser trabalhadas em uma psicoterapia”, diz o profissional.

Fonte
Lucas Machado é Psicoterapeuta de Adolescentes, Adultos e Idosos, Mestre em Psicologia pela UFMG, Especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde pelo Programa de Residência Multiprofissional do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte. O profissional tem experiência nos seguintes temas: Luto, Comunidade LGBTQIA+, Sexualidade, Crises de Ansiedade, Quadros Depressivos, Conflitos Amorosos, Orientação Profissional e Autoconhecimento.
CRP: 49870
Perfil na Psicologia Viva: https://perfil.psicologiaviva.com.br/lucasmachado

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