LGBT: a importância da representatividade para saúde mental

LGBTfobia e saúde mental
LGBT: a importância da representatividade para saúde mental

Ansiedade, baixa autoestima e depressão são só alguns de uma lista extensa de problemas enfrentados por pessoas LGBT.

Dados comprovam esse fato: um estudo do coletivo #VoteLGBT revelou um aumento de 26% no agravamento da situação psicóloga e financeira desta população nos últimos anos.

O levantamento ouviu mais de 7 mil pessoas das cinco regiões do Brasil.

“Pessoas LGBTQIAP+ são estigmatizadas por não seguirem os padrões da sociedade”, diz Paloma Galvão, psicóloga da Psicologia Viva (Conexa).

A profissional ainda esclarece que é comum que eles precisem se preparar para frequentar certos espaços, pois nem sempre são bem recebidas. Aprendem, ainda, desde cedo, a lidar com rejeição, discriminação, ocultação da sexualidade, saída do armário, construção de uma identidade LGBT, homofobia internalizada, etc.

“Todas essas questões afetam sua saúde mental provocando angústia, tristeza, medo, entre outros sentimentos”, explica a profissional. Entenda melhor o assunto!

Por que pessoas LGBT sofrem mais com ansiedade e depressão?

A profissional ainda acrescenta que estudos realizados por pesquisadores australianos mostraram que a exposição de LGBTs a situações estressantes está associada a níveis mais baixos de saúde mental.  

Veja só esses exemplos trazidos pela psicóloga.

Você já deve ter visto notícias sobre casais LGBTs que foram expulsos de restaurantes porque estavam apenas demonstrando afeto, certo?

Ou ainda: situações rotineiras como pegar na mão, beijar, arranjar um emprego, casar, formar família, para pessoas que não são LGBTs são coisas comuns, mas a população LGBT precisa olhar esses momentos a partir de sua visão de minoria social. Esses direitos mínimos são negados muitas vezes.

“Isso acaba causando um Estresse de Minoria, conceito criado nos EUA no início dos anos 2000, que explica de que forma os processos de estigmatização podem estar relacionados a impactos negativos na saúde mental de pessoas LGBTs. E quanto mais status de minoria se acumularem (por exemplo, raça/etnia, classe social), mais prejuízos na saúde mental a pessoa terá”.

A população LGBTQIAP+ está em constante estado de alerta, correndo o risco de sofrerem situações de violência. Em decorrência disso, é comum que sejam pessoas mais estressadas e, quando ela não possui rede de apoio, fica mais difícil lidar com essa vulnerabilidade, gerando medo, crises de ansiedade e de pânico em situações que às vezes são inofensivas. 

Principais sintomas de ansiedade e depressão

Primeiro: é importante entender que ansiedade e depressão não a mesma coisa. A ansiedade é algo natural do ser humano e até essencial para a nossa evolução. Porém, em algumas pessoas, ela pode se tornar patológica.

Os transtornos de ansiedade surgem quando a pessoa se torna incapaz de relaxar, com pensamentos fixos e obsessivos sobre determinado assunto, por exemplo.

Já a depressão acontece, principalmente, quando a pessoa se sente profundamente triste, desanimada e com baixa autoestima.

“Quando você não tem mais vontade de sair, de realizar suas atividades rotineiras, quando percebe que não tem mais prazer em fazer atividades que antes eram prazerosas, ou que o medo te domina e não te deixa mais fazer suas tarefas de sempre, é sinal de algo está errado”, orienta Dra. Paloma.

“Principalmente para a população LGBT, quando achar que sua sexualidade ou sua identidade de gênero é a causa de todos os problemas, e tentar esconder. Lembre-se que o verdadeiro causador de sofrimento psíquico não é o fato de você ser gay, lésbica, bi, trans, e sim o preconceito e a discriminação”, afirma.

Entre os principais sintomas de depressão, estão:

  • falta de motivação;
  • apatia;
  • problemas de concentração;
  • falta de interesse nas atividades que antes lhe davam prazer;
  • irritabilidade;
  • raciocínio lento;
  • esquecimento, entre outros.

Entre os principais sintomas de ansiedade, estão:

  • irritabilidade;
  • dor ou aperto no peito;
  • falta de ar ou respiração ofegante;
  • tremores nas mãos e em outras partes do corpo;
  • mãos geladas e suor frio;
  • boca seca, entre outros.

A importância da representatividade

Na Copa do Mundo do Catar, vimos uma grande repressão à população LGBT. Isso porque a FIFA (Federação Internacional de Futebol) proibiu que seleções utilizassem braçadeiras de capitão em apoio às causas LGBTI.

“Com certeza, imagine pessoas LGBTs não poderem se expressar como querem ou tendo que fingir que seu marido é um amigo, tendo que fingir ser o que não são para serem aceitos. E o medo constante de “serem descobertos” e sofrerem violência?”, comentou a psicóloga.

Para ela, a representatividade tem função fundamental, pois auxilia a acabar com o preconceito.

“Imagine viver em um lugar onde você não é aceito, apenas porque não corresponde às normas da sociedade em relação a nossa sexualidade e nosso gênero, nesse caso, normas religiosas. Imagine o medo constante dessas pessoas de saírem nas ruas, de se expressarem de forma autêntica? Sentir que sua existência está ameaçada é cruel demais”.

O papel da terapia para a população LGBT

O processo terapêutico é fundamental para que a população LGBT consiga se conhecer melhor e, ainda, fortalecer a autoestima.

Na terapia, o profissional devidamente qualificado irá auxiliar a exaltar os pontos fortes e a estipular limites para que as outras pessoas não a manipulem.

“A terapia auxilia que ela entenda que sua sexualidade e seu gênero são características naturais, que não são elas as causadoras de sofrimento e sim a homofobia”,

Conte com a Psicologia Viva (Conexa) nesse processo!

Fonte: Paloma Galvão, psicóloga da Psicologia Viva (Conexa). A profissional é especialista em temas sobre casal, ansiedade, estresse, sexualidade e identidade de gênero, questões raciais e depressão, entre outros assuntos.

Dra. Paloma é graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de de Brasília e especialista em Avaliação Psicológica pelo IPOG.

Para marcar uma consulta, clique aqui. 

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