Autoestima e a cultura: é possível ser o que dizem que devo ser?

Autoestima e a cultura: é possível ser o que dizem que devo ser?

Tenho proposto esse assunto como tema para palestras em escolas, e percebi a eminência em falar sobre, porém, não busco elucidar o conceito, afinal, a autoestima pode ser entendida de várias maneiras, e será se esbarrando “nessas várias maneiras” que venho escrever aqui a você leitor(a).

A autoestima e o imaginário

Serei sucinta e pouco didática ao explicar o conceito de imaginário concernente à psicanálise; vamos lá, pense como você percebe o mundo. Ainda sem simbolizar, sua imaginação reflete o interno através de sua visualização do externo, por exemplo, a forma em que Maria percebe e entende o mar lhe transmite paz na crença que o criador fez aquilo por amor a ela, enquanto Pedro percebe e entende como perigoso e que o mar coloca sua vida em risco, por isso prefere não ir à praia.

Entenda que através do exemplo dado acima utilizei do mar para ambos, mas a questão não é o mar, mas na forma em que ele se insere nas imaginações de Maria e Pedro, mesmo que ambos estejam em cidades distintas, e que não estejam inclusas no litoral, ou seja, o imaginário é a forma que o sujeito se relaciona com algo, ainda no abstrato de sua mente.

Você deve estar se perguntando: “mas o que a autoestima tem a ver com o imaginário?”

Ora pois, querido(a) leitor(a), se partirmos do princípio de que a autoestima se refere a forma pela qual o sujeito se percebe, seja nos âmbitos de estética ou “como pessoa”, estamos falando do imaginário “desse sujeito em ação!”

Mas a pergunta principal é, o que faz a pessoa imaginar aquilo de si próprio? Bom, vejamos, vou lhe convidar mais uma vez para participar desta escrita com seus pensamentos…

Pense num bebezinho que acabou de nascer, este bebezinho teoricamente deveria estar “vazio de informações”, não é? Então, podemos dizer que o bebê já nasceu com nome, gênero, time de futebol, roupas, estilo, escola, tudo isso e muito mais características escolhidas para ele(a). Enfim, o bebezinho antes de nascer já existia,  e muitas das vezes nem precisava estar na barriga da mãe para existir, graças ao nosso imaginário!

Porém, o eminente é entender que este bebê irá crescer e se tornará aquilo que desejaram para ele(a), ou poderá fazer o contrário do que lhe imporão, mas para que possa ser subversivo, também precisará que o Outro lhe “diga” o que deverá ser.

Sendo assim, fica claro entender que para sermos o que somos, o Outro nos proporciona o que devemos ser, articulando essa reflexão com autoestima posso dizer que, se o sujeito em seu imaginário acredita ser exatamente como a sociedade ou a cultura impõe, este seria o(a) belo(a) e correto(a). 

É possível realizar o que o Outro quer de você?

Pense no exemplo da estética, temos uma cultura que deixa bem claro o que é bonito e feio, porém não se esqueça que a cultura também foi criada pelos seres humanos, e se alguém não se encaixa nesse imperativo social, o mesmo se torna excêntrico, feio(a) e fora dos padrões. 

Você se encaixa? Mas é possível realizar o que o Outro “quer” de você? Pense que se o desejo é do Outro, então este desejo não é seu.

E agora?

Pois bem, no finalzinho do parágrafo acima, as perguntas são pertinentes para perceber que nós nos tornamos pessoa graças à outra pessoa, porém até quando você permitirá que o desejo do Outro seja o seu também?

E agora? Agora deixo para você deliberar: qual o seu desejo?

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