Depressão no mundo contemporâneo

Depressão no mundo contemporâneo

A Depressão, segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde, é um transtorno mental que leva à perda de interesses por atividades normais que antes causavam prazer ao indivíduo, e que persistem por no mínimo duas semanas, provocando sentimentos de tristeza e perda do interesse das atividades do dia a dia.

A depressão se tornou o transtorno com maior número de estudo, sendo o diagnóstico que mais atinge pessoas no mundo todo, e por isso foi considerada como a “DOENÇA DA SOCIEDADE MODERNA”.

Os efeitos da depressão e quem ela pode afetar

Sua concepção está relacionada ao contexto em que se vive. Em casos mais severos, pode levar o paciente à incapacidade de realizar as tarefas mais simples da vida como: estudar, trabalhar, socializar-se, tornando impossível manter um convívio social, além de muitas vezes impedir o indivíduo até mesmo de se alimentar e cuidar do próprio corpo, acarretando uma variedade de problemas emocionais e físicos que irá diminuir a capacidade das tarefas diárias, seguido de desinteresse consigo mesmo e com quem está próximo.

A depressão é uma doença que pode afetar o sujeito em qualquer fase da vida, criança, adultos e idosos. Estudos apontam seu desenvolvimento em maior parte em idade mediana, mas hoje ela também vem afetando crianças e adolescentes, o transtorno de depressão varia de pessoa pra pessoa em sua gravidade, pode variar de branda até gravíssima, podendo se tornar crônica.

A depressão é caracterizada por um transtorno de humor, dividido em conjuntos comuns que são emocionais, cognitivos e motivacionais. Os sintomas incluem mudanças em comportamentos e pensamentos, como por exemplo:

  • Alteração do sono,
  • Perda ou aumento do apetite,
  • Concentração exagerada no interior e não no que acontece externamente, aumentando inconscientemente sua dor e podendo focar exageradamente em seu mal-estar.

A afetividade é o estado de ânimo ou humor que traduz os sentimentos e as emoções, determinando as atitudes gerais de uma pessoa diante de qualquer experiência vivencial, modificando a maneira de pensar e agir. Assim, o humor será regido pelas percepções modificadas decorrentes do afeto alterado (Ballone, 2003, p. 128).

A depressão é diagnosticada no paciente através da presença dos sintomas e do conhecimento teórico do psicólogo. Porém, essas concepções podem levantar a alguns questionamentos que dificultam o tratamento. É também uma doença de prevalência elevada com associação a ideias suicidas, principalmente quando não é  tratada. 

Em alguns casos, indica-se exames laboratoriais para identificar se o transtorno pode ter sido acometido por  algum problema de saúde, como por exemplo problemas da tireoide, que traz o um aumento e/ou desequilíbrio de hormônios. Fatores importantes também deve-se levar em consideração, como fatores culturais e ambientais. As crenças religiosas também são de grande importância para se fazer diagnóstico de depressão.

O singular de um depressivo

Cada sujeito tem sua vivência de uma forma única e diferente. Assim como somos temos nossas peculiaridades, a depressão tem sua forma única de afetar a vida de um sujeito. Um exemplo é de alguém muito próximo a você que pode estar sorrindo por fora, mas no seu interior está sofrendo e você não entenda como acontece e não consegue ajudá-lo, ou até mesmo convive com alguém que consegue realizar suas tarefas, fazer parte de um convívio social, mas quando está sozinho ou longe das pessoas não tem vontade de fazer nada e mal sai da cama.

Cada paciente com depressão tem as suas experiências de vida que, muitas vezes, acarretam angústia e sofrimentos, sintomas como perda de sono, irritabilidades, tristeza profunda, sensação de que algo lhe falta e que nunca será preenchido, dando a impressão de que a vida nunca terá algum sentido.

Esses sentimentos e pensamentos disfuncionais com o tempo não permitem que o sujeito consiga lidar com suas experiências presentes e futuras. 

Ao longo dos anos suas vivências quanto ao que viu e ouviu de seus amigos, familiares ou pessoas próximas vão lhe trazendo estímulos negativos e distorções da forma como ele entende e vê a si mesmo e o mundo, o que guardou para si, o que sentiu e não conseguiu falar.

Todas essas experiências deixam marcas psicológicas e no corpo, a ponto de alterar o funcionamento biológico.

O tratamento

Com os avanços científicos e tecnológicos, surgiu um número grande de estudos sobre o transtorno de depressão. Antes era compreendida como loucura, hoje são tratadas com respeito, sustentando-a como um adoecimento por parte do cognitivo, ressaltando a importância de sua restruturação a partir de terapias e acompanhamento psicológico.

Esses últimos são indispensáveis como forma de tratamento, pois fortalecem vínculos e alteram a forma como o paciente se vê, enxerga o mundo e as pessoas ao seu redor, trabalhando sua capacidade de restruturação cognitiva para fortalecer o paciente, ressignificando todas as suas experiências e dando suporte psicológico, até que o mesmo consiga se sustentar novamente.

Quando necessário, deve ser acrescentado ao tratamento psicológico o tratamento psiquiátrico, sendo indicado, em alguns casos, o tratamento também medicamentoso (antidepressivos).

Importante lembrar e ajudar o paciente, focando na importância de conversar com pessoas de sua confiança.

O tratamento medicamentoso é feito baseado no subtipo da depressão e na resposta aos antidepressivos e considerando doenças clínicas de cada sujeito. É fundamental que o paciente adira ao tratamento e que o mesmo seja interrompido por conta própria e não faça uso de medicamentos inadequados para que não aumente o risco de cronificação do transtorno.

O objetivo da terapia é trabalhar causa emocionais que desencadearam o transtorno de depressão, estimulando o paciente a refletir sobre a situação, ajudando a trabalhar sua autoestima e o seu autoconhecimento de maneira mais profunda para que consiga enxergar a raiz do problema e trabalhar as formas de como essas situações são vistas.

Lembrando da importância de buscar a ajuda de pessoas especializadas, como médicos, psicólogos, terapeutas e psiquiatras.

Algumas dicas

  • Lembrando o quanto a depressão é passível de melhora quando o tratamento buscado é adequado.
  • Continuidade de práticas cotidianas irão ajudar no processo, principalmente as que lhe proporcionavam prazer.
  • Focar na preservação das relações pessoais. 
  • A continuidade de práticas físicas é de suma importância.
  • Realizar caminhadas mesmo que curtas ajuda na oxigenação sanguínea e no bom funcionamento cerebral.
  • Ingerir alimentos saudáveis.
  • Aceitar o diagnóstico ajudará numa melhor concretização de tratamento.
  • Evitar bebidas alcoólicas e outras drogas licitas e ilícitas, pois estes consumos podem comprometer o tratamento.
  • Em casos de pensamentos suicidas é importante contatar alguém imediatamente, para que se preserve a vida

Glauciele Pereira de Oliveira 

Psicóloga clínica CRP04/60091

Referências bibliográficas:

  1. ESTEVES, Fernanda Cavalcante; GALVAN, Alda Luiza. Depressão numa contextualização contemporânea. Aletheia, Canoas, n. 24, p. 127-135, jul/dez 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/n24/n24a12.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021.
  2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (Brasil). Organização Panamericana de Saúde. Depressão: o que você precisa saber. In: OPAS, Organização Panamericana de Saúde. Depressão: o que você precisa saber. Brasil: OMS, 2016/2017. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822. Acesso em: 22 abr. 2021.
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