A saúde geriátrica é importante para a conservação da capacidade funcional do idoso durante o envelhecimento, contemplando os aspectos físicos, mentais, emocionais e sociais.
Não está relacionado apenas a tratar os problemas de saúde inerentes ao envelhecimento, mas sim, focar numa forma de prevenção.
A expectativa segundo a OMS é que nos próximos 30 anos, o Brasil poderá ser a sexta população mais idosa do planeta e dessa forma precisamos repensar na forma como estamos envelhecendo.
O envelhecimento nos dias atuais nos levam a uma drástica mudança de vida, seja na rotina, na vida profissional ou pessoal e a forma como enxergamos a velhice pode ser decisivo em como vamos nos preparar para esse processo natural da vida.
Saúde Geriátrica: Geriatria e Qualidade de Vida
A qualidade de vida está associada ao movimento: para manter a qualidade de vida precisamos nos mantermos ativos, não só de uma forma física, mas também mental. Há inúmeros estudos que demonstram que a prática de exercícios físicos e cognitivos podem auxiliar no processo de envelhecimento e podem gerar uma menor propensão à doenças psicológicas, como depressão e ansiedade, além claro, dos cuidados com a alimentação.
A autonomia também é um aspecto muito importante no envelhecimento. Ainda possuímos uma visão limitada sobre envelhecer e acabamos por restringir a rotina do idoso, na tentativa de preservar sua integridade física e até mesmo poupar sua saúde, o que é totalmente aceitável se o indivíduo possuir alguma comorbidade.
No entanto, o excesso de proteção pode fazer com que o idoso diminua sua capacidade cognitiva ou se sinta inválido de alguma forma. Se o idoso gozar de boa saúde física e mental, se faz necessário deixar que ele tome as próprias decisões, assim como se responsabilizar em organizar a própria rotina.
Saúde Geriátrica: Como envelhecer bem?
A resposta é prevenção.
Não é novidade que a realização de atividades físicas é essencial na vida do indivíduo, seja ele idoso ou não. A caminhada, por exemplo, auxilia no condicionamento físico, libera endorfina gerando a sensação de bem-estar, além de ajudar no controle de doenças cardiovasculares, entre outras.
Atividades intelectuais também são indicadas, pois, promovem um melhor desempenho cognitivo, tais como:
- cruzadinhas,
- caça palavras,
- quebra-cabeças,
- jogo de memória,
- xadrez, etc.
A terapia ocupacional pode ser aliada do envelhecimento. Uma vez aposentados, os idosos possuem dificuldade de se adaptar à uma nova rotina, se sentem perdidos sem uma ocupação profissional, começam a se sentir inválidos e sem um propósito de vida.
A terapia ocupacional, neste caso, auxiliará no processo de descoberta de novas habilidades, na identificação de novos hobbies e despertará o interesse em atividades diferentes do que estão acostumados, além de trabalhar na reinserção social, que é um aspecto muito importante nesse momento da vida do idoso.
Por último, mas não menos importante, o acompanhamento psicológico é fundamental, visto que na terapia, o indivíduo poderá ressignificar essa nova rotina, trabalhará o autoconhecimento, assim como receberá orientações de como lidar com as inseguranças da vida. Envelhecer não significa invalidez.
Referências
MORAES, E.M. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. Brasília: Organização PanAmericana da Saúde; 2012.
OMS. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. Organização Mundial da Saúde, 20 Avenue Appia, 1211 Genebra 27, Suíça. 2015.
SOARES, F.M.P. Envelhescência: o trabalho psíquico na velhice. Editora Appris, 1ª ed. Dezembro, 2021.
* Coautora do livro "Heróis da Saúde".
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